A promessa
“Então, os filhos de Judá chegaram a Josué em Gilgal; e Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, lhe disse: Tu sabes a palavra que o SENHOR falou a Moisés, homem de Deus, em Cades-Barnéia, por causa de mim e de ti” (Josué 14:6).
Os anos se passaram e agora temos Calebe lembrando a Josué a promessa feita pelo Senhor através de Moisés nos dias em que eles haviam entrado pela primeira vez para espiar a terra no início da jornada no deserto. A promessa era que ele e Josué seriam aqueles que tomariam posse da herança. Há talvez alguns pontos a serem considerados em relação ao lembrete de Calebe.
Para começar, embora tivesse passado cerca de quatro décadas, a promessa era tão segura em sua alma quanto quando foi feita. Nada poderia desencorajar Calebe de crer que Deus seria fiel a tal promessa. Isso deu-lhe coragem para avançar passo a passo, quilômetro após quilômetro, sobre o terreno quente do Sinai.
Quantas vezes ficamos desanimados porque perdemos de vista as promessas de Deus? Que possamos lembrar: “Tantas quantas forem as promessas de Deus, nele está o sim; porquanto também por Ele é o amém, para a glória de Deus” (2 Coríntios 1:20). Quantas vezes prometemos e não fomos capazes de cumprir? Talvez tenhamos sido sinceros em criá-as, mas prometemos demais. Ou possivelmente prometemos mais do que podemos e além dos nossos recursos para cumprir. Talvez, quando fizemos a promessa, tivéssemos os recursos, mas entre a promessa e o tempo para cumpri-la, de alguma forma perdemos os meios para concluir o compromisso. Por outro lado, nosso Deus nunca faz uma promessa que Ele não possa ou não irá cumprir.
Outro escritor do Novo Testamento nos disse: “Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas” (2 Pedro 1:4). Tomamos posse destas promessas pela fé e andamos no bem prático delas?Deus pode falhar? Suas promessas podem falhar? Claro que não! Mesmo se formos infiéis, Ele é sempre fiel à Sua palavra. “Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” (2 Timóteo 2:13).
Quando ficamos cansados, desanimados ou desencorajados, precisamos abrir a Palavra de Deus, ler e descansar na certeza de suas promessas maravilhosamente seguras. No final de sua vida, Josué lembra a Israel: “Eis que hoje eu vou indo pelo caminho de toda a terra. Sabeis em vossos corações e em vossas almas que não tem falhado nenhuma de todas as boas coisas que Jeová vosso Deus falou a vosso respeito; todas vos sobrevieram, nenhuma delas falhou” (Josué 23:14). Anos depois, Salomão faz uma declaração semelhante na dedicação do templo.“Não falhou nem sequer uma palavra de toda a boa promessa, que fez por intermédio do seu servo Moisés” (1 Reis 8:56).
Calebe sabia que chegaria o dia em que ele tomaria a plena posse de sua herança, que o Senhor cumpriria Sua promessa. Nós também precisamos manter o futuro em vista. “Onde não há visão, o povo perece” (Provérbios 29:18 – JND). Uma das maravilhosas promessas que temos dos lábios do próprio Senhor Jesus é: “Virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também” (João 14:3). Que possamos manter o final da jornada em vista, e a glória que está à frente. “Todo o que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, como ele é puro” (1 João 3:3). Existe um hino que diz assim:
A glória brilha diante de mim!
Não posso ficar aqui!
Embora as nuvens possam me esconder,
A casa do meu pai está próxima.
Se através deste deserto
Um pouco eu vagar,
A glória brilha diante de mim;
Perto estou, para em casa entrar!
Tenho certeza de que Calebe, repetidamente, precisava continuar lembrando a si mesmo, que havia um fim adiante e que chegaria o dia em que ele trocaria o deserto pelo pleno desfrute de sua herança. Para nós, está chegando o dia em que não mais desfrutaremos em parte, mas desfrutaremos totalmente e com todos os obstáculos removidos. “Porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado… Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido” (1 Corintios 13:9-10, 12).
Este homem de fé deve ter tido uma tremenda paciência! Esperar todos aqueles anos no deserto e, mesmo depois de terem entrado na terra, continuar esperando o tempo de Deus, deve ter sido um grande teste de resistência A lição para nós é:
“Corramos, com paciência (resistência), a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus”(Hebreus 12:1-2).
A corrida cristã não é uma corrida de 100 metros ou um sprint final, é uma maratona, e é preciso muita paciência e resistência para seguir passo a passo, quilômetro após quilômetro.