Levítico 27:1-15

 (para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

Este capítulo trata dos votos (promessas) que os filhos de Israel poderiam fazer a Deus e a maneira como o sacerdote deveria avaliá-los. Isto nos faz pensar do Senhor Jesus e do valor que foi dado a Ele. Leia Zacarias 11:12-13 e também Mateus 27:9-10.  

Este assunto não era uma questão da lei que exigisse qualquer coisa, mas de um voto voluntário feito a Deus. Embora não fosse necessário, ainda assim, quando o voto era feito, era absolutamente necessário que fosse mantido. Israel prometeu fazer tudo o que o Senhor ordenar (Êxodo 19:8, Êxodo 24:2 e 7). Deus manteve sua palavra, mas eles não cumpriram esse voto. Cada indivíduo, portanto, tinha incorrido em uma dívida que nunca pagaram, nem podem pagar. Sua condição por esse motivo é incorrigível. Somente a graça de Deus pode alcançá-lo – graça que veio na pessoa do Filho de Deus, mas que Israel recusou. Somente quando suas mentes forem mudadas, eles receberão tal graça.

Por causa da comprovada infidelidade do homem – comprovada por Israel de acordo com a lei – o Senhor Jesus advertiu as pessoas a não fazerem promessas (Mateus 5:33-37). Em outras palavras, não devemos confiar em nós mesmos. Nossa confiança deve ser apenas no Senhor, cuja palavra nunca pode falhar.

Em Êxodo 30 (versículos 11-16) vemos que o preço do resgate era idêntico para todos. Aqui, pelo contrário, as avaliações são variáveis. Na verdade, já não se trata mais do que representa a nossa salvação, mas sim da capacidade que cada um possui. Redimidos pelo mesmo preço, o precioso sangue de Jesus, todos os filhos de Deus não estão no mesmo nível espiritual ou possuem a mesma aptidão para o serviço.  

O sacerdote devia intervir para apreciar a obra de cada homem: “segundo a avaliação do sacerdote, assim será” (versículo 12). Nós, que facilmente criticamos o que outros crentes fazem ou não fazem, vamos lembrar que Aquele que julga é o Senhor e que no Corpo de Cristo cada membro tem sua importância e função específica (1 Coríntios 4:4-5). 

 

Pessoas, animais ou casas, tudo poderia ser consagrado ao Senhor. Na verdade, não temos nada mais precioso para oferecer ao Senhor do que nós mesmos, nossa própria pessoa. Isto é o que foi feito pelos macedônios de quem o apóstolo fala: “se deram primeiramente ao Senhor…”, e todo o seu serviço, espontâneo, cheio de alegria, surgiu deste dom inicial (2 Coríntios 8:5). 

 

Os versículos 14 e 15 falam de uma casa santificada. Há novamente um significado maior neste caso do que simplesmente a questão da casa de uma pessoa ser separada para o Senhor. Isso era verdade para o templo em Israel: sendo santificado, era propriedade de Deus, e o Senhor chamou-o de “a casa de meu Pai” (João 2:16). Nas epístolas do Novo Testamento, no entanto, a casa de Deus já não é um edifício material, mas uma casa composta de todos os crentes, “uma casa espiritual” (1 Pedro 2:5). Todo crente é uma pedra – uma pedra viva – neste edifício, uma casa exclusivamente para Deus, uma habitação de Deus no Espírito (Efésios 2:22). 

Outro princípio é introduzido no caso de alguém que deseja resgatar sua casa. Se assim for, um quinto seria adicionado ao seu valor estimado (versículo 15). O Senhor Jesus ainda redimirá a casa de Israel em virtude do Seu sacrifício já realizado, que mais do que pagou o valor da casa: portanto, pode-se dizer: “e será Sua”.

Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.