“Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do homem ao homem.” [1]
Assim como alguém pode ver seu rosto refletido na água, assim também, ao olhar para seu próprio coração, ele vê o que está também no coração dos outros. No que diz respeito a qualquer justiça inerente ao homem, estamos “todos debaixo do pecado; como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus” [2], “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” [3]. Quanto a nós que somos salvos pela graça de Deus, todos ainda temos de confessar: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem” [4]. Será que condescendemos com coisas em nós mesmos que condenamos nos outros? Se as coisas são pecaminosas nos outros, elas são pecaminosas em nós também. Se coisas permitidas pelos outros parecem odiosas ou questionáveis, elas são odiosas e questionáveis em nós também. “Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem… porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.” [5] E enquanto ansiamos em nossos próprios corações por entendimento, consolação e encorajamento, lembremo-nos de que os outros têm as mesmas necessidades, “sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo” [6].
Olhamos para os outros com desprezo,
Pensando que somos melhores que eles?
Esquecendo que somos todos como nada,
Necessitando da graça de Deus a cada dia?
[1] Provérbios 27:19; [2] Romanos 3:9-11; [3] Romanos 3:23; [4] Romanos 7:18; [5] Romanos 2:1; [6] 1 Pedro 5:9