Eloah, Elohim e Adonai – A. J. Pollock

 Eloah 

Este nome para Deus é o singular de Elohim, seu significado é Deus, um objeto de adoração. Sua primeira ocorrência é encontrada em Deut. 32:15. “Mas Jesurum [nome poético para os filhos de Israel] engordou, e deu coices; tu engordaste, tu te engrossaste, tu te cobriste de gordura; então ele abandonou o Deus [Eloá] que o criou, e desprezou a Rocha da sua salvação”.

Este nome ocorre mais de cinquenta vezes no Antigo Testamento, destes 41 deles são encontrados no Livro de Jó. Vendo que o livro nos mostra a história do conflito entre Deus e Jó, é compreensível que esse nome para Deus encontre um lugar grande neste livro. Jó não apenas aprendeu de si mesmo na presença de Deus, mas ele também foi abençoado no verdadeiro conhecimento de Deus, do qual flui a única verdadeira felicidade.

Elohim 

Este é um dos nomes mais notáveis de Deus no Antigo Testamento, ocorrendo bem mais de 2.000 vezes – 27 vezes no Gênesis 1. É o plural de Eloah, e significa poder criador. Podemos muito bem perguntar: por que o nome sagrado está no plural? Educado na terra idólatra do Egito, Moisés, o escritor inspirado do Livro de Gênesis, não era um idólatra, nem acreditava em uma pluralidade de deuses, como faziam os pagãos à sua volta. Ele não era adorador do touro sagrado, do íbis, do gato, do besouro. Embora criado em todo o esplendor da corte egípcia, como o filho adotivo da filha de Faraó, ainda em Gênesis não há traço algum dos pensamentos idólatras e caminhos dos egípcios.

Por que, então, podemos perguntar, Deus é apresentado a nós como Elohim, uma palavra plural? Ao lermos a santa Palavra de Deus, descobrimos que Ele é revelado como Pai, Filho e Espírito. Até mesmo o leitor, que conhece apenas a língua portuguesa, pode entender, pela leitura de sua Bíblia em português, que mais de uma Pessoa Divina esteve envolvida na poderosa obra da criação. Lemos, por exemplo: “E disse Deus: Façamos [plural] o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança…” (Gên. 1:26).

E, além disso, é impressionante, de fato, que a palavra plural Elohim seja seguida por um verbo singular. Isso não tem significado à luz das Escrituras? É claro que temos aqui a primeira insinuação da divindade como Trindade – Pai, Filho e Espírito, mas um só Deus. Daí o verbo no singular, as duas palavras, “Deus (plural) criou (singular)” estabeleceu uma unidade plural, nunca conhecida salvo em relação ao Ser de Deus. Deus deu à língua hebraica seu número plural hebraico especial, ou seja, três no mínimo, de modo a insinuar esta verdade maravilhosa, embora não houvesse chegado a hora dela ser plenamente declarada. Que outra resposta podemos dar do que crer que foi assim?

Aqui está uma sugestão muito marcante da mesma verdade. Nós lemos: “Ouve, ó Israel: O SENHOR [Jeová, singular] nosso Deus [Elohim, plural] é o único SENHOR [Jeová, singular].” (Deut. 6:4). Aqui nesta declaração majestosa da Unidade da Divindade, toma-se o cuidado de declará-lo consistentemente com a verdade revelada posteriormente sobre as Três Pessoas da Divindade – Pai, Filho e Espírito. Estas Três Pessoas, de uma Substância, completamente unidas em pensamento, vontade, propósito, conselho, não são três Deuses, mas um Deus, não um triteísmo, mas uma Santíssima Trindade. Não podemos compreender o mistério de tudo isso, mas essa verdade está no próprio fundamento da fé cristã.

É notável, os judeus sendo crentes fervorosos no Deus Único, que o primeiro nome de Deus em seus escritos sagrados está no plural, e aparece mais de 2.000 vezes ao longo dos Livros do Antigo Testamento.

ELOHIM (plural), deuses, ocorre quase 200 vezes no Antigo Testamento, como se referindo a deuses pagãos. É particularmente frequente no Livro de Deuteronômio, onde os filhos de Israel, prestes a entrar para possuir a terra de Canaã, são advertidos repetidas vezes contra os deuses dos pagãos ao redor deles. Em Deut. 32:17, lemos: “Eles sacrificaram a demônios, não a Deus; a deuses que não conheciam; a novos deuses que eram recém chegados, a quem seus pais não temiam”.

Aqui observe como a adoração de ídolos é traçada até sua fonte vil, aquela de adoração de demônio. 1 Cor. 10:19-22 conecta idolatria similarmente com “comunhão com demônios”, com “o cálice de demônios”, com “a mesa dos demônios”. Aqui está um aviso muito necessário nestes dias de civilização. Em Êxodo 21:6, encontramos a palavra, elohim, descrevendo juízes terrenos. Em Salmo 8:5 encontramos anjos mencionados sob o nome de elohim (plural).

Adonai 

Este nome de Deus ocorre primeiro em Gênesis 15:2. Ali lemos: “E Abrão disse: Senhor [Adonai] DEUS[Jeová], o que me darás, visto que ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é Eliézer de Damasco?”

O nome, Adonai, ocorre cerca de 300 vezes no Antigo Testamento, e sendo plural como Elohim, os únicos dois nomes de Deus nas Escrituras no plural, consagram o pensamento da Trindade. Seu significado é Meus Senhores, mas sempre traduzido Senhor.

Seria bom lembrar que o título, Jeová, seja traduzido como DEUS ou SENHOR, é sempre impresso em nossas Bíblias em letras maiúsculas, enquanto Adonai, sempre traduzido como Senhor, é impresso em letras minúsculas apenas com a primeira letra maiúscula. Adonai é muito usado nos Salmos, Isaías e Ezequiel. Frequentemente é colocado entre colchetes assim: “O SENHOR DEUS [Jeová-Adonai]. É um nome usado em grande parte pelo povo do Senhor nos tempos do Antigo Testamento, voltando-se para Deus em busca de ajuda, orientação, misericórdia, compaixão.

Trecho do livro “Títulos divinos e seu significado” de A. J. Pollock