Quando olhamos brevemente para algumas dessas porções, é de grande benefício para as nossas almas começar com o Senhor Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus, que fala de Si mesmo três vezes no livro do Apocalipse desta maneira: “ Eu sou Alfa e Ômega, o Princípio e o Fim… que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Apocalipse 1:8; 21:6; 22:13). Todos os propósitos de Deus ao longo de todas as eras, e desde antes do tempo começar, estão centrados Nele, “para quem são todas as coisas e por quem todas existem” (Hebreus 2:10). Qualquer foco ou ocupação da mente aquém da glória de Cristo certamente nos deixará abertos aos erros da filosofia, do ritualismo ou do mundanismo.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Tudo foi feito por ele; e nada do que tem sido feito, foi feito sem ele” (João 1:1-3). Este “princípio” estabelece a existência eterna de Deus, e se ficarmos uma momento a mais lendo esta maravilhosa passagem do evangelho de João, teremos um vislumbre da eterna relação de amor entre o Pai e o Filho, que também é o Verbo eterno, Aquele que revela perfeitamente a mente e o coração do Deus trino.
“Devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade” (II Tessalonicenses 2:13). Antes do tempo começar, Deus Pai e Deus Filho, juntamente com o Espírito de Deus, escolheram a bênção eterna para muitos dentre uma raça humana rebelde e perdida. Nós que temos o imenso privilégio de sermos de Cristo, fomos dados a Ele por Seu Pai, completamente fora do domínio do tempo (João 6: 39-40; 10:29; Efésios 1:4). Que visão magnífica as escrituras nos dão!
“No princípio criou Deus o céu e a terra” (Gênesis 1:1). De certa forma, esse primeiro “princípio” da Bíblia aconteceu muito depois daquele que acabamos de observar. É quando o tempo realmente começou e a matéria começou a existir, pois antes disso, acreditamos, havia apenas espírito, talvez incluindo os espíritos angelicais. As “eras do tempo” começaram nesta conjuntura (Tito 1:2, JND).
“O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada)” (1 João 1: 1-2). Este é outro princípio que o apóstolo João traz diante de nós, mas aqui ele está escrevendo sobre a encarnação de Jesus Cristo, a graça de Deus para um mundo perdido, e Aquele que poderia trazer “vida ao mundo” (João 6:33), aquela vida eterna que é desfrutada por todos os que creem nEle. Sua encarnação começou algo completamente novo no mundo, pois Jesus também fala de si mesmo como “o princípio da criação de Deus” (Apocalipse 3:14). Somente por Ele poderia Deus agora começar a colocar toda a criação, material e espiritual, em harmonia com os Seus propósitos. O que começou na Sua encarnação foi formalmente proclamado em poder pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos (Romanos 1:4): a nova criação de Deus em Cristo (II Coríntios 5:17). A consumação disso é ainda futura, como veremos em breve.
Existem vários fins distintos que devemos observar também.
“Ele se manifestou de uma vez por todas na consumação dos séculos para afastar o pecado pelo sacrifício de Si mesmo” (Hebreus 9:26). Nas eras passadas, Deus criou os mundos por Seu Filho e, tendo criado o homem, Ele O testou de várias maneiras ao longo de milhares de anos. A morte de Cristo na cruz veio no fim dessas eras de testes e é o ponto divisório da história. Deus fez a paz pela morte daquela perfeita Vítima, e Ele pode agora mostrar misericórdia para com o homem arruinado, que fracassou em todos os testes em que Deus o submeteu. Que mudança de cenário aqui!
“Cristo é o fim da lei para justificar a todo aquele que crê” (Romanos 10:4). Aqui está outro fim que ocorreu ao mesmo tempo que o dito acima, na morte de Cristo, mas nos dá um aspecto mais doutrinário do que histórico. Deus fez um fim definitivo a qualquer pensamento do homem para se tornar justo diante de Deus com base na manutenção da lei.
“Este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim” (Mateus 24:13-24). Isto marca o fim do “tempo dos gentios” (Lucas 21:24) e a “grande tribulação”. Deus então introduzirá uma restauração, ou uma “regeneração” (Mateus 19:28), diferente de um “princípio”, aqui Ele usa como Seu material aquilo que já existe, colocando-o em conformidade com Sua mente e vontade como outra manifestação da “criação de Deus”.
“Então virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo o domínio e toda a autoridade e poder. Pois é necessário que ele reine, até que ponha todos os seus inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo que será destruído, é a morte” (I Coríntios 15:24-27). Este “fim final” marca o fim do tempo e da matéria. Isso ocorrerá no final do reino milenar do Senhor Jesus Cristo sobre todas as coisas, e é a ocasião do julgamento final (Apocalipse 20). Neste ponto, Deus “fará novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5), que é o objetivo final e resultado da “criação de Deus”, da qual o Filho de Deus encarnado é o começo.
Que visão surpreendente da história nós temos, e que futuro glorioso é o nosso, os que cremos no Senhor Jesus Cristo, o “Princípio e o Fim”!
Baseado no texto “A Brief History of Everything”