Números 1:1-21

 (para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

 O Senhor fala a Moisés “no deserto”. Eles, em tipo, eram redimidos pelo sangue de cordeiros; nós, em realidade, pelo sangue de Cristo. Hoje começamos nosso quarto livro do Antigo Testamento, (e outro passo como crentes). Gênesis tratou dos começos; Êxodo, a saída (redenção). Levítico, adoração e comunhão. Agora Números. As primeiras palavras “Falou mais o SENHOR a Moisés” indicam que não há uma divisão real entre os livros de Levítico e Números. Ele começa no final do primeiro ano no deserto e termina com o povo na fronteira da terra prometida. Do nosso lado… tribulações, provas, dificuldades. Israel estava em um deserto, nós estamos em um mundo que é contrário a Deus, e não podemos encontrar coisa alguma aqui que satisfaça a vida que agora temos. Do lado de Deus… Sua infinita paciência com o Israel que reclamava… e conosco crentes que reclamamos com frequência de nossas circunstâncias. Certo? Se eles tivessem crido e confiado em Deus, onze dias teriam sido suficientes para levá-los à terra – Deuteronômio 1:2 e 1 Coríntios 10:1-12 mostra um pouco dos sérios eventos que aconteceram a Israel durante sua jornada.

O livro de Números retoma a história do povo de Israel através do deserto para nos falar de outros aspectos da vida cristã: o caminhar e o serviço (andar e servir). O Senhor aqui começou a numerar (“Números”) as tribos de Israel: soldados, levitas e sacerdotes. Cada um teve que declarar sua descendência (versículo 18). 

“Estes, pois, são os nomes dos homens que estarão convosco”, a escolha de um “cabeça” ou príncipe de cada tribo não foi deixada para as pessoas, nem para Moisés, Deus escolheu, isso nos lembra que ainda hoje Deus escolhe seus servos e líderes.

Números trata do início das jornadas de Israel pelo deserto. Não é mais o acesso a Deus. Isto vimos em Levítico, onde o tabernáculo estava em primeiro plano. No livro de Números, o Espírito de Deus tem o deserto diante dele e não o santuário. Encontraremos, é claro, o santuário, mas a questão aqui não é aproximar-se de Deus, mas da caminhada do povo de Deus na terra. E a terra não como está agora – um deserto, mas a terra como será quando o Senhor Jesus vier. Devemos dar importância a esta observação antes iniciarmos o livro de Números. Ainda é em toda parte a terra como a cena pela qual os redimidos do Senhor estão passando.

Israel estava prestes a ser provado, onde inimigos ocasionais os encontraram, onde sempre havia perigos e dificuldades, onde as pessoas podiam e, como veremos, manifestaram a falta de dependência de Deus.

Na sabedoria de Deus, era necessário o censo dos filhos de Israel. Em várias partes deste livro, Deus chama a atenção para isso – o cuidado e o interesse que Ele tem por todos os que lhe pertencem. É uma verdade muito simples, mas certamente cheia de conforto para a alma.

Todos podemos entender a doçura de ser numerado para o céu, e para isso o coração da maioria das pessoas se volta; mas mesmo aqueles que têm o maior conforto em olhar os conselhos de Deus garantindo-os para a eternidade são capazes de esquecer o interesse atual que o Senhor tem em todos os nossos passos, caminhos, conflitos e provações. Esta é a primeira coisa que esse livro mostra.

Queridos amigos, cada um de nós deve saber, em primeiro lugar, se é ou não um filho de Deus. E deve estar pronto para confessá-lo diante dos outros (Romanos 10:9). Mas tome cuidado! Todos eram israelitas cujos pais pertenciam a uma das doze tribos, hoje para ser cristão não é suficiente apenas ter pais cristãos. Na verdade, não é necessário que seja assim. A prova de sua descendência é espiritual, você é um cristão quando pessoalmente crê no Senhor Jesus Cristo. Você então passa a fazer parte desse povo celestial do qual Deus tem em seu “registro de nascimentos”, o livro de vida, a conta exata totalmente atualizada. 

Se hoje você vier a Jesus, seu nome será escrito nele. E com alegria, você também poderá declarar sua descendência. Porque “a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (João 1:12). 

Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.