Na companhia de Josué
“E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné” (Números 14:6). De modo relativo, nos é dito muito pouco sobre a vida de Calebe. Digo relativo, porque descobrimos que existem dois homens, que neste momento de suas histórias são inseparáveis: Josué e Calebe. Quanto a Josué, há páginas e páginas das Sagradas Escrituras contando os detalhes de sua vida e obra, mas poucas sobre a vida e obra de seu fiel companheiro Calebe.
Talvez a razão de nos contar tanto sobre Josué seja que ele é uma figura do Senhor Jesus Cristo. Seu nome significa Jesus, e ele é, em tipo, uma figura do Senhor no aspecto de Hebreus 2:10.”convinha que aquele, para quem são todas as coisas e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse, pelas aflições”. Josué, que mais tarde foi levantado por Deus, como seu capitão, para conduzir os filhos de Israel através do Jordão e para o bem de sua herança. Nosso Capitão, o Senhor da Glória, é Aquele que está buscando nos conduzir para o bem do que é nosso, Nele e através de Si mesmo, como resultado da obra que Ele realizou na cruz do Calvário.
A lição que aprendemos disso é que Calebe, como um homem de Deus, estava contente em continuar silenciosamente na sombra e na companhia de outro. Que possamos estar satisfeitos em seguir em silêncio na sombra e companhia de nosso Josué, o Senhor Jesus Cristo?As escolas dos homens nos ensinam a elevar o “eu”; a ter um nome; deixar sua marca no mundo; colocar-se a frente; deixar sua marca na sociedade, etc. A auto-afirmação é o que está enraizado em nós nesta era atual de humanismo, mas a Bíblia nos ensina a elevar Ele e não chamar a atenção para nós mesmos. Que possamos estar contentes por andar no caminho da fidelidade e serviço onde Ele nos colocou, e fazer tudo para a Sua glória, para que outros possam ver Cristo em nós e serem atraídos por Ele. Um irmão em Cristo escreveu estas palavras:
Salvador, desejamos segui-Lo,
Diariamente Tua cruz,
E que tudo mais, o que quer que seja
Indigno do nosso cuidado,
Nos ensina o poder de saber
De vida ressuscitada contigo Senhor;
O que não podemos viver aqui,
Mas Cristo, nossa vida pode ser.
(Tradução livre de um hino que louva ao Senhor)
Josué e Calebe parecem inseparáveis. Eles são companheiros constantes, com um pensamento, um coração e um propósito. Este é o nosso lugar apropriado, e que isso possa caracterizar nosso relacionamento com nosso Josué. Observe também que não é Calebe e Josué, mas Josué e Calebe. Essa é a ordem correta. Nosso Josué, o Senhor Jesus Cristo, deve estar sempre em primeiro lugar! “Que em tudo Ele tenha a preeminência” (Colossenses 1:18).
João Batista, ao dar testemunho do Senhor declarou: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (João 3:30). Que lição estes dois servos de Deus nos ensinam, uma do Antigo e outra do Novo Testamento. Nada de si mesmo, e tudo de Cristo! O apóstolo Paulo disse: “Para mim o viver é Cristo” (Filipenses 1:21).O atleta diz: “Para mim o viver é o esporte”; executivo diz: “Para mim o viver são os negócios”; o empresário diz: “Para mim o viver é crescer”; o músico diz: “Para mim o viver é a música” e assim por diante. Mas o cristão deveria dizer: “Para mim o viver é Cristo”.
Eu li sobre um jovem estudante universitário que tinha um cartão pendurado em seu quarto com a inscrição:
“Estou disposto a ficar em terceiro”.
Quando perguntado para dizer o significado, ele se recusou por um tempo, mas depois disse: “Minha mãe me ensinou a colocar Cristo em primeiro lugar, os outros em segundo e o eu em último lugar; então estou disposto a ficar em terceiro.
Muitos anos atrás, meu pai me ensinou essa simples sigla de alegria:
Jesus primeiro,
Outros depois,
Eu mesmo por último.
(Em inglês,
Jesus first,
Others next,
Yourself last, as iniciais formam a palavra “JOY”, que significa alegria, contentamento).
Outro jovem tinha em sua mesa, um lema de duas palavras,
“Sim, Senhor!”
Ele queria ter certeza de que sempre dissesse “sim” ao Senhor, colocando-O em primeiro lugar, para que ele pudesse andar com o senso de Sua presença e Sua aprovação.
Outro irmão em Cristo que eu conhecia tinha, em seu escritório, em um canto de sua mesa, onde somente ele podia ver, este texto impresso em um cartão,
“Ensina-me a fazer a tua vontade” (Salmos 143:10).
Ele queria ter certeza de que ele não apenas conhecia a vontade do Senhor, mas também o fazia.
Estes são exemplos de Calebes modernos.
Se alguém nos perguntasse o que realmente queremos da vida, o que responderíamos? Uma pesquisa aleatória entre jovens e idosos pode revelar muitas coisas e até nos surpreender um pouco. Mas, mais uma vez, o que responderíamos? Dinheiro, fama, diversão, amigos, segurança no emprego, boa saúde…
Parece que o apóstolo Paulo considerou esta pergunta depois que foi salvo e responde em Filipenses 3:8: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo”. A única coisa que ele queria da vida era mais de Cristo e a aprovação de Cristo. Poderíamos em verdade dizer isso? Paulo não apenas disse, ele refere-se a isso, e sua vida foi prova disso. Para ganhar alguém, para ganhar sua aprovação. Um político tenta convencer as pessoas sobre o seu modo de pensar e suas propostas para que ele possa ganhar seus votos no dia das eleições. Um jovem tenta conquistar o coração de uma jovem para que ela diga sim à sua proposta de casamento. O comerciante gasta tempo e dinheiro fazendo propaganda para ganhar clientes. Que possamos seguir em busca de “ganhar a Cristo”. Que a Sua aprovação seja o que realmente desejamos mais do que qualquer outra coisa. Não é errado desejar a aceitação e obter a aprovação, mas a questão é, “de quem” realmente queremos aceitação e aprovação.
Não é de se admirar que mais tarde Calebe tenha sido usado de maneira notável para a bênção de sua família, assim como outros, e que ele tivesse poder para, eventualmente, superar e tomar posse de sua herança. O mesmo acontece com a gente, somente podemos ser uma bênção e um testemunho, e ter força e frutos em nossas vidas, na medida que andamos na companhia do Senhor, fazendo tudo com Ele, e nada de nós mesmo. Dar a Ele o primeiro lugar em nossas vidas diárias é a única verdadeira fonte de alegria e de tudo o mais que é de valor eterno.
Andando com Jesus
Andando com Jesus todos os dias;
Nada de “eu” – tudo de Jesus,
Suas belezas nos deixam exibir.
Falando de Jesus,
Falando de Jesus todos os dias;
Não de nós, mas de Jesus
Sua glória buscando sempre.
Talvez do modo que outro irmão em Cristo já expressou, resuma melhor o assunto:
“Exalte a Cristo… fale pouco, sirva a todos, siga em frente. Esta é a verdadeira grandeza, servir sem ser notado e trabalhar sem ser visto. Oh, a alegria de não ter nada e ser nada, não vendo nada além de um Cristo vivo em glória, e sendo cuidadoso por nada além de Seus interesses aqui embaixo.
Esta é a verdadeira espiritualidade!
Em uma ocasião, perguntaram para um irmão em Cristo: “O que torna um cristão mais espiritual do que outro?” Sua resposta foi: “Sua apreciação da pessoa de Cristo”.
Quanto a pessoa de Cristo significa para o nosso coração? Quanto mais aprendermos com Ele a partir da Palavra, mais real e precioso Ele se tornará” (Colossenses 3:11).