(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
As pessoas ouviram o testemunho, viram o fruto, a evidência, e ainda assim não creram. Neste capítulo que estamos meditando, Canaã não é uma figura do céu, onde Cristo está. Quando entramos nesse lugar bem-aventurado, todos os conflitos e lutas para sempre deixarão de existir. Aqui ela é uma figura do reino de bênção celestial que é nosso em Cristo, que entramos no momento atual e nos leva a um conflito espiritual. Por isso a Epístola aos Efésios abre com um desdobramento dessas “bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” e termina com a luta mostrada em Efésios 6. Vale lembrar que o relato da armadura de Deus é seguido pela admoestação: “orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito” (Efésios 6:18). Também devemos ter em mente que, para vencer, devemos depender do poder de Deus.
Doze espias partiram, um para cada tribo. No começo da jornada não havia distinção entre eles. Mas a jornada de quarenta dias colocou os homens à prova (o número 40 na Bíblia sempre fala de testes). E em seu retorno, cada um mostra o que estava em seu coração. O resultado? Dez são incrédulos; apenas dois, Josué e Calebe, confiam em Deus. A terra era tudo o que Deus havia declarado ser. A fé conhece o Senhor e avalia as circunstâncias segundo o ponto de vista de Deus; a incredulidade, por outro lado, as mede pelas dimensões humanas e se detém nos obstáculos visíveis. Os gigantes, filhos de Anaque, eram reais assim como os altos muros. Mas o erro dos espias incrédulos era levar em conta suas próprias limitações e se preocupar com o que seus inimigos pensavam deles (final do versículo 33). Eles dizem ao povo: “Não poderemos”. Seus olhos estavam desviados do Senhor, e sentiam-se como gafanhotos diante de gigantes. Eles deveriam ter olhado para o Senhor. Josué e Calebe não têm vergonha de declarar sua fé diante de todos. Eles valorizam a herança prometida e exortam seus irmãos a tomarem posse dela. Que exemplo! Nos encontramos entre aqueles que recomendam “a terra” ou entre aqueles que desencorajam as almas de seguirem a Jesus?
Calebe diz, “certamente prevaleceremos” (versículo 30). Calebe tinha seus olhos no Senhor. Há muitos inimigos que iriam tentar nos impedir hoje de desfrutarmos, agora mesmo, nossos maravilhosos privilégios e bênçãos como povo celestial. Somos abençoados “com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Efésios 1:3). Não obtemos nossas bênçãos pela obediência à Palavra de Deus, mas desfrutamos delas pela obediência.
Tendo desviado o coração do Senhor, caíram na corrente da incredulidade, eles creram nas convicções que formaram e declaram que a terra é ruim, e acabam reclamando de Deus. Não foi Moisés que os levou até aqui, foi o próprio Deus; eles o acusam. Além disso, eles não podem conter sua raiva contra aqueles cujo testemunho de fé condena sua incredulidade.
Para nossa tristeza isso é algo comum, as dificuldades desencadeiam a incredulidade do coração e nos levam a falar mal da posição em que fomos divinamente chamamos, e da qual provamos a benção! Tudo isso flui do esquecimento de Deus. Eles eram como um gafanhoto comparados aos filhos de Anaque? De que adianta muralhas para Deus? Agora Deus interfere. Eles serão tratados de acordo com sua fé; eles perecerão no deserto, de acordo com o desejo deles. A incredulidade não pode negar o que Deus faz, mas ela nos faz tirar os olhos de Deus. Vemos aquele povo chorar, mas são lágrimas de incredulidade. O coração que se recusa a continuar com Deus volta ao Egito em seus desejos. Não tema o mundo e seus gigantes, o Senhor está conosco!
Aqui estamos vendo Israel, mas sempre devemos lembrar que temos uma melhor salvação, fundada em uma melhor redenção e com melhores esperanças. O mundo que vivemos hoje não é menos perigoso do que o deserto que Israel teve que passar. Mas temos um Deus e Pai, Aquele que o Senhor Jesus nos fez conhecer (João 14:7-11). Não descansamos “apenas” no amor de Deus, mas na redenção comprada pelo Senhor Jesus que nos une a Ele. E Como tratamos a Deus, confiamos Nele? Crer que Ele está cuidando de nós o tempo todo é o meio mais seguro de aproveitar toda a Sua fidelidade e a força do Seu amor.
Não concordar com a “maioria” é sempre difícil e as vezes perigoso. O povo quer apedrejar aos dois homens (versículo 10), mas eles têm Deus do seu lado.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.