(C) Em Éfeso (Atos 19).
Aqui, novamente, um caso excepcional surgiu no curso dos trabalhos apostólicos que exigiam que um testemunho divino fosse dado, correspondendo em seu caráter aquele concedido anteriormente a Jerusalém e a Cesaréia. O dom de línguas neste caso demonstrou um fato adicional, a saber, que a ação do Espírito Santo foi uniforme quando surgiram tais circunstâncias excepcionais, quer tenham surgido no ministério de Paulo ou de Pedro.
As pessoas envolvidas em Éfeso não eram crentes no Senhor Jesus dentre os judeus como em Jerusalém, nem entre os gentios que não conheciam a Deus como em Cesaréia. O apóstolo Paulo encontrou lá cerca de doze homens que eram discípulos de João Batista.
Aparentemente, esses homens estavam em sua terra natal quando João estava pregando no deserto da Judéia para que os homens se arrependessem porque o reino dos céus estava próximo. Esses homens, além disso, haviam crido na pregação de João e foram batizados no Jordão confessando seus pecados.
Agora, vinte anos depois, Paulo encontra-se com estes homens em Éfeso, ainda esperando pelo Rei prometido e Seu reino. Não conhecendo o Senhor Jesus, eles ignoravam o dom pentecostal do Espírito Santo. Tendo confirmado sua condição espiritual, o apóstolo falou a eles do Senhor que havia vindo de acordo com o testemunho daquele que o anunciava, João Batista. Os homens creram na palavra de Paulo, e mostraram a sinceridade de sua confissão na medida em que foram batizados em nome do Senhor Jesus.
“E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo. Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados, então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus” (Atos 19:1-5).
Agora está claro na narrativa que quando Paulo encontrou esses seguidores do Batista, eles não criam no Filho de Deus nem no Espírito de Deus. No entanto, eles foram separados como um grupo vindo de judeus e gentios que se opunham a Cristo (Atos 4:26). Como então estes deviam ser recebidos? Eles deveriam ser considerados em pé de igualdade na igreja com os crentes judeus e gentios recebidos anteriormente em outros lugares? Deus mostrou e então eles foram admitidos em um lugar de posição semelhante, e receberam a plenitude da bênção cristã. Assim, lemos: “E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam” (Atos 19:6).
Portanto, esses discípulos de João Batista tornaram-se o núcleo da assembléia naquela grande cidade onde o apóstolo passou a trabalhar por cerca de três anos, e o selo de sua aceitação correspondia ao que foi dado nas cidades palestinas de Jerusalém e Cesaréia. O Espírito Santo, no entanto, não viria sobre eles enquanto eles cressem apenas em um Cristo que deveria vir, mas quando eles foram batizados em nome do Senhor Jesus, crendo que Ele tinha vindo, e que Ele foi entregue por suas ofensas, e ressuscitou para sua justificação, e além disso, foi glorificado e agora esta à destra de Deus, Ele caiu sobre eles como fez no princípio sobre aqueles seus irmãos de acordo com o que crê da mesma forma.