Quando os Anjos se Alegram! | When Angels Rejoice!

Português

Começava o ano de 1978 e eu nem imaginava que uma série de acontecimentos iria em breve mudar completamente minha vida. Eu estava com 23 anos de idade mas nem me passava pela cabeça que aconteceria comigo algo que faz os anjos se alegrarem. Enquanto andava pelos corredores da Faculdade de Arquitetura de Santos, onde estudava, uma nota no quadro de avisos chamou minha atenção: “SE VOCÊ SE INTERESSA POR TRIBOS INDÍGENAS, FALE COMIGO – FERNANDO . Qualquer assunto relacionado ao homem e à natureza me interessava. Logo eu estava procurando pela pessoa que havia colocado aquele anúncio.

Viagem no Misticismo

Nos últimos anos eu havia mergulhado profundamente em uma viagem em busca de uma razão de viver. Aquela jornada acabou me levando a acreditar que a única solução para minha existência como ser humano estava no auto-conhecimento, na sua evolução espiritual. Minha filosofia era uma mistura de espiritualidade com idéias de uma volta ao campo para viver uma vida simples em comunidades alternativas. Levava uma vida voltada para o misticismo. Praticando alimentação natural e medicina alternativa oriental, minha mente era um verdadeiro caldeirão de conhecimentos espiritualistas. Nela eu tentava conciliar conceitos e idéias emprestadas do espiritismo, esoterismo, teosofia e Tao Te Ching. Minha biblioteca era meu tesouro: autores como Alan Kardec, Madame Blavatsky, Krishnamurti e Carlos Castañeda habitavam nela, lado a lado, como se não discordassem entre si.

Brincando de Monge

O interesse por essas coisas veio aos poucos. Primeiro vieram os livros de Lobsang Rampa, um jornalista britânico que afirmava ser a reencarnação de um Lama tibetano. Suas idéias acerca do poder da mente, percepção extrasensorial e viagem astral impregnaram de tal modo meus pensamentos que acabei me tornando um leitor assíduo de tudo o que se referia ao ocultismo, magia e parapsicologia. Me envolvi com experiências com fenômenos paranormais que incluíam telepatia, precognição, psicocinésia e radiestesia, e acreditava poder medir a aura de meus amigos com um instrumento que construí.  

Todas as formas de religião oriental me atraíam. Por mais de um ano dediquei-me à Seicho-no-ie, absorvendo e acreditando em tudo o que o mestre Masaharu Taniguchi escrevia. Mas na mesma proporção que minha biblioteca crescia, recebendo dúzias de novos volumes sobre pensamento positivo, meditação transcedental, seres elementais (fadas, gnomos e duendes), yoga, astrologia, ufologia, e parapsicologia, aumentavam minhas dúvidas e falta de paz. Eu conseguia disfarçar meu crescente sentimento de inquietude adotando uma postura de sábio e cultivando uma imagem de homem santo e espiritual. Tentando me separar do mundo material, queria que as pessoas pudessem ver em mim um tipo moderno de monge. 

Ghandi, Meu Ídolo

Krishna, no Mahabharata, era uma de minhas leituras prediletas. Aliás, o Bahagavad Gita era meu livro de cabeceira para minhas leituras noturnas. Gandhi passou a ser um exemplo para mim. Logo adotei um estilo de vestir, vestindo camisas feitas com saco de algodão que, junto com calças desbotadas e sandálias, me emprestavam uma aparência de humildade e de desprendimento das coisas materiais. Uma bolsa de lona, onde costumava ter sempre pão de trigo integral, completava a imagem de homem espiritual que eu queria transmitir às pessoas. Comia apenas alimentos naturais e era um fanático, adepto da Macrobiótica, uma dieta baseada no Tao. Não comia carne, açúcar e qualquer alimento industrializado. Não comia qualquer coisa considerada demasiadamente Ying pela Macrobiótica. Iria atrapalhar o equilíbrio Ying Yang que meu corpo precisava ter para entrar em harmonia com o Universo. Passei a ter em Georges Osawa e Tomio Kikuchi meus mestres dietéticos. Meu peso caiu de 75 kg para 56 kg, o que, para alguém de 1,84 de altura, concedia a magreza e palidez necessária a um candidato ao Nirvana. Meu esqueleto à mostra já começava a atrair olhares curiosos quando eu caminhava pela praia.

Todo Monge Precisa de Patrocínio  

Mas toda aquela aparência de despojamento e espiritualidade só era possível porque meu pai me dava todo o dinheiro que eu precisava para morar sozinho e com todo o conforto em um apartamento no Guarujá. Meu apartamento ficava a poucos metros de uma das mais famosas praias do Brasil. Ele também providenciava o suficiente para que eu estudasse em uma faculdade particular das mais caras. Os mesmos recursos permitiam que eu me alimentasse regularmente em restaurantes Macrobióticos. Estes alimentos costumavam ser normalmente mais caros que as refeições em restaurantes comuns. Eu podia ter a aparência de um monge asceta, mas meu padrão de vida era de um menino rico. O único conforto que consegui deixar de lado foi meu carro, o qual dei à minha irmã. Passei a andar a pé, de bicicleta ou de ônibus.

Encontrei Alguém que Cria na Bíblia  

O meu interesse pela vida natural levou-me a ser atraído pelo anúncio sobre índios que Fernando havia colocado no quadro de avisos da faculdade. Encontrei-me com ele na Biblioteca e logo percebi que o anúncio sobre índios era apenas um chamariz para ele poder entrar em contato com as pessoas. Ele realmente estava em contato com pessoas que viviam em uma tribo na Amazônia, mas eram missionários tentando converter os índios ao cristianismo. Logo ficou claro que Fernando queria fazer o mesmo comigo. Achei o cristianismo que ele professava um absurdo, mas continuei minha amizade com Fernando pois sentia pena dele. Como podia alguém, em pleno século vinte, acreditar na Bíblia com a ingenuidade de uma criança! Ele dizia que eu era um pecador perdido que precisava de um Salvador; que Jesus me amava o suficiente para ter morrido na cruz para pagar meus pecados; que três dias mais tarde Ele ressuscitou de entre os mortos para se tornar um Salvador vivo. Segundo o que Fernando dizia, bastava eu crer em Cristo para ser perdoado de meus pecados e receber a vida eterna.  

Eu procurava por todos os meios mostrar a ele que a Bíblia continha muitos erros e que ao longo dos séculos ela tinha sido alterada pelos judeus e pelos católicos. O que eu não dizia era que não sabia ao certo que erros ela continha e onde tinham feitos essas alterações. Se alguém me pedisse, eu teria sido incapaz de mostrar um simples erro ou passagem alterada. Nem me passava pela cabeça que para poder afirmar que algo foi alterado é preciso conhecer como estava no original.

Deus Numa Tigela

Eu procurava explicar ao Fernando que era necessário que o ser humano subisse pela longa escadaria da evolução espiritual para atingir o estado de graça, para chegar ao que ele chamava de Céu. As coisas não eram tão fáceis como ele queria que eu acreditasse. Nessa escalada valia tudo: caridade, reencarnação, sofrimento, despojamento das coisas materiais, purificação do corpo por alimentos saudáveis, e milhões de outras coisas. Tudo dependia só de você e dos seus esforços. Obviamente não disse a ele que era impossível alguém ter a certeza de estar neste ou naquele degrau evolutivo, ou de se ter alcançado algo.  

Eu acreditava que apenas alguns grandes mestres tinham alcançado a perfeição, e entre eles eu incluía Jesus, colocando-O no mesmo nível de homens como Sidarta Gautama, ou Buda, Confúcio ou mesmo São Francisco de Assis. Não acreditava que Jesus fosse Deus. O conceito de Deus para mim era mais de uma energia cósmica do que de um Ser Divino. No fundo acreditava que o homem podia atingir a divindade dentro de si mesmo. Mas minhas crenças não traziam paz ao meu coração e nem certeza de ter alcançado coisa alguma. Continuava, porém, a fingir que era feliz e talvez achasse que meu rosto pálido pela falta de proteínas fizesse os outros pensar que eu era um santo de verdade. Minha insistência fez com que Fernando aceitasse ir almoçar comigo na Associação Macrobiótica de Santos. Lá alguém perguntou-lhe o que achava da Macrobiótica, após dar a ele uma longa explicação sobre sua filosofia. “Achei que vocês são extremamente religiosos… e que o deus que vocês adoram é essa tigela de arroz.” respondeu Fernando sem hesitar.

Sedento Pela Verdade  

Nossas discussões continuaram, mas pouco a pouco alguma coisa começou a mudar dentro de mim. Comecei a prestar mais atenção ao que Fernando dizia. Até procurava provocá-lo com meus argumentos espiritualistas, apenas para ouvir o que ele tinha a dizer sobre a Bíblia e o Senhor Jesus. Aliás, posso confessar com toda a sinceridade que já fazia algum tempo que eu tinha passado a invejar a alegria de um grupo de jovens que, nos Sábados à noite, costumava tomar o mesmo barco que eu tomava para atravessar o canal entre Santos e Guarujá. Eles pareciam sair de uma igreja evangélica das proximidades e quando entravam no barco com suas Bíblias na mão irradiavam uma paz que eu, cada vez mais magro e pálido, não conhecia. Eu não conhecia absolutamente coisa alguma da paz e alegria que eles certamente gozavam. Tudo o que eu podia apresentar era o que vinha de um rosto pálido e único sentimento de leveza que eu experimentava era devido à desnutrição.

Eu Queria Glória Para Mim

Certa noite cheguei ao meu apartamento cansado e desanimado. Apesar de todos os meus esforços de elevação espiritual, eu me sentia na estaca zero; não podia seguir adiante. Cheguei até mesmo a pensar que o suicídio seria uma ótima saída para encontrar descanso. Mas o que certamente me incomodava era o amor de Deus para o qual Fernando continuava tentando chamar minha atenção. Se Cristo havia morrido em meu lugar para pagar pela dívida de pecado que eu tinha com Deus, eu nada precisava fazer senão aceitar o perdão completo que Deus oferecia de graça. Como poderia algum esforço de minha parte ajudar, se a Bíblia dizia claramente que “pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom (dádiva) de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8,9). Aquilo era demais para o meu ego. Devia haver algum mérito para mim, caso contrário eu não iria aceitar a salvação. Não queria dividir com Deus a glória da minha própria salvação. Não queria atribui-la exclusivamente a Ele. Nas trevas onde eu fora ensinado, era preciso eu evoluir espiritualmente, me aperfeiçoar, me esforçar o máximo e até reencarnar algumas centenas de vezes para chegar a Deus. Todavia, bastava uma passagem da Bíblia para destruir toda a minha crença na reencarnação: “Aos homens está ordenado morrerem UMA VEZ, vindo depois disso o juízo” . (Hebreus 9:27).

Desafiando a Deus

Naquela noite me revoltei contra Deus e O desafiei a provar se Ele existia e se realmente era Quem a Bíblia dizia ser. Ao mesmo tempo eu O questionava quanto à razão de minha falta de paz. Eu O desafiava, em voz alta, a me mostrar se Ele sabia as respostas para todas as minhas indagações. Furioso como estava, agarrei uma Bíblia e com todo o desdém de quem não crê, abri-a a esmo. Estas palavras saltaram diante de meus olhos:  

“Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?… Onde estavas tu, quando Eu fundava a Terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes?” Enquanto me sentava na cama, devagar, meus olhos continuaram percorrendo os capítulos 38, 39, 40 e 41 do Livro de Jó: “Onde está o caminho da morada da luz?… De certo tu o sabes, porque já então eras nascido, e porque grande é o número dos teus dias!… Sabes tu as ordenanças dos céus?… Porventura contender com o Todo-Poderoso é ensinar? Quem assim argúi a Deus, responda a estas coisas…” Quase podia ver o dedo de Deus esticado diante de meu nariz, me repreendendo por tamanha estupidez de minha parte. Pela primeira vez senti pavor; senti que estava diante de Alguém que era muito maior que eu. Devagar, fechei a Bíblia, enfiei-me debaixo da coberta e tentei fingir que nada tivesse acontecido. Tive medo. Acabava de me encontrar com Deus, mas ainda não conhecia o Seu amor.

Deus Visita Uma Livraria

Algum tempo depois entrei em uma livraria procurando por um livro que acabara de ser publicado. Desde o lançamento de “Eram os Deuses Astronautas?” de Erich Von Daniken eu passara a ter grande interesse em saber se existiam seres extraterrenos e se eles haviam de algum modo interferido na Terra. Lia tudo o que encontrava a respeito e o novo livro daquele autor, cujo nome era “Provas”, certamente lançaria alguma nova luz sobre o assunto. Eu não sabia, mas Deus já havia visitado aquela livraria antes de mim e preparado tudo antes de eu chegar. Ao pegar na prateleira o livro que desejava, minha atenção foi despertada para o livro que estava ao seu lado: “A Agonia do Grande Planeta Terra”* , de Hal Lindsay. Acabei comprando ambos, pensando tratar-se do mesmo assunto. Por alguma razão aquele livro, que no Brasil só costumava ser encontrado em livrarias cristãs especializadas, estava na seção de livros sobre OVNIs, ou objetos voadores não identificados (discos voadores).

Se Não Tem Interesse, Não Leia

Comecei a ler “Provas” de Daniken e achei extremamente chato e incoerente. Ele dedicava uma boa parte do livro para provar que a Bíblia estaria errada ou que teria sido adulterada ao longo dos tempos. Nos outros capítulos do mesmo livro ele acabava usando passagens bíblicas para tentar provar suas teorias de visitas de extraterrenos à Terra. Achei melhor colocá-lo de lado e abri “A Agonia do Grande Planeta Terra”* para ler. Em uma das primeiras páginas havia um aviso mais ou menos assim: “Se você não tem interesse nas coisas que, segundo as profecias bíblicas, irão acontecer neste mundo, não leia este livro.” Aquilo era o suficiente para despertar minha curiosidade e li o livro de um só fôlego, maravilhado com os detalhes que a Bíblia revelava de tudo o que vai acontecer. Muitas coisas começavam a fazer sentido para mim. 

Em Inimizade Contra Deus

Pouco a pouco fui entendendo que eu era um pecador perdido. Com a convicção de que eu estava perdido veio o entendimento de que nada que eu fizesse poderia alterar essa condição. Concluí que era uma questão judicial. Eu era inimigo de Deus e Ele tinha que me condenar por isso. Meu pecado, como o de todo mundo, era ser rebelde e querer viver minha própria vida independente de Deus. Embora não me considerasse perfeito eu ainda era influenciado pelo engano de tentar alcançar a perfeição através do espiritualismo. Não achava que estivesse COMPLETAMENTE perdido. Acreditava que a reencarnação me daria outras chances de evoluir espiritualmente para uma condição mais aceitável a Deus. Achava que por meu esforço contínuo conseguiria diminuir meu carma, ou o juízo pelos meus pecados. Por meus próprios esforços eu poderia reduzir assim o número de vezes que precisaria voltar a esta vida, neste ou noutros planetas, até eventualmente atingir a perfeição. Mas havia algo de egoísta em tudo o que acreditava, tudo estava relacionado comigo. Era sempre “eu”, “eu” e “eu”. Acreditava que o poder para tudo estava em mim mesmo. Se me esforçasse o suficiente para evoluir espiritualmente isso seria para resolver o meu problema. Se tentava ajudar alguém, era para eliminar parcialmente o meu carma ou minha carga de pecados. Deus era deixado do lado de fora. Nada do que eu fazia tinha como objetivo a Sua glória. Era tudo para a minha própria elevação. Meu ego era meu próprio deus.

Os Anjos se Alegram

Finalmente chegou a noite pela qual os próprios anjos na presença de Deus aguardavam com ansiedade — a oportunidade para eles poderem festejar. Depois de um dia horrível, de luta comigo mesmo, não conseguia dormir com o fardo que pesava sobre minha alma. Eu tinha chegado ao limite; chegava ao final de mim mesmo. Após mais de cinco anos de envolvimento com o espiritualismo, não tinha evoluído um centímetro sequer rumo à perfeição. Pelo contrário, uma consciência atribulada era tudo o que tinha conseguido com meus esforços. 

Chegara a hora de considerar o que Deus oferecia. Ele tinha enviado o Seu Filho, o Senhor Jesus, para morrer por pecadores como eu. Haveria amor maior que este? Haveria alguém mais apto para resolver minha questão do que o próprio Deus? O amor de Deus enviou Seu Filho como Salvador a este mundo para que eu pudesse ter vida e vida eterna. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito; para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Eu não precisava me aperfeiçoar; eu não precisava reencarnar; eu não precisava me esforçar para merecer a salvação perfeita proveniente de Deus. Todos aqueles anos que passei no espiritualismo haviam demonstrado ser isso impossível. Deus me oferecia de graça aquilo que fora tão arduamente conquistado pela morte de Cristo na cruz e pelo poder da Sua ressurreição de entre os mortos. 

Eram quase duas horas da madrugada quando ajoelhei-me ao lado da cama e, em prantos, fiz uma oração até uma criança poderia fazer: “Senhor Jesus… até aqui fui eu quem tentou dirigir minha própria vida, e nada consegui… por favor, Senhor, toma conta de mim… salva-me, Senhor!” Então me rendi nos braços do Salvador. Eu sabia que era aceito. Começava para mim uma nova vida em Cristo Jesus. Por causa de meu arrependimento havia alegria no Céu na presença dos anjos.

“Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo… Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende!” (2 Coríntios 5:17; Lucas 15:10). 

A continuação desta história você encontra em meu blog “O que respondi”.

Mario Persona


English

At the beginning of 1978, I would never have imagined that a series of events could occur that would soon totally change my life. I was 23, but the thought never came into my mind that something could happen to me that would make the angels rejoice. As I walked through the corridors of Santos College of Architecture, the school I was attending, a note on the bulletin board caught my attention. ” IF YOU ARE INTERESTED IN INDIAN TRIBES, TALK TO ME – FERNANDO. Any subject related to man and nature interested me. Very soon I began looking for the person who had posted that note on the board.

A Trip into Mysticism

For a number of years, I was deeply mired in a voyage in search for a reason to live. The journey led me to believe that the only solution for my existence as a human being was in self-knowledge, in man’s spiritual evolution. My philosophy was a mixture of spirituality and ideas about getting back to nature, to the country to live a simple life in alternative communities. I lived a life very much involved in mysticism. Eating only natural foods and using alternative Eastern medicine, my mind was really like a caldron fomenting the elements of spiritualistic ideas. In my mind I tried to reconcile concepts and ideas borrowed from spiritism, esotericism, theosophy and Tao Te Ching. My library was my treasure. Authors like Alan Kardec, Madame Blavatsky, Krishnamurti and Carlos Castañeda inhabited my shelves side by side as though there had never been a word of disagreement among them.

Playing Monk

My interest in these things came little by little. First came the books written by Lobsang Rampa, a British journalist who claimed to be the reincarnation of a Tibetan Lama. His ideas about the power of the mind, extrasensory perception and astral trips impregnated my thoughts in such a way that I became an assiduous reader of everything that dealt with occultism, witchcraft and parapsychology. I delved into experiences dealing with paranormal phenomena involving telepathy, precognition, psicocynesia and radiestesy. I believed I was able to measure the aura of my friends with a device I built for this purpose.  

Every form of Eastern religions attracted me. For more than a year I devoted myself to Seicho-no-ie, imbibing and believing in everything master Masaharu Taniguchi wrote. By the same proportion my library was growing, receiving dozens of new volumes about positive thinking, transcendental meditation, elemental beings (fairies, gnomes and dwarfs), yoga, astrology, ufology and parapsychology, my doubts and lack of peace also increased. I could subdue my growing sense of unrest by adopting the appearance of a wise man and cultivating the image of a spiritual and holy man. Trying to detach myself from the material world, I wanted people to be able to see in me a kind of modern day monk. 

Ghandi, My Idol

Krishna, in the Mahabharata, was one of my favorite readings. As a matter of fact, the Bahgavad Gita was the book on the night stand by my bedside for nightly reading. Gandhi became an example for me. I soon adopted a mode of dressing, putting on shirts made from old cotton bags that, together with my weathered pants and sandals, gave me an appearance of humility and lack of concern for material things. A sailcloth bag where I always carried whole wheat bread, was the complement of the appearance of a spiritual man that I tried to portray to others. I ate only natural foods and was a fanatic, adept at Macrobiotics, a regimen based on the Tao. I ate neither meat, nor white sugar, nor industrially processed food. I did not eat anything considered too much Ying by Macrobiotics. They would prejudice the Ying Yang balance my body needed to harmonize with the Universe. Georges Osawa and Tomio Kikuchi became my dietetic masters. My weight plunged from 165 pounds to 123 pounds. With my 72.44 inches of height, my light weight gave me the leanness and pale complexion needed by a candidate to Nirvana. My skeleton was in evidence as I walked the beach and readily attracted other people’s attention and curiosity.

Monks Need Sponsorship

This appearance of simplicity and spirituality were only possible because my father regularly gave me all the money I needed to live independently and comfortably in an apartment at Guarujá. My apartment was only a few feet from one of Brazil’s most famous beaches. He also provided enough money for me to study in a very expensive private college. My father’s funds made it possible for me to eat regularly at Macrobiotic restaurants. Such foods were usually more expensive than meals at ordinary restaurants. I could look like an ascetic monk, but my standard of living was that of a wealthy boy. The last comfort I was able to give up was my car. I gave it to my sister. After giving up the car, I had to walk, ride a bicycle or take buses as my means of travel.

I Met a Bible Believer

My interest in a life getting back to nature caused me to be attracted to a note about indians that Fernando had placed on the college bulletin board. I met him at the Library and soon I found that the note about indians was only a ruse, bait to get others to contact him. He was really in touch with people living in an Amazon tribe; but his contacts were missionaries trying to convert the indians to Christianity. It soon became evident Fernando wanted to do the same with me. I thought the Christianity he talked about an absurdity. I kept up a friendly relationship with Fernando because I had compassion on him. How could anyone in the twentieth century believe in the Bible with the simplicity of a child! He told me I was a lost sinner who needed a Savior; that Jesus loved me enough to die on the cross to pay for my sins; that three days later He rose from the dead to become a Living Savior. According to Fernando, all that I needed to do to be forgiven of all my sins and receive eternal life was to trust in Christ. 

By many means I tried to show him that the Bible had many mistakes and that along the centuries it had undergone many alterations by the Jews and Catholics. What I did not tell him was that I was not sure which were the mistakes and where alterations occurred. Had anyone asked me, I would not have been able to show even one mistake or altered passage. It never occurred to my mind that to be able to state that something had been altered one needed to know how it was in its original form.

God in a Bowl

I tried to explain to Fernando that it was necessary for the human being to ascend the lengthy stairway of spiritual evolution to reach the state of grace in order to get to the place he called heaven. Things were not nearly so easy as he was trying to make me believe. In this climbing process anything could be used: charity, reincarnation, suffering, renouncing of material things, purification of the body by means of health foods, and a million other things. Everything depended on one’s self and his own efforts. Obviously I did not tell him that it was impossible for one to have the assurance of being in this or that step of evolution or have security of having attained. 

I believed only a few great masters had achieved perfection, and in this category I put Jesus, putting him on the same plane of men like Siddhartha Gautama, or Buddha, Confucius or even Saint Francis of Assisi. I never believed that Jesus was God. My concept of God was more like a cosmic energy than an actual Being of Deity. I believed a man could achieve divinity within himself. But my beliefs did not give me any peace within my heart or the certainty of having achieved anything. Nevertheless I continued pretending I was happy and thought perhaps my pale face, due to lack of proteins, could make others think I was truly a saint. My insistence made Fernando agree to have lunch with me at the Santos Macrobiotics Association. Once there, after giving him a lengthy explanation about its philosophy, someone asked him if he were thinking of Macrobiotics. Fernando answered without hesitation, “I think that you are extremely religious…and that the god you adore is this bowl of rice.” 

Thirsty for Truth

Our discussions continued, but little by little something began to change within me. I began to pay attention to what Fernando was telling me. I even tried to provoke him with my spiritualistic arguments just so I could listen to what he had to say about the Bible and the Lord Jesus. I can honestly tell you for quite some time I had been envying the happiness I noticed in the group of young people who regularly took the same boat I took on Saturday evening to cross the channel between the cities of Santos and Guarujá. They seemed to come from an evangelical church nearby. When they entered the boat, holding their Bibles in their hand, they radiated a peace and joy that I, becoming skinnier and more pale each day, did not know or have. I knew absolutely nothing of such peace and joy they obviously had. The only thing I exhibited had to come from my pale face and the only light I experienced was lightheadedness caused by malnutrition.

Glory Was For Me

One night I arrived home tired and discouraged. In spite of all my efforts of spiritual elevation, I felt myself at the pole zero; I could not go another step further. I even thought to find rest suicide would be a way out. But what was really annoying me was the love of God to which Fernando was trying to draw my attention. If Christ had died in my place to pay the debt of sin I owed to God, there was nothing I had to do but accept the full forgiveness God was offering free. How could any effort of mine be of help to me if the Bible plainly said, “For by grace are ye saved through faith; and that not of yourselves: it is the gift of god; not of works, lest any man should boast.” (Ephesians 2:8,9) That was more than my ego could bear. I would not accept salvation if there were no merit from me. I did not want to share the glory of my own salvation with God. I did not want to attribute my salvation exclusively to Him. In the darkness from what I had been taught, my thoughts were still that I must evolve spiritually, to perfect myself, to make every effort and even to be reincarnated a few hundred times to reach God. However one passage from the Bible was all that was needed to destroy all my belief in reincarnation:“It is appointed unto men ONCE to die, but after this the judgment.” (Hebrews 9:27) 

Defying God

On this particular night I felt indignation against God and defied Him to prove whether or not He really existed according to what the Bible stated. At the same time I challenged Him as to the reason for my lack of peace. In a loud voice I defied Him to show me the answers for all my questions. I was furious; I grabbed a Bible and with all the disdain of one that does not believe, I opened it without direction. These words jumped out right before my eyes: 

“Who is this that darkeneth counsel by words without knowledge?…Where wast thou when I laid the foundations of the earth? Declare, if thou hast understanding, Who hath laid the measures thereof, if thou knowest?” As I sat on the edge of my bed, slowly my eyes kept scanning chapters 38, 39, 40, and 41 of the Book of Job. “Where is the way where light dwelleth?…Knowest thou it, because thou was then born? or because the number of thy days is great?… Knowest thou the ordinances of heaven?… Shall he that contendeth with the Almighty instruct him? he that reproveth God, let him answer it….” I could almost see God’s finger stretched under my own nose, reproaching me for my great stupidity. I felt for the first time great fear. I felt I was before One who was greater than I. Slowly I closed the Bible, crept under the covers of my bed and tried to pretend as though nothing had happened. I feared because I had just met God; however, I did not yet know His love.

God Visits a Bookstore

After some time passed, I visited a bookstore to look for a recently published book. Since the publishing of Erich Von Daniken’s book “Were Gods Astronauts?” I became very interested to know if extraterrestrial beings existed. If there were such creatures, had they in any way interfered with the Earth. I used to read everything about such things, and this writer’s new book, called “Proofs” , certainly should shed some new light on the subject. I was unaware that God had already visited that bookstore and prepared everything before I arrived. When I took the book I sought from the shelf, my attention was drawn to the book beside it. “The Late Great Planet Earth”*, by Hal Lindsay. So I bought both books, supposing they were about the same subject. For some reason that book, that in Brazil usually would only be found in specialized Christian bookstores, was in the same section of books about UFOs, the unidentified flying objects (flying saucers). 

Not Interested – Don’t Read

I started reading “Proofs” by Daniken and found it extremely boring and incoherent. He dedicated a good part of the book to proving the Bible should be considered wrong or that it had been over its many years of existence corrupted. In the other chapters of the same book, the author used passages from the Bible to try to prove his theories of extraterrestrial beings visiting the Earth. I judged it would be better to put that book aside and decided to open “The Late Great Planet Earth” and read it. Very early on one of the pages it had advice more or less to the effect “If you are not interested in things that, according to the Bible prophecies, will happen to this world, do not read this book.” That was enough to awaken my interest and curiosity. I read the book, as we say in Brazil, in one breath, without putting it down. I marveled at the details the Bible revealed about things that are going to happen in the world. Many of these things began to make sense for me.

At Enmity With God

Little by little I began to understand that I was a lost sinner. With the conviction that I was lost came the realization that nothing I could do would change that condition. I concluded it was a judicial matter. I was God’s enemy and for that I had to be condemned. My sin, like everybody else’s, was rebellion against God. I wanted to live my own life independently from God. In spite of not considering myself perfect, I still was under the delusion to try to achieve perfection through spiritualism. I did not think I was COMPLETELY lost. I believed that reincarnation would give me other chances to spiritually evolve into a condition acceptable to God. I thought by continuing to strive I could reduce my karma, the judgment for my sins. By my own efforts I could reduce the number of times I would have to come back to this life on earth, or another planet, to eventually reach perfection. In all my thoughts there was something of egoism, everything viewed relative to myself. There was always “I”, “I”, and “I”. I believed the power by which to do everything had to come from within myself. If sufficient effort were put forth on my part to spiritually evolve it would be to solve my own problem. When I turned my hand to help someone, I would benefit by partially eliminating my karma, or my burden of sins. God was left out of all my thoughts. Nothing I did had as its object God’s glory. Everything was for my own elevation. My ego was my own god.

Angels Rejoice

Finally there came the night for which the angles in the presence of God anxiously awaited — the opportunity for them to rejoice. After a terrible day fighting against myself, I could not sleep because of the heavy burden that was upon my soul. In such distress of soul, I reached the limit; I came to the end of myself. After more than five years of involvement with spiritualism, I had not evolved even one inch toward perfection. Contrarily a burdened conscience was all I had to show for all my efforts. 

It was time to consider what God was offering. He had sent His Son, the Lord Jesus, to die for sinners like me. Could there exist greater love than this? Could anyone be more capable of solving my problems that God Himself? God’s love sent His Son down to this world as Savior in order that I might have everlasting life. “For God so loved the world, that He gave his only begotten Son, that whosoever believeth in him should not perish, but have everlasting life.” (John 3:16). I did not have to improve myself; I did not have to reincarnate; I did not have to strive in order to deserve God’s perfect salvation. My years in spiritualism had proved this impossible. God was offering that which was with such difficulty secured by the death of Christ on the cross and by the power of His resurrection from the dead. 

It was almost two o’clock in the morning when I knelt down beside my bed and in tears said a prayer that even a child would be able to say: “Lord Jesus…up to this point I tried to control my own life, and accomplished nothing…please, Lord, take control of me…save me, Lord!” At that point I surrendered into the Savior’s arms. Here I knew I was accepted. It was the beginning of my new life in Christ Jesus. For my repenting there was joy in heaven in the presence of the angels.

 “Therefore if any man be in Christ, he is a new creature; old things are passed away; behold all things are become new… Likewise, I say unto you, there is joy in the presence of the angels of God over one sinner that repenteth.” (2 Corinthians 5:17 & Luke 15:10.)

Mario Persona