LUZ E TREVAS
“Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo segundo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade, pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória… Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração” (2 Pe. 1:16-19). “Porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas” (1 Ts. 5:5). Mesmo que sejamos filhos do dia, vivemos durante um momento de trevas (durante a noite), porque o Sol da Justiça não está aqui. Enquanto ainda é noite, a igreja deve ser como a lua e individualmente devemos ser como estrelas. Olhar para a escuridão e deixar que nosso Senhor Jesus, a estrela da manhã, nasça e brilhe em nossos corações. Que esta publicação possa ajudar e encorajar cada um de nós a seguir as instruções de nosso Senhor: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt. 5:16).
LUZ E TREVAS
A luz e as trevas são coisas tão comuns em nossas vidas que as tomaremos como exemplo. É importante lembrar que ambas foram criadas por Deus e, em um sentido natural, feitas para a benção do homem neste mundo. A Palavra de Deus nos lembra disso, porque lemos: “Eu formo a luz e crio as trevas” (Is. 45:7). O ciclo de luz e trevas é necessário para um crescimento apropriado das plantas, para a devida acomodação de animais tanto diurnos quanto noturnos, e por último para o descanso e bem-estar do homem. Podemos ler, como exemplo: “Dispões as trevas, e vem a noite, na qual vagueiam os animais da selva” (Sl. 104:20). Quando Deus “fez separação entre a luz e as trevas” e assim estabeleceu o dia e a noite, Ele também nomeou portadores de luz – “O maior para governar o dia, e o menor para governar a noite” (Gn 1:16).
Com a propagação da iluminação elétrica na maioria dos lugares do mundo, existem pouquíssimas pessoas que experimentam a verdadeira escuridão noturna. Mesmo em áreas rurais, a chamada “poluição luminosa” frequentemente faz o céu, durante a noite, ficar tão claro que se torna possível até mesmo ler com essa luz. O uso de luz artificial tem tornado possível a execução de várias tarefas, tanto dentro de ambientes fechados quanto fora – tarefas que antigamente somente eram executadas durante os momentos de luz do dia. Entretanto, durante a maior parte da história mundial, o dia e a noite foram bem definidos, e uma noite em que a lua não aparecia era de quase total ausência de luz – por isso temos a citação nas escrituras: “a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo. 9:4). Sabemos, com certeza, que o Senhor Jesus estava falando sobre as trevas morais aqui, mas a citação também é verdadeira tratando-se do aspecto natural.
Não nos é dito quando as trevas começaram a cobrir o mundo antes da presente criação, pois o Espírito de Deus simplesmente diz: “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo” (Gn. 1:2). Evidentemente houve alguma catástrofe antes da criação existente que trouxe à tona este estado de desordem que resultou em trevas. Mas, então Deus disse: “Haja luz” e “Chamou Deus à luz Dia” (Gn. 1:3-4). Desde então tem existido tanto a luz quanto as trevas neste mundo, e como temos visto, Deus tem usado ambas de uma forma natural.
LUZ E TREVAS ESPIRITUAIS
Entretanto, estamos mais interessados na luz e nas trevas em seu sentido espiritual, pois em toda a Palavra de Deus as duas palavras estão consistentemente conectadas com o bem e o mau, respectivamente. Talvez possamos analisar algumas formas em que elas são apresentadas nas Escrituras. Em primeiro lugar, a queda do homem trouxe um amor pelas trevas, porque em seu estado natural o homem está agora afastado de Deus. Então lemos: “e os homens amaram mais as trevas do que a luz” (Jo. 3:19). Adão e Eva se esconderam atrás das árvores do Jardim do Éden depois que pecaram, porque estavam com medo da presença de Deus. Também lemos que: “O caminho dos perversos é como a escuridão” (Pv. 4:19), e em um sentido geral o mundo estava em trevas morais depois da queda do homem, até que Cristo veio. Homens de Deus se levantaram acima da condição do mundo, mas Deus não tinha Se revelado completamente. Mas então Cristo veio – Aquele que podia dizer: “Eu sou a luz do mundo” (Jo. 8:12), e também Aquele de quem poderia ser dito: “a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (Jo. 1:19). Infelizmente o homem não estava confortável com a luz, pois também lemos: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (Jo. 1:5). Mas a luz tinha vindo como ela é, e o homem foi responsável por sua reação a ela.
DEUS É LUZ
Em segundo lugar, e seguindo o que acabamos de considerar, Deus em Seu caráter sempre é conectado com a Luz. Lemos: “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1 Jo. 1:5). Este é um atributo distinto de Deus e se refere à Sua natureza santa – uma natureza que não conhece o pecado. Deus não pode ter o pecado em Sua presença. Deus em Seu caráter santo foi, em um sentido, revelado no Antigo Testamento, mas sabendo que o homem naquela época estava sendo testado, Deus não mostrou Sua graça como Ele faz em Cristo. Os israelitas não podiam se aproximar de Deus a não ser com sacrifícios – sacrifícios que tinham que ser repetidos. E ninguém podia entrar na presença de Deus no “Santo dos Santos” exceto o Sumo Sacerdote uma vez por ano, com o sangue de um animal. Agora, Deus tem se revelado, não apenas como luz, mas também como amor, porque Cristo desceu ao mundo para revelar o coração de Deus e para mostrar a graça indo até à cruz do Calvário para morrer por homens perdidos e culpados. O caráter de Deus como luz não foi comprometido, mas Seu caráter de amor foi trazido à tona. A realidade solene é que aquele que rejeita a Cristo nestes dias da graça de Deus, rejeita não apenas luz, mas também amor.
FILHOS DA LUZ
Em último lugar, o crente que aceitou a Cristo foi trazido para a luz, porque lemos: “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor” (Ef. 5:8). Fomos libertados do “império das trevas” (Cl. 1:13) e somos agora chamados para andar “como filhos da luz” (Ef. 5:8). Se o mundo rejeitou a Cristo ele permanece em trevas morais, e a única luz que ele tem vem dos crentes. O Senhor Jesus disse aos seus seguidores: “Vós sois a luz do mundo” (Mt. 5:14), e assim também somos hoje. O homem pode obter luz da Palavra de Deus, mas para aqueles que não leem a Palavra a única luz que eles veem é a que é exibida através dos crentes. Quão importante, então, é para nós deixar que “brilhe também a nossa luz diante dos homens” (Mt. 5:16), para que Deus possa ser conhecido através de nós e para que o mundo O glorifique. É triste dizer que é muito comum ver pessoas como aqueles de quem o Senhor falou, quando disse: “Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” (Mt. 6:23). Quando o homem é trazido à luz, mesmo sendo de uma forma exterior, e então a rejeita, ele cai em maiores trevas do que aqueles que nunca a conheceram. Isso está acontecendo hoje na cristandade, e um terrível julgamento os aguarda. E enquanto este aviso é, sem dúvida, direcionado primeiramente aos incrédulos, também é um aviso para nós como cristãos, que podemos ser tentados a esconder nossa luz por estarmos em conformidade com este mundo. Nestes últimos dias o mais importante é que deixemos nossa luz brilhar!
W. J. Prost
DEUS É LUZ
O apóstolo João tinha visto a Jesus e viu nEle a manifestação da “vida eterna, que estava com o Pai” e o que ele tinha “visto e ouvido” declarou aos santos a quem escreveu, para que tivessem comunhão com ele – uma comunhão que era “com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo”. Nada poderia ser mais abençoado do que essa maravilhosa associação e comunhão na qual os santos foram trazidos, e então o apóstolo escreveu estas coisas a eles para que sua “alegria seja completa”. Tudo isso é a expressão da infinita graça de Deus demonstrada a pobres pecadores e Ele estava feliz por tirá-los das profundezas da ruína, libertando-os do poder do pecado e de Satanás, dando a eles vida divina e eterna, também os trazendo para Sua própria presença, e os estabelecendo ali em uma conhecida e eterna relação com Si mesmo. Isso é pura graça, sem mistura, o fruto do infinito e eterno amor, e de fato isso é muito abençoado.
LUZ E AMOR
Porém, o coração humano, em sua lamentável perversidade e maldade, está sempre pronto para abusar da graça, sim, até mesmo transformando a graça de Deus em lascívia, se assim fosse possível, e então encontramos a verdade de Deus guardada de todos os lados. Se Deus toma pecadores vis e os traz para Sua própria presença e para ter comunhão com Si mesmo, isso é motivo de profunda alegria e gratidão, e ao fazer isso, Deus não deixa e jamais deixará Seu caráter de lado. Sua santidade imaculada, sua pureza absoluta, deve brilhar em tudo o que Ele faz, assim como Seu amor e graça. Se “Deus é amor”, “Deus é luz” da mesma forma. “Luz” e “amor” são as essências do que Ele é em Sua natureza. E se fomos feitos participantes da natureza divina, beneficiários desta vida – desta vida eterna – a qual foi manifestada em Jesus o Filho de Deus aqui na terra, devemos nos lembrar de que é a natureza dAquele que é luz, pureza absoluta, obrigatoriamente detectando e excluindo todo o mal. Então o Apóstolo diz: “Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: Deus é luz, e não há nele treva alguma”.
SEM MISTURA COM AS TREVAS
Nenhuma linguagem poderia ser usada para descrever mais claramente a intrínseca e absoluta pureza de Deus. Tal pureza que não admite nenhum nível de maldade. Não é apenas a “luz” de Deus, mas nenhuma “treva” pode ser misturada a esta luz. As trevas são imediatamente excluídas pelo que Ele é como luz. E se fomos trazidos por Deus, nós não estamos “em trevas”, mas “na luz”. É o lugar e condição no qual fomos trazidos. Fomos trevas, porém agora luz no Senhor (Ef. 5:8) Em nosso estado natural nós éramos trevas; agora, como redimidos e trazidos a Deus, e feitos participantes de sua natureza divina, nós somos “Luz no Senhor”. Que mudança, tanto de lugar e condição! Uma vez distantes, porém agora na presença de Deus em Cristo, trazido para perto pelo Seu sangue! Outrora inimigos, agora, porém, reconciliados e em límpida luz, capazes de olhar para a face de Deus e dizer, “Abba, Pai”! Antes incapazes de termos pensamentos, sentimentos e desejos comuns aos de Deus, agora possuindo a Sua natureza Divina, e capazes de ter comunhão com Ele e com Seu Filho Jesus Cristo! Poderíamos então dizer que fomos trazidos para Deus e temos comunhão com Ele, e enquanto proclamamos isto, continuarmos andando em trevas? Então isto é tudo uma “mentira”, e “não falamos a verdade”.
NA LUZ
Se fomos trazidos a Deus, estamos na luz porque Deus é luz, e fomos feitos participantes de sua natureza divina. Deus tem sido revelado em Jesus, e através desta revelação fomos trazidos a Ele, recebendo a vida que foi manifesta em Jesus. E assim somos trazidos à comunhão com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo. Somente possuindo esta vida que somos capazes de ter comunhão com Deus. E se possuímos esta vida e estamos nesta comunhão, estamos necessariamente na Luz. A Luz é o que Deus é na pureza e santidade de Sua natureza; nós participamos desta natureza e assim estamos na luz. Mas se dissermos que participamos desta natureza e que temos comunhão com Deus enquanto andamos nas trevas, conectamos trevas com Ele que é luz. É o mesmo que dizer que as trevas pertencem à pura e santa natureza, àquela vida divina, que foi manifesta em Jesus. E isto é uma mentira, e não conhecemos a verdade. Estamos ainda em trevas morais em nossa natureza e não conhecemos Deus.
ABORRECIMENTO DO PECADO
“Deus é luz, e não há nele treva nenhuma”. Esta é uma citação solene que mostra a inevitável exclusão do mal de Sua presença. A Cruz é a medida disso. Lá podemos ver o Seu terrível aborrecimento do pecado quando Ele abandona seu próprio Filho e traz a espada contra Ele por ter sido feito pecado por nós. Abandonado de Deus naquela cruz, a Vítima sofredora estava rodeada pelas trevas, em tristeza insondável, deixado lá para que bebesse a taça da ira de Deus contra o pecado. Aquele angustiado clamor, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” mostra a impossibilidade das trevas se misturarem com a luz ou de o pecado ter lugar na presença de Deus.
O TESTE DO NOSSO ESTADO
Tudo isso é de uma solenidade inimaginável quando olhamos para a carne ou a velha natureza e o que flui deles, e ainda assim é de tamanha benção quando percebemos que estamos no Filho e que nossa vida está nEle. Fomos trazidos a Deus em Cristo. “Segundo Ele é, também nós somos neste mundo” (1 Jo. 4:17). Estamos na luz, mas isso como participantes da natureza divina, e assim em nosso caráter moral somos como o próprio Deus e isso é, de fato, uma grande benção. Porém, tal fato sonda nossos corações e testa nosso estado de uma maneira prática. Será que estamos andando no temor do Senhor e julgando nossa carne com suas concupiscências, e então nada é visto em nosso caminhar ou em nosso caminho além das coisas que pertencem ao Senhor? Será que levamos em nossas almas, diariamente e em cada momento, o entendimento de que estamos andando na presença de Deus? E será que percebemos a maneira de vida que pertence a este lugar? Não estamos na presença do Senhor hoje e amanhã em outro lugar qualquer. Este é o local que estamos por sermos cristãos. Que o poder dessa verdade se aposse de nossas almas, dando santa sobriedade, nos fazendo aborrecer o pecado e andar de forma adequada a esse local em que estamos, à natureza e ao caráter de Deus, pois somos Seus próprios filhos
A. H. Rule
LUZ E TREVAS – QUÃO SÉRIO É ESSE TEMA?
Na Palavra de Deus, luz é usada para representar o bem e trevas para representar o mal. O envolvimento com espíritos maus não está de acordo com a Palavra de Deus e por isso está errado. Na verdade, eles são demônios, seres maus que pertencem às trevas. Mas a pergunta que deve ser feita é: “Quão sério é para o Cristão estar envolvido com as coisas erradas das trevas?” Para responder a esta questão, olharemos como as Escrituras veem a luz e as trevas na relação de uma com a outra.
DEUS É LUZ
Em primeiro lugar vemos que a natureza de Deus é Luz porque podemos ler em 1 João 1:15 que diz: “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma”. Por esse verso podemos ver que existe uma separação absoluta destas duas coisas e uma falta completa de treva (ou mal) na natureza de Deus. Essa característica de Sua natureza é tão importante que Seu primeiro ato da criação, no primeiro dia, foi dizer: “Haja luz” (Gn. 1:3). O que Deus fez depois disso é realmente notável, e também é vital, o que exige que todos os cristãos prestem bastante atenção a isso. É-nos dito em Gênesis 1:4: “E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas”. Esse foi o primeiro ato em Sua criação – Ele introduziu a luz e imediatamente fez separação entre a luz e as trevas! Satanás e o homem têm tentado misturar e confundir essas duas coisas desde então, mas elas estão para sempre separadas por Deus. Note o que o Senhor diz a respeito daqueles que tentam misturar luz com as trevas em Isaías 5:20: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” Aqui vemos a mesma conexão: Bem = Luz, Mal = Trevas. E o Senhor diz: “Ai dos que” misturam essas coisas.
LUZ MORAL
Assim como a luz natural foi introduzida ao mundo na criação, a luz moral foi introduzida no mundo quando o Senhor Jesus nasceu nesta terra. É dito sobre Ele em João 1:1-9 que era: “a verdadeira luz”. Sobre a luz aprendemos que: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela”. O Senhor Jesus foi o perfeito exemplo e testemunha de tudo o que era direito e bom neste mundo, mas o sistema do mundo permaneceu inalterado com Sua luz. E o mundo, estando em trevas e sendo guiado por seu príncipe, Satanás, recusou a luz e determinou a acabar com ela. No propósito de Deus, Ele permitiu que eles seguissem esse curso, e então o Senhor Jesus foi entregue em suas mãos, o Qual disse as seguintes palavras em Lucas 22:53: “Diariamente, estando eu convosco no templo, não pusestes as mãos sobre mim. Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas”. E então, na cruz do Calvário, eles levantaram suas mãos perversas contra o Senhor Jesus Cristo e fizeram as piores coisas que podiam fazer a Ele. Também aprendemos que, em três horas de trevas, Deus puniu a Ele por nossos pecados. É-nos dito, porém, que porque ele foi entregue às trevas, Deus agora tem nos libertado “do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl. 1:13).
O PODER DAS TREVAS
Mas o que é este poder das trevas da qual fomos libertados? Já o vimos como o sistema do mundo que é liderado por Satanás e que se opõe a Cristo. A respeito de Satanás é dito em 2 Coríntios 4:4: “nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. Vemos, assim, que Satanás está em atividade no mundo, cegando as mentes e mantendo os homens nas trevas e cerrando a luz do evangelho. E os homens estão desejando que isso realmente aconteça, porque nos é dito em João 3:19-21: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más”. O homem vai de boa vontade para as trevas, amando suas obras más, e estão indiferentes ao fato que eles estão presos pelo poder de Satanás. Quando somos salvos, descobrimos a realidade daquilo do que fomos libertos. É-nos dito em Atos 26:18 que fomos convertidos “das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus”. Em Efésios 5:8 é dito: “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz”. E, assim como nosso Senhor era a luz do mundo, agora Ele nos diz: “Vós sois a luz do mundo”, e: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens” (Mt. 5:14-16)
A LUZ DO EVANGELHO
Como vimos em 2 Coríntios 4:4 foi o brilho do glorioso evangelho de Cristo que trouxe esta luz. Assim como Deus disse: “Haja Luz”, na criação do mundo, também começa o novo nascimento com a luz do evangelho. A fonte contínua de nossa luz também é a Palavra de Deus, porque é dito em Salmos 119:130 : “A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples”. Deixar nossa luz brilhar também inclui o fato de que nós não devemos ter nada a ver com as trevas. Como a luz natural dispersa toda a treva onde quer que ela brilhe, assim a luz moral que os cristãos devem refletir dissipa as trevas morais. Em Efésios 5:11 nos é dito: “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as”.
O RELACIONAMENTO
Agora, vamos olhar para o que mais as Escrituras têm para nos dizer em relação ao cristão e seu relacionamento com a luz e as trevas. Talvez a mais severa denúncia da mistura dessas duas coisas seja a que é citada em 2 Coríntios. A passagem completa está abaixo:
“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso. Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2Co 6:14-18)
Novamente vemos a conexão demonstrada aqui entre justiça, luz e Cristo. Em contraste, a conexão também é feita entre a injustiça, as trevas e Belial (Satanás). Essas coisas são postas em oposição umas às outras. Os termos: “Que sociedade… Que harmonia… Que união?” Não existe nenhuma! E então nos é dito: “Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras”. Será que percebemos o quão importante são essas coisas?
A PROMESSA
Qual é a promessa que se segue imediatamente? Ele diz: “e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso”. Você tem um relacionamento vivo e diário com Deus como seu Pai – Alguém que se importa com você e está envolvido em cada circunstância de sua vida? Se você está envolvido com espíritos maus, ou com ocultismo, ou qualquer outra obra das trevas, você não poderá desfrutar desse relacionamento com Ele. Deus é o Pai de todos os que creem (Jo. 1:12), mas é impossível desfrutar dessa comunhão com Ele a menos que estejamos separados das trevas, pois Sua natureza é luz e nEle não existe treva nenhuma. Note também que dEle é dito que Ele é o “Senhor Todo-Poderoso”. Muitos continuam com as obras das trevas por medo, porém, nosso Pai que anseia por andar conosco em comunhão vívida e próxima é o “Todo-Poderoso”. Não existe necessidade de ter medo, e assim a fé cresce acima do medo para que confiemos nEle.
T. Ruga
A LUZ E SEU REFLEXO
O que pode ser mais abençoado do que ter Deus tirado o véu dos nossos corações para podermos ver a face de Cristo e a brilhante luz de Sua face refletindo e enchendo nossos corações! E para cada coração, o Espírito Santo foi dado para sempre nos levar a esse sentimento. Mas, brilhante como é, o tesouro está em vasos de barro e ainda estamos no deserto. Deus não conhece nada tão bonito quanto Cristo. Ele quer que estejamos sempre olhando para a perfeita beleza dEle em quem o coração do Todo-Poderoso encontra Seu deleite. Este Deus tirou o véu e revelou a face de Cristo fazendo toda essa luz brilhar em nossos corações, e isso é, de fato, uma grande benção, porém, com isso também nos vem grande responsabilidade. Devemos andar como portadores de tal luz. O Cristo com face descoberta é um Cristo cuja luz brilha para que ela possa também brilhar através de Seu povo. Toda a luz que Seu povo deve mostrar está em nosso Senhor Jesus Cristo. Se tomarmos esta responsabilidade como sendo apenas nossa, murmuraríamos e seriamos miseráveis.
REFLETINDO NOS VASOS DE BARRO
Sempre que olhamos para a nossa responsabilidade, percebemos a necessidade que temos de doçura sabendo que fomos deixados aqui para sermos testemunhas de nosso Senhor. Quando Ele vier, encherá toda a terra com Sua glória, e devemos esperar por isso. Nossa presente posição é a de sermos ovelhas para o “matadouro” passando pela terra e deixando que nossa luz brilhe. Quando Ele vier, mostrará uma glória superior. Que doçura há em percebermos que estamos sendo usados pelo Senhor aqui na terra para mostrar Sua luz – servindo ao Seu propósito – pois assim Ele terá uma porção de Sua luz na terra enquanto estiver longe. Quando Ele vier, não será apenas alegria para o Seu reino, mas você também apreciará o fato de que promoveu Sua volta ao deserto, deixando que a luz (Sua luz) brilhe. E quando você foi posto por Ele nesse deserto, será que Ele não sabia que tipo de vaso de barro era? Quanto mais fracos e débeis somos, maior será o entendimento do Seu poder.
TESTEMUNHAS PARA ELE
Logo estaremos lá em cima com Cristo. Deus não pretende que sejamos felizes sem Ele, porém Deus primeiramente quer nos ter como testemunhas dEle aqui na terra para podermos mostrar o máximo de luz possível. Não somente vimos a face de Jesus Cristo (leia João 14:21) – oh, que visão acima de qualquer outra visão! – mas também temos uma conexão com Cristo na luz. Não temos somente que olhar para longe das coisas do presente e ver essa luz brilhante aqui, mas estando aqui, também temos que refletir essa luz. Pode ser que sejamos um mau refletor, mas com firmeza o Senhor diz: Não importa, vá em frente, Eu te darei o poder, Eu sei que você não é nada em si mesmo e que está no lugar onde há trevas (na noite), mas vá em frente brilhando, logo estarás no Dia de Deus. Aquela manhã sem nuvens nos levará para dentro da luz onde Cristo está agora. Ele é a brilhante Estrela da Manhã. Por mais de 2000 anos Ele tem tratado com um povo aqui na terra; a noite pode ser muito escura, mas as trevas não prevalecem sobre a brilhante Estrela da Manhã. Nenhuma nuvem pode cobri-Lo e em breve Ele brilhará. Estamos apenas na superfície aqui, a caminho para o lugar que está mais à frente. Ele é nossa brilhante Estrela da Manhã e então O veremos. Ele nos levará para cima e nos guiará para a casa do Pai, antes que o Sol brilhe. Essa esperança nos dá coragem para continuarmos caminhando no meio dos fracassos.
A VINDA DO SENHOR
Sem dúvida nenhuma eu tenho falhado. Será que fui um bom refletor dessa luz? Não! Mas eu devo continuar como posso até que Ele venha, até que eu O veja tão brilhante quanto a Estrela da Manhã. Nosso foco não está em sermos refletores de luz melhores em Sua vinda (mesmo que devamos ser), nem mesmo em encher as lâmpadas com óleo, mas dizer como Espírito Santo diz juntamente com a Esposa, desejosos de Sua vinda: “Ora vem, Senhor Jesus”. Será que nossos corações estão tão focados a ponto de sempre dizermos: “Ora vem, Senhor Jesus”? devemos dizer isso ao Senhor e também precisamos aprender a não esperar por outros. Ah! Cultivemos comunhão com Cristo em conexão com a palavra “Vem”! Não conheço nada que possa levantar um homem e o pôr em um lugar longe desse mundo do que ter comunhão com Cristo neste aspecto – Olhando para nós mesmos como parte da noiva que ainda está na terra, e o Espírito nela dizendo: “Ora vem, Senhor Jesus”.
G.V. Wigram (adaptado)
LUZ NO SENHOR
Nós somos luz, sim, luz no Senhor. Nessa expressão, o terreno, o caráter e a medida deste que se tornou o nosso caminho como Cristãos são trazidos diante de nós. Vamos, então, andar de acordo com essa verdade. Que conforto é ouvirmos o chamado da graça para andarmos por caminhos santos. Esse apelo tão solene nos recorda as bênçãos e a segurança que temos ao andar por eles, assim como nos exorta a sempre continuar com tal proximidade. Quão santa é nossa posição perante Deus para que Ele mesmo pudesse dizer de nós: “sois luz no Senhor”. Se Ele diz isso, não deveríamos também dizer isso sobre nós mesmos, tanto no caráter do nosso privilégio quanto da nossa responsabilidade? Que possamos olhar para Ele, que está separado de toda a impureza (pois não há nada mais puro que a luz), e possamos seguir adiante mostrando a luz que somos agora no Senhor. É na luz que andamos, e por ela também deveríamos julgar todas as coisas, pois somos luz. Deus repudiaria um padrão inferior ou uma atmosfera de menor pureza. Ele é luz, e não há nEle treva nenhuma; então se somos Seus filhos, somos filhos da luz. W. Kelly
A NOITE DESTE MUNDO
“Já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé”. A noite deste mundo é causada pela falta do Sol da Justiça. Vamos entender isso de maneira clara. Para aqueles que têm entendimento, e para quem conhece a Cristo, ainda é noite neste mundo que está totalmente dedicado a procurar os prazeres e suas demais ocupações, e se as trevas da noite o cerca, o dia, porém, raiou para sua fé. O Sol da manhã nasceu em seu coração, porém o mundo ainda dorme na escuridão que continua a existir nesta noite. A noite é muito longa para nós, porém o mundo ainda dorme. As almas despertadas veem no horizonte o Sol da manhã, o amanhecer está chegando e anseia pelo dia. O coração está posto naquele dia e anda como se já vivesse nele. Como cristãos, não temos comunhão com nenhuma obra das trevas. Estamos ainda em conflito, mas nossas armas contra o mal, contra os comandantes das trevas deste mundo, é a luz na qual andamos. O poder da luz, verdade, piedade, e o julgamento do mal, que pertencem à luz, estão em nossos corações, e as armas e laços das trevas são frustrados e detectados, não podendo conquistar, nem prender a alma. Andamos durante o dia honestamente, nos identificamos, em nosso caminho e coração, com os passos e caráter dEle que é a verdadeira luz, o Senhor Jesus Cristo. Tendo a esperança de sermos como Ele lá, nos purificamos a nós mesmos como Ele é puro, andamos como Ele andou. Não alimentamos a luxúria de nossa natureza, que pertence às trevas, para a satisfazermos, mas andamos como Cristo andou. Assim é o cristão que tem em vista a vinda de Cristo trazendo para este mundo de trevas a luz do dia de Deus, em Seu poder efetivo. Estas são as duas fontes e caracteres da conduta cristã – reconhecer e agir de acordo com todos os deveres, em amor, conhecendo o tempo, a aproximação iminente do dia ao qual ele pertence. Compare 1 Tessalonicenses 5. “A noite é passada, e o dia é chegado” (Rm. 13:12).
J.N.Darby (Adaptado)
AS TREVAS ESTÃO PASSANDO
O que, de fato, é novo é que a vida que foi expressa em perfeição em Cristo foi dada a todos os que creem, de tal forma que pode ser dito: “que é verdadeiro nele e em vós”. Para o cristão, viver esta vida em comunhão com as Pessoas Divinas é algo possível, já que Deus foi plenamente revelado na Pessoa do Filho, e o crente chegou, então, à luz. Tendo Deus sido revelado, as trevas e a ignorância, que para Deus são características deste mundo, “vão passando” (1 Jo 2:8). Quando surgir o Sol da Justiça, todo o mundo virá para dentro luz, e todos conhecerão ao Senhor. Então as trevas estarão no passado, porém, até mesmo agora, as trevas estão passando, na medida em que as pessoas saem do judaísmo e do paganismo e vêm para a luz da revelação de Deus no cristianismo.
H. Smith
A VIDA DE DEUS
Não existe característica mais marcante de Deus do que a de ser Criador e Doador da vida. A vida do homem veio originalmente e diretamente de Deus e foi dada através do Seu sopro. Essa é a razão pela qual somente Ele tem uma alma imortal. Outras criaturas têm uma alma e uma vida apropriadas, porém, não vieram do sopro de Deus, mas apenas do Seu poder e desejo. Ele permitiu a existência temporária delas, porém, isso é completamente diferente do Seu sopro pessoal nas narinas do homem, algo que não foi aplicado a nenhuma outra criatura na Terra. Somente o homem foi favorecido. O reconhecimento dessa diferença deixa claro o porquê do homem existir como um ser moral e responsável por seus atos – e particularmente, o fato da imortalidade de sua alma. Porém, existe um privilégio imensamente maior do que simplesmente a imortalidade no sentido de existência perpétua, porque tal questão pode ser um terrível tema. Pense a respeito de uma existência perpétua no lago de fogo! Todos que rejeitarem a Seu Filho deverão comparecer diante do julgamento eterno de Deus: uma existência eterna para sofrer em Suas mãos por recusar-se, obstinada e deliberadamente, a crer que Seu Filho, em Sua graça, sofreu a punição judicial para que o culpado não tenha que passar por ela, mas que seja abençoado eternamente! Quão ricas são as misericórdias de Deus em proclamar a salvação ao perdido porque Cristo tomou sobre Si o julgamento do pecado na cruz! E se eu não acredito nEle, nem nas boas novas que Deus trouxe por meio dEle, onde estarei? Na escuridão, sob o poder de Satanás, o poder implacável do inimigo que odeia tanto a Deus quanto ao homem. Mas o homem nunca deixará de existir. Isso se torna o terrível problema do pecador que, se pudesse, se tornaria inexistente, ou aniquilaria a si mesmo. Ele pode cometer suicídio, mas terá que prestar contas a Deus, porque Deus lhe deu a vida, e quem lhe deu licença para tirar essa vida com suas próprias mãos? Como poderia tal insensatez trazer qualquer coisa boa? Se assassinato, por qualquer motivo, pode ser considerado um crime de natureza sombria e mortal, o assassinar-se a si mesmo é uma de suas piores formas, e um insulto extremo e direto a Deus. Como Jesus sempre foi perfeitamente obediente, isso fluiu exclusivamente de uma vida eterna. Em nós, que cremos, nem sempre a obediência tem seu lugar, porque a carne pode trabalhar para nossa vergonha, mas a nova vida, sendo eterna, permanece sempre em sua devida atividade. A velha vida pode vir à tona quando não estamos vigilantes e também quando nos falta o hábito da oração, porque a velha vida, ou mente da carne, também está ali, e é inimizade contra Deus (Rm. 8:7). Tal é o desejo do homem, e a quem ele está obedecendo então? A Satanás, pois, pela vontade do homem isso certamente se tornará em serviço de Satanás. Assim é o homem que ostenta sua própria vontade.
W. Kelly
SUICÍDIO
O suicídio é reconhecido como um grave problema em quase todo o mundo. Isso tem acontecido ao longo de toda a história, mas o triste fato é que as taxas de suicídio em todo o mundo têm aumentado cerca de 60% durante os últimos 40 ou 50 anos. Existem provavelmente mais suicídios do que as estatísticas revelam, porque é muito difícil determinar se a morte foi acidental, autoinfligida, ou um assassinato. Além disso, para cada suicídio real, existem provavelmente pelo menos vinte tentativas que falharam. A maioria dos suicídios nos países ocidentais (pelo menos 90%) está relacionada à depressão e/ou ao abuso de substâncias tóxicas, porém, o recente aumento entre os jovens, muitas vezes parece estar ligado à vergonha pública e à intimidação, especialmente através das mídias sociais como o Facebook e a Internet. Suicídio é agora a segunda causa mais comum de morte entre as pessoas mais jovens nos países ocidentais. Outros fatores, especialmente em homens de meia idade, incluem o desemprego e problemas financeiros.
PODE UM CRENTE COMETER SUICÍDIO?
Tudo isso somente ressalta um dos efeitos terríveis do pecado neste mundo, onde homens e mulheres se encontram em um momento de suas vidas tão desesperadores que consideram pôr um fim a suas vidas. Dentro de uma perspectiva cristã, surgem algumas perguntas difíceis: Pode um crente cometer suicídio? “O que acontece se um verdadeiro crente tira sua própria vida?” “Um crente que comete suicídio vai para a presença de Cristo?” Essas perguntas têm atormentado os cristãos por muitos anos, e, como seria de se esperar, as respostas que têm sido apontadas variam em alguns aspectos. Alguns têm usado o versículo, “ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si” (1 Jo 3:15), para argumentar que desde que o suicídio é um assassinato de si mesmo, a pessoa que comete o ato não poderia ser salvo. Outros admitiriam que um verdadeiro cristão poderia cometer suicídio, mas creem que tal coisa seria extremamente rara. Eles iriam trazer uma série de dúvidas sobre a salvação de alguém que cometeu suicídio. No entanto, alguns vão para o outro extremo, dizendo que desde que não há nenhuma proibição específica de suicídio na Bíblia, isso é, portanto, uma decisão pessoal. Não é necessariamente um pecado, já que depende de varias circunstâncias. Como sempre, é importante que sejamos encontrados “como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm. 2:15).
SETE CASOS NA BÍBLIA
Sete suicídios são registrados na Bíblia. Destes, alguns eram claramente homens que trilhavam um caminho errado e suicidaram-se em más circunstâncias. Incluídos nesse grupo estão aqueles como Abimeleque (Jz 9:54), o rei Saul (1 Sm. 31:4), Aitofel (2 Sm. 17:23), Zimri, rei de Israel (1 Rs 16:18) e Judas Iscariotes (Mt. 27:5). Não sabemos mais nada sobre o escudeiro de Saul (1 Sm. 31:5), exceto que quando ele viu que Saul estava morto, ele também se matou. O último homem, Sansão (Jz. 16:30), é bastante singular, pois enquanto ele de fato causou sua própria morte, seu verdadeiro objetivo era matar os filisteus, não a si mesmo. Ele morreu como resultado de sua atitude de quebrar os pilares do Templo de Dagon, assim causando um colapso na construção, matando milhares de filisteus, além dele mesmo. Embora ele sem dúvida fosse uma alma verdadeiramente nascida de novo, a situação em que se encontrava também foi o resultado de ter trilhado um caminho errado.
O QUE AS ESCRITURAS DIZEM A RESPEITO
Tendo em vista estes exemplos, bem como as fortes exortações relacionadas a assassinatos no Velho e Novo Testamentos, é difícil entender como pode haver dúvidas a respeito da condenação que a Bíblia traz em relação ao suicídio. Em nenhuma parte ele é mencionado como sendo algo correto; e em nenhuma parte ele é conectado a uma pessoa que andou com Deus de uma forma consistente. O homem foi criado “à Sua imagem” (Gn. 01:27) e tirar uma vida, até mesmo de si próprio, é uma grave afronta ao nosso Criador. O salmista poderia dizer, “Os meus tempos estão nas tuas mãos” (Sl. 31:15), e somente o Senhor tem direito de decidir quando deve acabar nossa vida (sejamos claros, no entanto, que não estamos de nenhuma forma, nos referindo à responsabilidade dos governos de executar a um assassino. Essa função foi dada por Deus depois do dilúvio – Gn. 9:6 – e nunca foi anulada.). E o que acontece, então, a um crente que comete suicídio? E é triste dizer que isso já aconteceu muitas vezes. Às vezes é devido a um caminho errado, um estilo de vida longe do Senhor que levou, talvez, ao abuso de substâncias tóxicas, a ruína financeira e, quem sabe até mesmo o afastamento da família. Em outros casos, é o resultado de grave depressão, conectada a uma doença mental, onde uma pessoa pode ser mergulhada na escuridão do desespero. E ainda em outros casos, matar a si mesmo pode ser uma decisão tomada a fim de evitar uma potencial vergonha e desonra. Por exemplo, na época da reforma, uma mulher e suas duas filhas deliberadamente afogaram-se ao invés de caírem nas mãos dos seus perseguidores, que desejavam não apenas torturá-las, mas também desonrá-las de forma moral.
EM TODO CASO, É ERRADO
Temos que dizer novamente que não importam as circunstâncias, cometer suicídio é certamente errado. No caso da mulher e suas filhas que se afogaram ao invés de serem moralmente profanadas, nós hesitamos em condená-las tão duramente, nós que vivemos em regiões onde há liberdade religiosa e nunca precisamos passar por situações assim. Da mesma forma é difícil ser muito crítico àqueles que sucumbem à grave depressão, porque alguns de nós nunca tivemos que suportar tal agonia. O bem conhecido escritor de hinos W M. Cowper tinha esse problema, e ele fez pelo menos três tentativas de suicídio durante a sua vida. Mas o Senhor não permitiu que ele tivesse sucesso. Todas as suas tentativas falharam, e ele morreu de morte natural. No entanto, sabemos que Deus dá graça para qualquer circunstância que Ele permita que aconteça em nossas vidas, e nos capacitará para glorificá-Lo nessas circunstâncias. Ele pôde dizer a Paulo: “A minha graça te basta” (2 Cr. 12:9), e certamente isso é tão verdade para nós hoje quanto era para Paulo.
A VIDA ETERNAL NUNCA É PERDIDA
O que acontece a um cristão que, de fato, tira sua própria vida? Podemos sugerir que um ou dois versos resolveriam isso. As Escrituras nos dizem a respeito das ovelhas de Cristo: “e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos” (Jo. 10:28). Apesar da seriedade de alguém tirar sua própria vida, não há pecado algum que possa tirar a vida eterna que Deus dá a um cristão. Ele é também “selado com o Espírito Santo da promessa” (Ef. 01:13), e nada pode quebrar o selo. Lembro-me bem de ter ido ao enterro de um crente relativamente jovem, que tinha se suicidado. Ele sofria de terríveis crises de depressão, e infelizmente tirou a própria vida, sentindo que não poderia mais viver. Quem falou no funeral dele usou a passagem de Hebreus 11:35, sobre aqueles que foram “torturados, não aceitando o seu livramento”. Ele ressaltou que o jovem tinha sido torturado por pensamentos horríveis que o fizeram mergulhar nas profundezas do desespero. Apesar de o orador não ter compactuado, de forma alguma, com o que o jovem tinha feito, ele apontou, em Hebreus 11:39, que “todos estes … obtiveram bom testemunho por sua fé”. Foi uma boa aplicação das Escrituras e trouxe conforto à família, os quais eram crentes. Em conclusão, então, afirmamos pela Palavra de Deus que nunca será certo perante Deus o ato do suicídio, especialmente para um cristão. No entanto, os cristãos estão propensos a cometerem suicídio e às vezes o fazem, e também é verdade que nenhum verdadeiro crente pode perder a sua salvação. Aquele que se suicida, na verdade, vai para a presença de Cristo.
CIRCUNSTÂNCIAS
Podemos também acrescentar, no entanto, que em muitos casos, se entre os incrédulos ou entre crentes, o suicídio resulta de fatores exteriores à própria pessoa, como por exemplo, a ruína financeira, abuso de substâncias tóxicas, a vergonha pública e a desgraça, bem como por outras influências sobre as quais normalmente teríamos algum controle. Se nos encontrarmos, como crentes, em um percurso descendente, que o Senhor nos dê graça para que possamos nos arrepender e voltar para Ele, antes que as circunstâncias nos façam cair em desespero e pensamentos suicidas. Se nos encontramos diante de problemas financeiros, olhemos para o Senhor, que Se comprometeu a suprir todas as nossas necessidades. Para aqueles que podem vir a ser arrastados para dentro de um doloroso caminho dentro das redes sociais, peçamos ao Senhor que através de Sua graça atue para que possamos sair desse cenário, antes de adquirirmos sérios problemas. Melhor ainda, não nos permita começar algo com pessoas mundanas que só podem acabar em problemas. No que se refere a circunstâncias exteriores, sobre as quais não temos controle, ou crises de depressão que são o resultado de uma verdadeira doença mental, está além do escopo deste artigo tentar entrar em todas suas ramificações. Mas vamos lembrar que o Senhor é por nós, no que quer que seja que Ele permita que aconteça conosco. Além disso, Ele nos deu nossos irmãos, que também podem ser um verdadeiro apoio para nós, bem como a ajuda médica, de que podemos e devemos dispor. Paulo pôde dizer, “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm. 08:38-39). Cuidado pastoral Talvez exista mais uma palavra que possa ser dirigida para nós que não somos torturados pela depressão ou envolvidos com outros fatores que nos poria em predisposição ao suicídio. O cuidado pastoral é de grande importância, e precisamos estar cientes a respeito daqueles que podem estar se torturando gravemente e talvez tendo pensamentos sérios a respeito de tirar sua própria vida. Alcançá-los de uma forma amorosa, estar dispostos a escutá-los, fazer com que saibam que alguém se preocupa com eles, pode ser uma boa maneira de impedir esse ato tão prejudicial a si mesmos. Nós somos os “guardiões do nosso irmão” e sempre devemos ser sensíveis à dor emocional na vida dos outros. “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gl. 6:2).
W. J. Prost
A LUZ RESPLANDECE NAS TREVAS
Ele veio, o Filho de Deus,
A um mundo cruel, sem coração,
Para contar a história, até então não contada,
Do insondável amor de Deus
Ele veio, e os homens pararam
para lançar sobre Ele desprezo terrível,
para desprezar a verdade que Deus tinha enviado,
e dar ouvidos a uma mentira.
Ele veio, o Cristo de Deus,
e gritando, multidões O insultaram;
Ele não prestou atenção ao tumulto selvagem,
pois, com a paz seus pés foram calçados
Ele veio, e caminhou sozinho
separado da maldade e da desgraça,
para ensinar alguns corações vazios sobre
a plenitude do coração de Deus.
Ele veio, e na Luz
da face do próprio Deus, ele andou neste cenário,
deixando para trás, onde Ele estava,
uma linha de luz celestial.
Ah, maravilhosa história de amor!
Por nós, ele suportou a ira de Deus;
por nós passou pela inundação da escuridão da morte —
a maior prova de amor.
E, ressuscitado de entre os
mortos, Ele fez uma casa para nós acima;
revelou a glória aos nossos olhos,
que ilumina o caminho que trilhamos.
E ainda espera lá em cima,
reunir o vil e o perdido;
levá-los para casa, apesar de a tempestade ainda soprar,
onde o amor lança fora todo o medo.
Ele vive, e assim viveremos,
para ter Sua alegria cumprida em nós;
para aprender Seu caminho da vergonha e perda,
que só Ele pode dar.
Mas, Ah, que alegria indizível,
que Ele, a quem os homens desprezam e foi objeto de escárnio,
irá inaugurar em uma manhã sem fim
com glória em Sua fronte!
A Brilhante Estrela da manhã
que ilumina com Sua luz nosso caminho aqui,
vai ofuscar a luz do dia lá,
cujas nuvens nunca poderão apagar.
E andando na luz
da face do próprio Deus eternamente,
iremos louvar e adorar
o Filho em Quem o Pai se compraz.
C. A. W.