Êxodo 12:17-27

 
(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
Logo após anunciar o último juízo que cairá sobre a terra do Egito, Ele institui a 
Páscoa, para os Israelitas, assim como a Ceia do Senhor (1 Coríntios 11:23-26) é agora para os Cristãos. Este evento marcava o começo de um novo tempo para os israelitas (versículo 2), assim como a morte de Cristo para um crente, uma lembrança perpétua.  
Agora Ele institui a festa dos pães asmos*. “Sete dias” é um período 
“completo”, começando imediatamente após a festa do versículo 14. 1 
Coríntios 5:6-8 nos dá o significado desta festa de sete dias para os Cristãos. 
Em toda a nossa vida Cristã, desde o momento em que fomos salvos, devemos agir sinceramente (honestamente, corretamente) e em conformidade com a verdade da Palavra de Deus. O fermento (uma figura do mal, do mal com relação ao pecado. Uma das propriedades do fermento é atingir toda a massa. Por menor que seja, um pecado não confessado tem esse mesmo efeito em nosso ser [individual] ou em uma assembleia [coletivo]) era para ser tirado de suas casas… o mal, com grande cuidado, é para ser tirado de nossa vida (ler mais uma vez e pausadamente 1 Coríntios 5:7-8). Não podemos aceitar a obra de Cristo e desfrutá-la plenamente enquanto não confessarmos e abandonarmos cada pecado do qual estamos conscientes. 
 
Ordenada pelo Senhor através de Moisés no versículo 7, restava uma coisa para os israelitas fazerem: molhar um feixe de hissopo no sangue do cordeiro e passá-lo na estrutura da porta de sua casa. Ao fazer isso, o chefe da casa tinha que crer em duas coisas: primeiro que o Senhor aplicaria juízo; segundo, que o sangue teria o poder de proteger a ele e a sua família. 
 
No versículo 23, vemos mais uma vez a clara distinção que Deus faz entre egípcios e israelitas, hoje, entre crentes e descrentes. Repare no contraste entre “o Senhor passará para ferir aos egípcios” e “o Senhor passará aquela porta e não deixará ao destruidor entrar em vossas casas para vos ferir”. O que faz a diferença para nós que cremos? O sangue do Senhor Jesus e nada mais (veja a metade do versículo). Será que nossos familiares sabem disso? Será que faz com que nossos corações adorem ao Senhor? 
 
Assim como as crianças das famílias judias fizeram, podemos perguntar: “Que culto é este vosso?” (Versículo 26, versão ARC. “Que quereis dizer com este rito?”, versão Brasil). Não é uma imagem do precioso sangue de Cristo nos colocando sob abrigo do julgamento? “Vendo eu sangue” o Senhor tinha declarado (versículos 13), os israelitas não tinham que ver o sangue, mas sabendo que ele estava lá, podiam descansar na Palavra de Deus. O sangue era para os olhos de Deus, Sua Palavra para os ouvidos e corações dos que estavam dentro. Nossa salvação não depende da maneira como apreciamos a obra de Cristo ou a intensidade de nossos sentimentos sobre este assunto. Não, depende do modo como Deus vê e para Ele o sangue do Cordeiro é plenamente eficaz para tirar o pecado. Deus nos livra da ira futura, seu julgamento, de Satanás e do mundo, do qual ele é o príncipe (Gálatas 1:4). Sendo assim, vamos descansar com confiança na obra perfeita realizada por Jesus e aceita por Deus (1 João 1:7). O que era juízo, pelo sangue de Cristo, agora é um escudo. 
 
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.
 
 
*A palavra “memorial” (versão Darby, memória em outras versões) aparece no versículo 14, e isso descreve o sentido da Páscoa entre os judeus. Deus assegurou a base real e objetiva da libertação do Seu povo do Egito e os manteve com uma lembrança anual dela. Eles muitas vezes não conseguiram observá-la corretamente, ou mesmo observá-la em sua totalidade, mas essa era a Sua intenção. Hoje, a observância da Ceia do Senhor pelos santos tem, entre outras coisas, uma intenção semelhante, como vemos nas palavras do Apóstolo: “todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1 Coríntios 11:26). Devemos mostrar, ou lembrar, Sua morte, estabelecendo assim a realidade objetiva para todos os que têm olhos para ver. 
 
A Páscoa era realizada em poucas horas, enquanto a festa dos pães asmos levava sete dias. A Páscoa foi uma profecia, bem como um memorial para lembrança de um evento passado. A profecia foi cumprida na morte de Cristo que, embora de importância eterna, ocorreu em poucas horas. Mas os sete dias da festa dos pães asmos apresentaram todo um ciclo de tempo, como é significado em 1 Coríntios 5:8. Para cada crente hoje, ela cobre todo o período de sua vida de responsabilidade. Enquanto estivermos neste mundo de pecado, devemos nos manter afastados do “fermento”, como aqueles que são, “mortos para o pecado, mas vivos para Deus” (Romanos 6:11). – F. B. Hole