Números 2:1-34

 (para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

Os crentes não são chamados a atravessar o “deserto” por conta própria. Para conscientizá-los de que eles são um povo, uma família, o Senhor os reúne em torno de si, então, neste segundo capítulo é estabelecido o arranjo do acampamento. E aqui temos outro princípio importante apresentado para nós, o tabernáculo era o centro e as tribos estavam todas dispostas a partir dele. Imagine como seria. O Senhor no centro de todo o grande arraial; a arca está lá; a nuvem de Sua glória sobre o tabernáculo. Ao redor, cada um tinha seu lugar designado.

Primeiro os levitas, então, em uma ordem em que sua própria escolha não fazia parte, as doze tribos acampavam em grupos, três tribos sob uma bandeira, em cada um dos quatro pontos cardeais. Deus não é Deus de confusão (1 Coríntios 14:33). Em Sua soberana sabedoria, Ele “colocou os membros no corpo, cada um deles como quis” (1 Coríntios 12:18). Ele determinou o lugar onde Ele quer que cada um deles esteja. Que Ele nos ajude a encontrar nosso lugar! 

Não era manifesto para eles como é para nós hoje, que “as coisas visíveis são temporais”. Nossa atenção deve estar concentrada nas coisas invisíveis que são eternas. A presença de Deus entre o Seu povo hoje não é visível.

No versículo 2, o trecho “à alguma distância” (versão Brasil) deve ser observado. Em Efésios, lemos que os gentios estavam “longe” em contraste com os judeus, que estavam “perto”. Mas a proximidade de Israel era apenas relativa. Os sacerdotes e os levitas armavam suas tendas ao redor do tabernáculo e o povo tinha que permanecer à margem, pois sempre havia o medo da ira sobre eles, como afirmado no versículo 53 de Números 1 (versão Brasil). 

Vemos que a ordem do arraial não foi deixada à vontade ou desejo daquele povo. Se eles tivessem desobedecido sob a falsa noção de que eles conheciam uma ordem melhor, eles simplesmente teriam produzido desordem.

Nisto, vemos uma lição para nós. Em 1 Coríntios 14, temos o apóstolo Paulo instruindo a ordem na assembleia cristã e dizendo que o que ele escreveu “são mandamentos do Senhor”. Muitas desordens foram produzidas por deixar de lado ou ignorar esses mandamentos.

A palavra “estandarte” (ou bandeira) é mencionada com frequência. 

Todo homem em Israel não devia apenas conhecer sua família, mas também reconhecer onde aquele determinado estandarte era levantado. 

Que confusão teria sido se cada homem decidisse por si próprio onde iria armar sua própria tenda. Muitos cristãos levantam bandeiras de acordo com sua própria ideia ou para sua conveniência. Ao nosso redor vemos aqueles que levantaram suas próprios bandeiras. Eles vão “à igreja de sua escolha”. Eles usam um nome. O nome de um homem, de uma organização ou doutrina é para eles como uma bandeira, um ponto de reunião que os distingue dos demais. Deus não reconhece essas denominações, essas bandeiras inventadas pelo homem. Ele só reconhece o Centro que Ele próprio estabeleceu: Jesus, “o verdadeiro tabernáculo”, que reúne os filhos de Deus que estavam dispersos, Aquele que “traz a bandeira* entre os dez mil” (Cantares 5:10). Que felicidade seria se nós que somos crentes nos lembrássemos disso. 

A Palavra de Deus é clara, “Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles”, Mateus 18:20. 

Que possamos nos reunir em torno do estandarte que Deus proveu, a pessoa do próprio Filho de Deus e Seu nome digno. 

Assim era no princípio do Cristianismo – Atos 2:42.

*Nota: O significado mais preciso é “levantado como uma bandeira” (nota JND).

Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.