Daniel

Daniel tinha cerca de dezesseis anos quando os exércitos de Babilônia invadiram Judá e sitiaram Jerusalém. Foi então que o mundo de Daniel desmoronou sobre ele, pois ele foi capturado e deportado para a Babilônia. Nabucodonosor estava à procura de jovens que pudessem ocupar cargos importantes na Babilônia, particularmente na administração de assuntos judaicos.
Os requisitos de seleção eram altos: “jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus” (Daniel 1:4) e Daniel, junto com seus três amigos foram selecionados. Aprendemos que Daniel não tinha defeitos físicos, era inteligente e equilibrado. Ele era um adolescente incomum e é um modelo marcante para os jovens de hoje!
Se Daniel e seus amigos tivessem algum valor para Nabucodonosor, eles teriam que ser reeducados para que não pensassem ou agissem como judeus, mas como babilônios. Isso ainda é o que o mundo quer fazer com os jovens cristãos, e com nós também.
Por três anos, Daniel e seus amigos foram ensinados no colégio da Babilônia. Eles foram expostos ao melhor da educação babilônica, ou melhor, ao pior do paganismo. O objetivo era claro – mudar sua maneira de pensar!
Precisamos estar cientes do programa de lavagem cerebral do inimigo. Satanás, se for possível, ele mudará nossos padrões de vida e pensamento até que sejamos conformados à presente era e cultura. Não apenas os jovens cristãos enfrentam esse problema na escola, mas também cristãos de todas as idades, por causa da influência generalizada e poderosa da mídia.
Que possamos aprender com Daniel como o inimigo pode ser derrotado. “Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia” (Daniel 1:8). A comida a sua frente era de animais que foram abatidos cerimonialmente e oferecidos aos deuses babilônicos, e sem dúvida incluía carne que a lei mosaica declarava impura de acordo com Levítico 11. O Novo Testamento nos adverte: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).
Com a sabedoria dada por Deus, Daniel pôde discernir o fato de que a cultura babilônica estava em conflito com a Palavra de Deus, e ele tinha maturidade e coragem moral para dizer um firme “não” às pressões culturais ao seu redor. Neste ponto está a clara implicação de que Daniel era um estudioso perspicaz das Escrituras e que ele tinha a capacidade de aplicar o que sabia aos problemas de sua vida diária. Mais tarde, lemos: “no ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o SENHOR ao profeta Jeremias” (Daniel 9:2). Que precioso, “entendi pelos livros”.
Nos primórdios do cristianismo, encontramos outro homem temente a Deus chamado Barnabé, “o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor” (Atos 11:23).
Assim como Daniel em seu tempo, é preciso um real propósito e energia espiritual para ser fiel ao Senhor em um mundo iníquo. No entanto, Deus reconheceu Daniel e o honrou grandemente porque ele manteve suas convicções. Deus sempre faz isso!
Que possamos ter esse verdadeiro desejo e propósito de permanecer firme apesar da pressão para comprometer a verdade e os princípios estabelecidos na Palavra de Deus.
Baseado nos escritos de Jim Hyland