Levítico 9:1-24

(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
 
 
A Epístola aos Hebreus mostra o Sumo Sacerdote adequado para nós, “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores…” (Hebreus 7:26). Que contraste com Aarão, o sacerdote “tomado dentre os homens” mencionado na mesma epístola, que tinha a necessidade de oferecer sacrifícios pelo pecado não só do povo, mas também “por si mesmo” (Hebreus 5:1-3). Isso é o que vemos ele fazendo aqui. Antes de poder se ocupar com os pecados do povo, Aarão é obrigado a resolver diante de Deus a questão dos seus próprios pecados. É um princípio geral cuja importância o Senhor nos lembra no “sermão da montanha”. Para ser capaz de tirar o argueiro que está no olho do seu irmão, é necessário primeiro tirar a trave no próprio olho (Mateus 7:3-5). 
 
O final do capítulo nos mostra que, feita a propiciação e resolvida a questão do pecado, a bênção pode vir para o povo através do Autor da propiciação, a glória de Deus pode ser manifesta e a alegria pode ser expressa livremente. Tais são também as bem-aventuradas consequências da cruz de Cristo para o povo de Deus hoje. Que Deus nos ensine a apreciá-las e a responder da mesma maneira! 
 
Tendo terminado as oferendas, Arão então levanta as mãos para abençoar o povo, o que nos lembra o Senhor Jesus em Lucas 24:50, tendo concluído Sua obra de redenção, levantando Suas mãos abençoou aos discípulos. A base de toda a bênção, a aceitação do sacrifício do Senhor Jesus.
Então Moisés e Arão entraram no tabernáculo (versículo 23), típico do Senhor Jesus entrando no céu após Sua ressurreição; mas saindo novamente, e mais uma vez abençoando as pessoas. A primeira bênção fala à Igreja imediatamente após a ressurreição do Senhor, e isso continua durante todo o tempo em que o Senhor Jesus está exaltado no trono do Pai. Mas Ele voltará a surgir no tempo em que Israel será abençoado com a maravilhosa bênção milenial. Moisés é uma figura de Cristo como governante e Aarão como Sumo Sacerdote, pois no dia seguinte Israel o reconhecerá como Rei e Sacerdote, assim terá tanto a bênção do governo quanto a da mediação – função do sacerdote, mediador entre Deus e os homens. A semana da consagração acabou, o oitavo dia estabelece o tempo da glória da ressurreição, o começo de um novo período de tempo.
Isso é seguido de um acontecimento ainda maior, o aparecimento da glória do Senhor aos olhos de todo o povo. Só é possível ver a glória de Deus sem ser consumido pelo juízo divino depois de ter resolvido a questão do pecado. Assim como na época de Sua vinda em glória majestosa, todo o mundo será subjugado pela luz de Sua manifestação. Para isso, saiu fogo de diante dEle para consumir o holocausto e a gordura no altar. Assim, Deus indicou Sua aceitação da oferta e Ele mesmo foi glorificado. Foi a mão de Deus que acendeu o fogo sobre o altar para consumir o holocausto, fogo que nunca se apagaria. Foi o fogo de Deus e não o fogo do homem que consumiu o sacrifício (versículo 24). 
De duas maneiras as pessoas foram afetadas por isso. Primeiro, eles gritaram, indicando sua apreciação do que era manifestamente a vitória do Senhor (Números 23:21). Em segundo lugar, eles caíram sobre as suas faces, mostrando humilhação voluntária de si mesmos diante Dele, subjugados pelo reconhecimento de Sua majestade.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.