(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
O acampamento de Israel tinha que ser preservado de todas as impurezas e isso por uma razão fundamental: o Senhor habitava ali (versículo 3, isso também é mostrado em Deuteronômio 23: 14). (Isto é algo importante para lembrarmos se queremos honrar o nome de nosso Senhor Jesus. Somos responsáveis em cuidar para que as coisas que contaminam, sejam elas morais ou doutrinárias, sejam “lançadas fora” – pois o Senhor está ali, Gálatas 5: 9 e 1 Coríntios 5: 6). O apóstolo invoca o mesmo motivo para que cada filho de Deus mantenha-se limpo de toda a impureza: seu corpo é o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6: 19). O homem que sofria de lepra (que representa o pecado – “Todo leproso”, quer dizer, todo aquele em quem se reconhece que o pecado opera) ou de “um fluxo” (a incapacidade de conter as manifestações da carne – quem se reconhece que o pecado opera. “Todo o que padece fluxo -isto é, “todo aquele de quem emana uma influência corruptora) e, todos os imundos por causa de contaminação com algum morto deviam ser levados para fora do arraial até que ele fosse curado.
No versículo 6, o Senhor agora faz Seu povo lembrar que cada um devia permanecer individualmente alerta, que a consciência deles era impura (Quando alguém age ou fala de modo errado contra outro, não é suficiente apenas dizer ao Senhor que pecamos – temos que ir ao que fizemos mal e acertar as coisas com ele também).
Do versículo 11 em diante, trata-se do julgamento do ciúme. Isso sugere a cada um de nós um exame cuidadoso e frequente das nossas afeições. Cristo continua sendo nosso objeto? Se amamos o mundo, a Palavra nos aplica o terrível título de “adúlteros”. Mesmo que, externamente, tudo pareça estar em ordem, nos tornamos inimigos de Deus, traímos o Senhor (Tiago 4: 4; 1 Coríntios 10: 22). Encontramos com frequência na Bíblia a figura do marido e da esposa, o que nos lembra do Amor e relacionamento do Senhor para com o Seu povo de Israel, ou para com Sua Noiva celestial (a igreja). Que coisa triste e terrível quando o povo do Senhor se desvia dEle e faz amigos dentre aqueles que são realmente inimigos de nosso Senhor. Sim, permaneçamos diante Dele, como essa mulher suspeita diante do sacerdote e permitamos que a Palavra (a água santa) penetre nossa consciência e revele nossos sentimentos mais secretos. Deixemos que a Palavra de Deus nos sonde completamente. “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Salmos 139: 23-24).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
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Em Números 4, então, temos a ordem do serviço levítico, indicada por Deus, para o desmonte e transporte do tabernáculo; em Números 5, a remoção daquilo que contaminaria o arraial no meio do qual Deus habitava.
As instruções para remoção da impureza em nosso capítulo passam por três pontos principais:
Primeiro, a remoção de pessoas que podiam estar contaminadas. A lepra é um tipo de “pecado na carne”, do qual fala Romanos 8: 3. A “questão” nos lembra as palavras de nosso Senhor: “o que sai da boca, isso é o que contamina o homem” (Mateus 15: 11). O homem sendo corrompido pelo pecado, tudo o que sai dele é contaminado e contaminante; E então “o pecado, sendo consumado, gera a morte”, como o apóstolo Tiago nos diz (Tiago 1: 15).
Uma segunda fonte de impureza é mostrada nos versículos 5 a 10. A transgressão contra o Senhor e ao próximo é contemplada. Ela era tratada por confissão e por restituição. Isto tem algo muito definido para nós hoje. A confissão era a primeira coisa, mas por si só não era suficiente. Hoje temos muita contaminação, mesmo entre os verdadeiros santos de Deus, que brotam da transgressão, tanto na fala como no ato, o que aflige ao Espírito Santo e é um grande obstáculo à bênção espiritual. Não é raro que um tempo de despertar e conversão entre pecadores tenha sido precedido de um período de reavivamento entre os santos, quando a convicção de ofensas e transgressões contra seu Senhor e seus companheiros cristãos vem à consciência, seguida de confissão e restituição, na medida de suas forças.
E a terceira fonte é mostrada do versículo 11 até o final do capítulo, “a lei dos ciúmes”. O arraial deveria ser santo pois era a morada de Deus, e se o ciúme quanto a sua esposa entrasse na mente de um homem, não devia ser mostrado, mas testado, seja com base em fato ou fantasia. Se fosse verdade, o julgamento caia sobre a mulher; se falso, ela era livre e demonstrava isso. Podemos ver aqui um tipo daquilo que marcou Israel e Jerusalém, indicado, por exemplo, em Ezequiel 16. Possivelmente isso também estava na mente do apóstolo Paulo quando escreveu 2 Coríntios 11: 2.
Israel teve que aprender que Jeová é “um Deus ciumento”, e nós, cristãos, devemos lembrar que o Senhor Jesus, em quem a nossa fé repousa, tem ciúmes das afeições e devoções dos Seus santos, e algo desse ciúme justo e santo estava no coração do Apóstolo ao pensar na maneira pela qual os coríntios estavam em jugo desigual com os homens do mundo, sobre o qual ele os advertiu em 1 Coríntios 6. Foi a perda do “primeiro amor” por Cristo que colaborou com todos os males que corromperam as igrejas do Apocalipse 2 e 3.