Levítico 3:1-17

(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
 
 
A oferta de paz também era um sacrifício voluntário. Um animal sem mácula era oferecido, no entanto, agora poderia ser um macho ou uma fêmea. Claro que essa oferta fala também do único sacrifício de Cristo, mas uma vez que uma fêmea era permitida, isso envolve a parte que os crentes têm com Cristo no valor de Seu sacrifício. O holocausto fala do valor desse sacrifício para Deus, mas a oferta de paz envolve também a bênção que alcança o crente por meio do sacrifício de Cristo.
O sacrifício pacífico ou de comunhão (em hebreu, shelem – retribuição, sacrifício voluntário de agradecimento) celebrava a paz com Deus estabelecida com base na eficácia do sangue expiatório. A obra acabada de Cristo em relação ao crente é ilustrada no sacrífico pacífico. O Senhor Jesus é nossa paz (Efésios 2:14), fez paz pelo sangue da sua cruz (Colossenses 1:20). Anunciou esta paz aos que estavam longe e estavam perto (Efésios 2:17), derrubando o muro de separação entre judeus e gentios. 
Cristo como oferta pacífica estabeleceu a paz entre Deus e os homens por meio de Seu sacrifício, e isso é visto especialmente no Evangelho de Lucas, de modo que a graça, a concórdia e a comunhão são as características em destaque desta oferta e a paz que ela produz. Jesus não veio somente para glorificar o Pai em Sua vida (a oferta de manjares), em sua morte (a oferta queimada ou holocausto) e expiar nossos pecados (o sacrifício do capítulo 4). Ele também veio para nos colocar em um novo relacionamento de comunhão com Deus. Era a única oferta da qual o ofertante recebia uma parte. Nosso amado Salvador não apenas nos salvou do juízo eterno. Ele queria nos alegrar, e isso desde já. 
Assim como os outros sacrifícios, a gordura é para o Senhor e era queimada sobre o altar. Ela é o símbolo da energia interior, da vontade que o coração governa. Em Jesus, esta energia foi inteiramente para Deus. Sua vontade era sempre fazer as coisas que agradavam ao seu Pai (João 6:38; João 8:29). Esse sacrifício só podia ter um cheiro suave, infinitamente agradável para Deus (versículos 5 e 16). 
Que privilégio para aqueles de nós que conhecem a Jesus para termos o mesmo “manjar” com o Pai (versículos 11 e 16), sermos convidado à Sua mesa para compartilhar de Sua alegria e Seus pensamentos sobre Seu Filho amado! O apóstolo João diz: “Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (1 João 1:3). 
 
Os três primeiros sacrifícios: holocausto, farinha e pacífico, falam de adoração pública, mas podiam ser feitos voluntariamente ao Senhor a qualquer momento. Os próximos dois deviam ser feitos quando alguém houvesse pecado. Estas ofertas ou sacrifícios mostram dois aspectos: adoração voluntária e expiação obrigatória.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.