Português
Quando menino, crescendo em uma pequena cidade em Idaho durante os anos de depressão, desisti de participar de qualquer tipo de ensino religioso quando ainda era bem jovem — crendo que aquilo era algo para velhos, para os fracos, e para aqueles que ainda viviam no passado. A ciência, pensava eu, algum dia responderia todas as minhas dúvidas sobre o significado da vida. Meu pai conseguia a notável renda de $100 por mês como treinador e professor de química e física em uma escola de segundo grau local, de modo que eu aproveitava cada oportunidade que tinha para visitar o laboratório da escola com ele. Eu era envergonhado e inseguro de mim mesmo e mantinha pouco relacionamento social na escola. Estudei bastante para agradar meus professores e consegui ir bem o suficiente para ser escolhido como “o mais provável vencedor” na escola.
Meus pais se separaram quando eu tinha 12 anos de idade e minha mãe, irmã e eu nos mudamos para San Diego — durante os primeiros anos da II Guerra Mundial. Dois anos mais tarde minha mãe morreu de uma doença nos rins (ela tinha apenas 39 anos). Esse triste acontecimento somente intensificou meu desejo de descobrir o significado da vida — se é que havia algum. Socialmente eu era envergonhado e introvertido mas consegui de algum modo cursar o San Diego State College e depois dois anos em Stanford para obter um título de PhD em Física. Só então me dei conta da desilusão que era a ciência como caminho para a verdade. O universo era maravilhosamente complexo, e estruturado, mas evidentemente algo frio, impessoal e um lugar sem sentido, existencialmente falando.
Um emprego de verão, que era para mim um desafio, permitiu que eu interrompesse o curso de graduação — mas aquele intervalo acabou durando 30 anos! Logo mergulhei em meu trabalho e em uma busca pela verdade mais ao estilo californiano hedonístico através do prazer e hedonismo, ou seja, a devoção ao prazer, especialmente os prazeres dos sentidos. Eu acreditava que só aquilo que fosse agradável ou que tivesse consequências agradáveis era intrinsicamente bom. O álcool quebrava minha inibição social e logo achei que a vida devia consistir em “comamos e bebamos, que amanhã morreremos.” (1 Coríntios 15:32).
Muito disso passei enquanto buscava trilhar uma carreira acadêmica e profissional queme levou a receber uma graduação AB com altas honras em física e distinção em matemática da Universidade Estadual de San Diego em Junho de 1954. Depois de dois anos de estudo de graduação em Física e Engenharia Elétrica na Universidade Stanford, (1954-1956), entrei para a equipe do SRI International (a saber, Instituto de Pesquisas Stanford), em Menlo Park, California, onde permaneci quase sem interrupção pelos 30 anos seguintes.
Meu primeiro e interessante colega de quarto era um agradável bem humorado psiquiatra Judeu Freudiano de Boston que me assegurava que todo mundo era neurótico e que as respostas definitivas seriam encontradas pela conquista do Espaço Interior — não do Espaço Exterior. Assim, nos dois anos e meio que se seguiram, continuei Minha Busca três dias por semana em uma psicanálise clássica onde acabei enxergado que nem tudo no homem podia ser explicado em termos de química, eletricidade e física. Meus sonhos podiam ser interpretado, muito do meu comportamento adulto não passava de variações de alguns poucos temas de berçário. O que é amor? O que é consciência? O que é “livre arbítrio”? — indagava eu. O que acontece quando você morre? Por que todos ao meu redor viviam aparentemente contentes em “taperas que pareciam todas iguais”?
A leitura de Sigmund Freud me inquietava quando chegava às suas complicadas explanações sobre a razão por quê Deus (especialmente o Deus Judeu) não existia. Eu me indagava como Freud podia ter certeza? Teria ele procurado em todo lugar? Afinal, Deus podia estar escondido. Eu preferia adotar aquilo que achava ser uma posição mais sensível de um agnóstico cético. Deste modo me voltei para Carl Jung e devorei todos os seus livros. A experiência religiosa, dizia ele, era com frequência valiosa para seus pacientes. Minha Busca agora se tornava uma pesquisa religiosa. Acompanhei a religião Oriental com a ajuda do ex-Episcopal Alan Watts: Confucionismo, Hinduísmo e Zen. Descobri um bom astrólogo e consegui que um horóscopo fosse traçado para mim, e tomei LSD, como Watts havia feito — tudo isso para ver se poderia experimentar uma experiência religiosa transformadora. Tudo em vão.
Mas quando estava com 30 anos havia chegado ao desespero existencial. A vida não tem sentido, não existe uma razão para a existência do homem. O suicídio parecia uma boa saída — exceto pelo fato de eu ser um covarde e — ‘e se existir um inferno e eu cair lá sem poder voltar?’ Além disso, minha avó lá em Idaho tinha estado orando por mim desde o dia que nasci. O que é que ela tinha que eu havia deixado de obter? Os melhores anos de minha vida já tinham terminado e se passaram e eu havia procurado por todo lugar de modo a não restar mais onde procurar.
Em 1962 os pais de meu colega de quarto me convidaram um dia para ir à igreja onde pela primeira vez na vida escutei o que a Bíblia tinha a dizer sobre a realidade. Toda minha atenção imediatamente se voltou para Aquele Livro Que Ninguém Mais Lê. Comecei pelo fim — pelo Livro de Apocalipse. Essa nova fase de Minha Busca continuou com tal intensidade por vários mêses até que decidi visitar o pastor — assim podia perguntar todas as questões difíceis para mim, e de uma vez para sempre encontrar as lacunas e inconsistências que eu estava certo faziam do Cristianismo uma religião criada pelo homem assim como todas as outras religiões do mundo.
Ele se recusou a me dar sua própria opinião sobre as questões, mas respondeu a cada uma delas indicando para mim várias passagens da Bíblia. Fiquei particularmente tocado por afirmações como, “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”, e “E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus.” Evidentemente, ” há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. “O qual Se deu a si mesmo em preço de redenção por todos.”
Me dei conta de que nunca havia orado em toda a minha vida. E se você pedisse ajuda a Deus e Ele lhe ajudasse? E se Ele fosse mais inteligente do que eu (aquele pensamento sempre caía sobre mim), então uma mera profissão exterior de fé de nada serviria. O pastor disse que quando quer que eu decidisse me tornar um Cristão, ele gostaria de testemunhar isso. Foi então que entendi que Deus devia ser uma Pessoa vida e que Ele aparentemente estava pronto para me atender se eu tão somente Lhe desse minha permissão. Decidi que aquela hora e lugar era a melhor oportunidade que eu tinha. Minha primeira oração saiu mais ou menos assim, “OK Deus, se você estiver aí, acho que posso estar precisando que me perdoe. E você pode ficar com o resto de minha vida. Por favor, me ajude.”
Não esperei mais que um milisegundo para me sentir inundado e transbordando com amor — o amor de Deus. Ali naquele escritório, e agora em meu coração, era o mesmo Jesus sobre o qual havia lido em Mateus, Marcos, Lucas e João. Minha avó estava certa e a Bíblia não era um livro comum. Parecia como se todas as luzes tivessem se acendido em um lugar que antes era uma casa escura.
Até hoje (33 anos mais tarde) aquela experiência de minha conversão Cristã permanece em minha memória tão distinta quanto a noite e o dia — “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”
Há muito mais para contar, mas deixarei para depois. Meu andar Cristão encontrou alguns trechos ásperos e pedregosos ao longo do caminho. Por exemplo, me desviei de Jesus Cristo por sete anos no início da década de 70 e só fui voltar como um Filho Pródigo arrependido depois que Deus lançou Sua artilharia pesada e uma severa disciplina para me relembrar de Sua propriedade sobre minha vida e da aliança que tenho com Ele — e de Seu leal amor e ilimitada misericórdia e graça. Hoje Deus já restituiu mais do que os “anos perdidos”. Ele abriu em minha consciência vislumbres do tempo e da eternidade de maneira que agora aguardo o futuro com ansiosa expectativa para compartilhar do universo juntamente com Jesus Cristo, o Senhor, e com Seu querido povo escolhido — para sempre. Espero que você venha comigo nessa minha jornada, se ainda não o fez.
Deixei minha posição no SRI como Físico Pesquisador Senior em 1987 para me dedicar a pequenos trabalhos como consultor independente de geofísica e para dedicar a maior parte do tempo ao ensino Bíblico, escritos e aconselhamento Cristão.
English
As a boy growing up in a small town in Idaho during the depression years I gave up any kind of religious teaching at an early age — believing it was only for old folks, for the weak, and for those still living in the past. Science, I thought, would one day answer all my questions about the meaning of life. My father made the outstandingly good income of $100 a month as local high school coach and chemistry/physics teacher so I took every opportunity to visit the labs at school with him. I was shy and unsure of myself and kept a low social profile at school. I studied hard to please my teachers and did well enough that I was voted “most likely to succeed” in high school.
My parents separated when I was 12 and my mother, sister and I moved to San Diego — during the early years of World War II. Two years later my mother died of kidney disease (she was only 39). This sad event only intensified my desire to get to the meaning of life — if there was one. Socially I was shy and introverted but I made it somehow through San Diego State College and then two years at Stanford towards a PhD in Physics. Only then did disillusionment with science-as-the-road-to-truth set it. The universe was marvelously intricate, orderly, and structured, but evidently a cold, impersonal and existentially meaningless place.
A challenging summer job led me to take time off from graduate school — but that interval lasted for the next 30 years! Soon I immersed myself in my work, and a California-style hedonistic search for truth through pleasure and hedonism, that is, the devotion to pleasure, especially to the pleasures of the senses. I believed that only what was pleasant or had pleasant consequences was intrinsically good. Alcohol loosened my social inhibitions and soon I thought life was supposed to be “eat, drink and be merry, for tomorrow we die.” (1 Corinthians 15:32).
I lived much of this while pursuing an academic and professional career that led me to receive an AB degree with high honors in physics and distinction in mathematics from San Diego State University in June 1954. After two years of graduate study in Physics and Electrical Engineering at Stanford University, (1954-1956), I joined the staff of SRI International (formerly Stanford Research Institute), in Menlo Park, California where I remained almost continuously for the next 30 years.
My first interesting roommate was a delightfully good-humored Freudian Jewish psychiatrist from Boston who assured me that everyone was neurotic and that final answers were to be found through the conquest of Inner — not Outer — Space. So, for the next two and a half years I continued My Search three days a week in classical psychoanalysis where I came to see that not everything in man can be explained in terms of chemistry, electricity and physics. My dreams could be interpreted, many of my adult behavior patterns were variations on a few themes from the nursery. What is love? What is the conscience? What is “free will”? — I wondered. What happens when you die? Why is everyone else around me apparently content to live “in houses made out of ticky tacky that all look just the same?”
Reading Sigmund Freud troubled me when I came to his awkward explanations as to why God (especially the Jewish God) did not exist. I wondered how Freud could be so sure? Had he looked everywhere? After all, God might be hiding. I preferred what I thought was the more sensible position of skeptical agnostic. So, I turned to Carl Jung and devoured all his books. Religious experience, he said, was often valuable to his patients. My Search now became a religious quest. I pursued Eastern religion with the help of ex-Episcopalian Alan Watts: Confucianism, Hinduism and Zen. I found a good astrologer and had a horoscope drawn up and took LSD, as Watts had done — all to see if I could experience a transforming religious experience. All to no avail.
But, by the age of 30 I had reached existential despair. Life is meaningless, there is no purpose for man’s existence. Suicide seemed a good way out — except that I was a coward and ‘what if there were a hell and I got out there and couldn’t come back’? Besides, my grandmother back in Idaho had been praying for me since the day I was born. What did she have that I had missed out on somehow? The best years of my life were over and gone I had looked everywhere, there was no place else to search.
In 1962 my then-roommate’s parents invited me one day to a place where for the first time in my life I heard what the Bible had to say about reality. All my attention immediately shifted to That Book No One Reads Anymore. I started at the end — in the Book of the Revelation. This new phase of My Search went on intensively for several months until I decided to see a man who was a Christian — so that I could ask him all my hard questions, and once and for all find the loopholes and inconsistencies I was sure made Christianity a man-made religion like all the other religions in the world.
He refused to give me his own opinion on things, but answered every question by pointing me to various passages in the Bible. I was especially moved by such statements as “The natural man does not understand the things of the spirit…they are foolishness to him,” and “Unless a man humbles himself and comes like a child he will in no way enter into the kingdom of God.” Evidently, “there is one God and one mediator between God and men, the man Christ Jesus who gave Himself as a ransom for all.”
I realized I had never prayed in my whole life. What if you called out to God for help and He helped you? If He were more intelligent than I was (that thought had just dawned on me), then mere outward profession of faith wouldn’t do. That man said that anytime I decided I would like to become a Christian, he would be glad to be a witness. It was then that I realized that God must be a living Person and that He was apparently ready to meet me if I would but give Him my permission. I decided that then and there was as good a time as ever. My first prayer went something like this, “OK God, if you are there, I think I may need to be forgiven. And, you can have the rest of my life. Please help me.”
I waited no more than a millisecond until I felt flooded and overwhelmed with love — God’s love. There in that office, and now in my heart, was the same Jesus I had read about in Matthew, Mark, Luke, and John. Grandmother had been right and the Bible was no ordinary book. It seemed as if all the lights had been turned on in what had been a very dark house.
To this very day, (33 years later) that experience of my Christian conversion stands out in my memory like night and day — “If anyone is in Christ he is a new creation, old things have passed away, behold all things have become new.”
There is much more to tell, but I’ll save that for later. My Christian walk has had some rough and rocky spots along the way. For instance, I walked away from Jesus Christ for seven years back in the early ’70’s and only came back as a repentant Prodigal Son after God brought out His heavy artillery and severe discipline to remind me of His ownership of my life, my covenant with Him—and of His loyal-love and unlimited mercy and grace. God has now more than made up for the “wasted years.” He has opened up to my consciousness glimpses into vistas of time and eternity so that I now look forward with eager anticipation to sharing the universe with Jesus Christ the Lord and his with His dear chosen people — forever. I hope you’ll join me on my journey if you haven’t already.
Concerning my professional activities, I left my position at SRI as a Senior Research Physicist in 1987 to pursue small-scale independent geophysical consulting services and to devote the bulk of my time to Bible teaching, writing and Christian counseling.