A luz torna tudo manifesto

“Mas todas as coisas, tendo seu verdadeiro caráter exposto pela luz, são tornadas manifestas; pois aquilo que torna tudo manifesto é a luz.” (Efésios 5:13 JND).

A palavra “caráter” não ocorre em nossa tradução KJV, e ocorre apenas uma vez na tradução Darby, mas o conceito dela está em toda a Palavra de Deus. Nossa palavra inglesa “character” é derivada de uma palavra grega que significa “uma marca gravada”, frequentemente relacionada ao monograma ou marca registrada de um oleiro, pintor ou artesão. Você pode frequentemente ver uma marca no fundo de uma caneca feita à mão. Ela distingue o trabalho do oleiro como sendo seu, e de mais ninguém. Foi na década de 1600 que a palavra passou a significar “a soma de qualidades que define uma pessoa”.

No século XIX, a palavra era usada com bastante frequência na vida das pessoas na América do Norte, e as palavras mais usadas na discussão de caráter eram palavras como trabalho, construção, boas ações, honra, moral, maneiras, integridade, etc. A Bíblia e seus princípios eram considerados a espinha dorsal da sociedade, mesmo entre as pessoas mundanas que não eram cristãs. Mas você e eu sabemos que tudo isso mudou hoje. A palavra caráter não é muito usada na fala cotidiana, exceto de forma brincalhona — “Ele é uma figuraça!” No século XX, essas palavras foram gradualmente substituídas, até que neste século XXI, palavras que as pessoas usam para descrever a si mesmas ou aos outros são mais como fascinante, deslumbrante, atraente, incrível, magnético, brilhante, magistral, criativo, dominante, vigoroso, etc.

O que aconteceu? A ascensão da psicologia, a introdução de bens de consumo produzidos em massa e mais tempo de lazer ofereceram às pessoas novas maneiras de formar sua identidade e apresentá-la ao mundo. Mais importante, a Bíblia foi deixada de lado, e as pessoas começaram a introduzir as ideias do homem em suas vidas. Como outro disse, “A visão de auto-sacrifício começou a ceder lugar à de auto-realização”. Em vez de pensar nos outros, a maioria das pessoas começou a pensar principalmente em si mesmas.

Onde tudo isso nos deixa como cristãos? No século XIX, até mesmo os descrentes valorizavam o bom caráter, falavam sobre ele e queriam vê-lo desenvolvido em seus filhos. Seus motivos podem ter sido egoístas, mas eles queriam o que era certo. Hoje em dia, a opinião dos outros, e não o que é correto, é que dita a atitude e o comportamento da maioria das pessoas.

Você e eu, como crentes, temos um chamado maior. Sim, o bom caráter é importante, não simplesmente para o nosso próprio bem, mas porque agrada ao Senhor e mostra Cristo a este mundo. Nos próximos dias, vamos abordar alguns traços importantes do caráter cristão.

Bill Prost