Levítico 13:9-28

 

(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

Para que a lepra pudesse ser diagnosticada, o doente tinha que apresentar dois sintomas: pele branca, uma figura do declínio espiritual derivado da perda de comunhão com o Senhor. A mancha mais profunda na pele indicando que não se trata de um defeito superficial e revela um mal profundo. Mas aqui encontramos um paradoxo: enquanto uma única mancha era suficiente para estabelecer a impureza do leproso, a partir do momento em que ele se encontrava totalmente coberto com a doença podia ser considerado limpo! Essa é a maneira. Pode parecer estranho, mas o significado espiritual é muito importante, pois fala de alguém que julgou totalmente o pecado da carne em si mesmo: ele está totalmente exposto diante de Deus.

Assim que o pecador ocupa o seu verdadeiro lugar perante Deus, todo o problema do seu pecado é resolvido. Desde que manifeste o seu verdadeiro caráter, desaparecem todas as dificuldades. Talvez tenha de passar por experiências difíceis antes de chegar a este ponto – experiências resultantes de se recusar a ocupar o seu verdadeiro lugar, ou seja, confessar “toda a verdade” sobre a sua pessoa. Porém desde o momento em que ele se decide a dizer, de todo o seu coração, “tal como sou” a graça de Deus se derrama sobre ele. “Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio” (Salmo 32:3-4).

Assim como o pobre leproso, que por tanto tempo foi obrigado a manter as áreas infectadas cobertas, agora já não era capaz de esconder coisa alguma, mesmo assim, quando um homem é forçado a confessar-se totalmente imundo, Deus pode declará-lo limpo em virtude da obra de Cristo. “Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri… e Tu perdoaste a maldade do meu pecado” (Salmo 32:5). Mas toda mostra de “carne viva” mostrava contaminação fresca: isto tipifica os esforços infrutíferos da velha natureza para melhorar a si mesma. O pecado contamina enquanto está encoberto, mas quando é trazido completamente à superfície pela confissão honesta e completa por parte do pecador, deixa de contaminar. Na confissão o pecador julgou a si mesmo e o poder de propagação e difamação de seu pecado é quebrado. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar… Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso” (1 João 1:9-10).

O Novo Testamento também nos ensina a discernir um caso de outro. Em Gálatas 6:1 não é um caso grave de alguém que se habituou a ser devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador (1 Coríntios 5:11). No primeiro caso, é preciso a ajuda restauradora dos irmãos; no segundo é necessário que ele seja afastado da comunhão dos santos com o objetivo de recuperação. Alguns casos são claros, outros mais difíceis e exigem um discernimento especial. Por esta razão, era dado tempo ao sacerdote para ter certeza quanto ao caso (versículo 21). Se depois do tempo houvesse propagação, a pessoa estava impura; caso não, o sacerdote o declararia limpo (versículos 22-23). O discernimento sacerdotal deve ser capaz de reconhecer uma mudança favorável na atitude de alguém que antes estava em má condição.

Em Lucas 5, um homem “cheio de lepra” chega a Jesus e pede: “se quiseres, bem podes limpar-me”. O Senhor o “limpa” e o ordena a dar testemunho Dele, cumprindo com as instruções do capítulo 14 deste nosso estudo.  

   

Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.