Seguidor Fiel – Meditações Práticas sobre a vida de Calebe – Parte 10

Um relatório perverso

Todavia o povo que habita nessa terra é forte, e as cidades são fortificadas e mui grandes; também vimos ali os filhos de Anaque. Amaleque habita na terra do Neguebe, os heteus, e os jebuseus, e os amorreus habitam nas montanhas e os cananeus habitam junto do mar à margem do Jordão… Diante dos filhos de Israel infamaram a terra que haviam espiado, dizendo: A terra, por meio da qual passamos para a espiar, é terra que devora os seus habitantes; todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Ali vimos os nefilins (os filhos de Anaque são dos nefilins); éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também o éramos aos seus olhos. (Números 13:28-29, 32-33).

Ao voltar, dez dos espiões, trouxeram um “relatório perverso”. Eles admitiram que de fato era uma “terra boa” e até trouxeram parte do fruto da terra com eles, na forma de um cacho de uvas tão grande que teve de ser carregado nos ombros de dois homens. No entanto, por causa da sua falta de fé, eles ficaram ocupados e oprimidos por dois aparentes obstáculos que pareciam terríveis e intransponíveis. Aqueles que deveriam estar encorajando o povo para subir e tomar posse da terra, eram os mesmos que, com duas exceções, estavam tão cheios de incredulidade que conseguiram desencorajar e desanimar toda a congregação de Israel. Eles não eram diferentes dos escribas, fariseus e saduceus, que estavam no lugar de liderança entre o povo de Deus nos dias em que o Senhor Jesus esteva aqui na terra. Eles eram os mesmos que deveriam defender a retidão e a justiça, reconhecendo quem era esse personagem celestial e apontar o povo para seu Messias. No entanto, eles eram os mesmos de quem o Senhor Jesus disse: “Mas ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem deixais entrar os que estão entrando” (Mateus 23:13).

Muros altos

“As cidades são grandes e muradas até o céu” (Deuteronômio 1:28).

A primeira dificuldade foram os “muros altos”. Não eram apenas altos, mas sem fé, pareciam até o céu. Não é assim que muitas vezes olhamos para as coisas? Temos a tendência de medir os obstáculos em comparação a nós mesmos e a nossa própria força. Sentimos que as situações são grandes demais e que nunca seremos capazes de superar. Isso é porque olhamos para eles do ponto de vista humano. É verdade que nunca podemos superar em nossa própria força. “Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os jovens certamente cairão” (Isaías 40:30). A força natural, mesmo a da juventude, não é suficiente para enfrentar os problemas da vida atual. Na verdade, existem muitos jovens desistindo, sentindo que o caminho da fé é simplesmente “alto demais”.

Não queremos subestimar os “altos muros”. Calebe e Josué, os dois únicos que trouxeram um bom relatório, não ignoraram o fato de que havia tais muros. A diferença era que eles os viam em relação ao Senhor. Eles sabiam que os muros eram altos, mas também sabiam que o céu era ainda mais alto. O rei Davi escreveu: “com o meu Deus saltei uma muralha” (Salmo 18:29). Alguns versículos adiante ele diz: “Ele faz os meus pés como os das corças, E me coloca em pé em meus lugares altos” (Salmo 18:33).

Você já viu uma corça (cervo) quando tem uma cerca ou muro pela frente? Ela dá um impulso com as patas traseiras e pula o obstáculo como se ela não estivesse lá. O Senhor pode nos ajudar a fazer isso! Não há muro tão alto que não possamos superá-lo com a força que vem do Senhor. Como Paulo escreveu: “(Eu) posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13).O Senhor é maior do que todos os problemas, testes e provações, e maior do que todo e qualquer obstáculo que o inimigo busque continuamente colocar em nosso caminho.