Amor incansável

“Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte” (João 4:6).

Ele havia sido expulso da Judeia pelo ódio dos orgulhosos religiosos tradicionais, não havia espaço nem descanso para Ele em suas cerimônias mortas. Poderia Jesus encontrar descanso nas falsas pretensões dos samaritanos? Não. “Nem em Jerusalém nem neste monte” havia descanso para Ele. Assim Jesus assentou-se – exatamente como Ele estava – junto ao poço, cansado, provavelmente sedento, faminto – quão verdadeiramente Ele estava, em Seu espírito sentindo o ódio e a rejeição dos judeus com perfeita sensibilidade, e sentindo também em Seu corpo as dificuldade da vida – o calor do sol do meio-dia, a dureza e a distância do caminho, as dores da fome e da sede. E ainda assim Ele era Deus, o doador da água viva. Ele estava com seu corpo cansado, mas incansável em Seu amor, e ao lado do poço Ele encontrou descanso e comida fazendo a vontade daquele que O enviou.

Vamos nos sentar com admiração a Seus pés e aprender Dele. Não é pela prática religiosa de regras e tradições que Ele se agrada, ELE CUIDA DAS ALMAS, e a alma de uma mulher de má reputação era preciosa para ele. Que visão podemos observar… rejeitado e expulso por seu próprio povo. Ele tem consolação e graça para abençoar essa miserável samaritana que esgotou sua vida na busca da vã felicidade. Ele falou com ela do Pai, do Espírito, de Si mesmo, e se Ele afastou o véu de Sua vida, foi apenas por um instante, um vislumbre disso em Sua santa presença poderia fazê-la mudar seu casamento desgostoso levando a encontrar descanso no que Deus é – o Deus que dá.

Que luz celestial encheu a alma daquela outrora ignorante e infeliz mulher quando Ele terminou Seu gracioso trabalho com ela! Houve alguma vez uma testemunha mais pronta ou ávida do que ela, quando foi aos homens da cidade e gritou: “Ele me disse tudo quanto tenho feito, NÃO É ESTE O CRISTO?”

J. T. Mawson