(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
A oferta pelo pecado conclui a lista das ofertas sagradas.
Ela é bem semelhante a oferta pela transgressão que vem depois. É uma figura do aspecto da morte de Cristo que é mais facilmente compreendida pelas pessoas, Sua morte por pecadores.
O sacrifício pelo pecado atende nossa necessidade (1 Pedro 2:24, 2 Coríntios 5:21). Deus não pode simplesmente perdoar pecados. Eles precisam ser pagos.
Quando aceitamos o Senhor Jesus como nosso Salvador, recebemos perdão de pecados, mas Ele pagou a pena – morte – por nós (Efésios 1:7). Você entende a diferença entre os três primeiros capítulos e este?
Em sua sequência no tempo, as ofertas pelo pecado e pela transgressão vêm primeiro, pois primeiramente precisamos ser salvos, mas no que concerne a Deus (as três primeiras ofertas) vem primeiro em lugar em importância do ponto de vista de Deus. Primeiro Deus deve ser honrado.
Repare também a diferença em como esta oferta deve ser feita. Repare que estes eram pecados de ignorância. Não havia sacrifícios para pecados deliberados. Um pensamento sério – Hebreus 10:26. Uma pessoa que se denomina cristão deve prestar mais atenção se estiver deliberadamente se envolvendo com o pecado sem ter sua consciência afetada. Tal pessoa não poderia ter qualquer segurança de ser realmente um crente.
Segundo a lei, não havia sacrifício pelos pecados da desobediência deliberada. Números 15:30 diz: “Mas a alma que fizer alguma coisa atrevidamente… aquele que fizer injuria ao Senhor, tal alma será extirpada do meio do seu povo” (versão RA). Assim, não houve sacrifício pelo pecado de Davi (Salmo 51:16). Hoje, sob a graça, quão maravilhosa é a diferença, pois “o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1:7). De modo que devemos distinguir entre a aplicação literal dessas ofertas para Israel e o significado espiritual delas para nós hoje.
Os versículos 3 ao 12 nos fala de algo solene, era uma séria ofensa se o sumo sacerdote pecasse. Neste caso, e no próximo (toda a congregação), se o sangue do sacrifício não fosse introduzido no santo lugar e colocado sobre o altar do incenso, a comunhão de toda a congregação com Deus seria interrompida. Quanto mais perto uma pessoa anda com Deus, mais sério é quando peca. Deus o tem como responsável (Lucas 12:48).
Na ordem das coisas, primeiro a oferta queimada, o holocausto, nos ensinando que Deus se agradou da obra de Cristo; a última oferta atendia as necessidades do pecador. Mas é evidente que devemos tomar o caminho oposto. Antes de conhecer a paz e a alegria do sacrifício pacífico, antes de compreender o que Jesus foi para Deus em Sua vida e Sua morte, começamos por tratar com Aquele que sofreu e morreu na cruz para expiar nossos pecados. O sangue era levado ao tabernáculo como para dar a Deus uma prova da obra concluída e ao pecador a segurança da sua aceitação. A gordura queimada sobre o altar, um sinal da satisfação encontrada por Deus na obediência da vítima. Resumindo, enquanto a carne da oferta queimada era para queimar no altar e a da oferta de paz comida por aquele que a ofereceu, os corpos dos animais oferecidos pelo pecado eram queimados fora do arraial. Por causa dos nossos pecados que Ele carregou, Jesus sofreu “fora da porta” (versículo 12 e Hebreus 13:12), longe da presença de um Deus santo. E o verbo “queimar” do versículo 12 é diferente do “arder” (ou fumegar – versão Reina Valera) do versículo 10, utilizado para as gorduras e os incensos, expressa a intensidade do julgamento que consumiu o nosso Sacrifício perfeito (Hebreus 13:11). Não era uma oferta de “cheiro suave”, pois fala de Cristo sofrendo de Deus sob a maldição de nossos pecados, num lugar de total rejeição “fora do arraial”.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.