DOIS DIAS NAS ESCRITURAS

Categoria: Tag:

O Senhor prometeu, “Na casa de Meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também” (Jo 14:2-3). Ele também declarou: “Certamente cede venho” (Ap 22:20). A esperança apropriada ao cristão é aguardar o Senhor vindo a qualquer memento (1 Ts 1:9-10). O Senhor não revelou uma data especifica de quando Ele iria voltar, para que pudesse haver uma esperança sempre presente para a Igreja ao longo de todo o período de sua jornada na Terra. O apóstolo Paulo em seus dias incluía-se entre aqueles que esperavam ser arrebatados na vinda do Senhor. Ele dizia: “Nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles” (1 Ts 4:17 – Veja também 1 Coríntios 15:51). Embora não devamos fixar uma data para a vinda do Senhor, precisamos discernir os tempos (Mt 16:3).

Satanás está fazendo tudo o que pode para convencer a Igreja a se acomodar aqui neste mundo. Uma de suas várias maneiras de fazer isto é tirar da Igreja a esperança presente da vinda do Senhor. Hoje em dia, devido a um ensino errôneo, muitos cristãos amados deixaram de lado esta esperança e não estão aguardando a vinda do Senhor para qualquer memento. Ao invés disto, estão olhando para os eventos proféticos, esperando que eles se cumpram primeiro. Trata-se de um erro. A profecia propriamente dita não está se cumprindo hoje. A profecia não tem a ver com a Igreja, mas sim com Israel e as nações que irão povoar a Terra milenial. Já que Israel tem sido, na época atual, posto de lado por causa de sua rejeição a Cristo, a profecia foi suspensa (veja as setenta semanas de Daniel – Dn 9; Rm 11) até que venha a plenitude dos gentios e a Igreja seja levada para a glória. Não estamos esperando pelo cumprimento da profecia, estamos esperando pela vinda do Senhor. Existem, porém, certos indícios inequívocos que elevam nosso coração ao céu em uma sempre nova expectativa pela volta iminente do Senhor.

1. A Condição da Igreja como Laodicéia

Apocalipse 3:14-22. Nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse vemos sete estágios sucessivos de declínio na condição moral da Igreja, dos dias dos apóstolos até os últimos dias que antecedem a vinda do Senhor para levar o Seu povo para a glória (Ap 4:1). O sétimo e último estágio é o de Laodicéia, no qual a igreja professa é apresentada em uma condição deplorável de indiferença a Cristo. O apóstolo Paulo também descreveu a condição do testemunho cristão nos últimos dias como sendo do mais terrível estado de ruína no qual o mal moral e doutrinário iriam prevalecer (2 Tm 3:1-9; 4:3-4). Tal estado de coisas descreve com precisão o tempo presente no qual vivemos e deveria nos fazer chegar à solene conclusão de que o Senhor está vindo logo.

2. O clamor da meia noite já ocorreu

Mateus 25:1-13. Nesta passagem das Escrituras temos uma antevisão dispensacional do período da Igreja. Ela mostra que após a Igreja haver recebido a verdade da vinda do Senhor como sendo o Noivo, ela se acomodou neste mundo e caiu no sono (Mt 25:1-5). A esperança da vinda do Senhor foi perdida. Em meio às trevas que predominaram na cristandade por mais de 1.500 anos, Deus começou a despertar a profissão cristã ao sentimento consciente da iminência da vinda do Senhor. Ouviu-se o clamor: “Aí vem o esposo” (Mt 25:6). Este reavivamento da esperança da vinda do Senhor aconteceu há cerca de 150 anos! O fato de já haver passado mais de 150 anos e a Igreja continuar na Terra só nos leva a concluir que “perto está o Senhor” (Fp 4:5).

3. O renascimento da independência nacional dos judeus e as condições políticas no Oriente Médio

Em Mateus 24:32-34, Marcos 13:28-30 e Lucas 21:29-32 o Senhor Jesus ensinou que quando a figueira (símbolo de Israel como nação) se tornasse tenra e suas folhas começassem a brotar, Sua vinda estaria próxima. Israel, após muitos séculos sem um país, começou a brotar novamente em 1.948. Israel voltou a ser visto novamente como uma nação declarando sua independência. Apenas com as folhas da profissão e sem nenhum fruto para Deus, os Judeus estão prontos para receber o falso messias, o Anticristo de que fala a profecia. O Senhor disse” Olhai para a figueira…”e continuou dizendo,”…e para todas as árvores” (Lc 21:29), referindo-Se às outras nações no Oriente Médio, como Egito e Líbia, que voltaram a ocupar um lugar de proeminência nos últimos anos. As nações árabes também fizeram acordos com a Rússia para o fornecimento de munições, de modo que sabemos que eventualmente possa vir a existir uma aliança dessas nações com a Rússia (Dn 8.24-25). As nações na Europa também estão se unindo no Mercado Comum, o que poderia ser uma preparação para os reinos de dez nações da Besta (Dn 7:7). Todas estas coisas são agora apenas sombras e não o cumprimento destas passagens das Escrituras, o que terá lugar na tribulação após a Igreja ter sido levada para a glória. Mas isto deve fazer com que solenemente entendamos que “já está próximo o fim de todas as coisas” (1 Pd 4:7).

4. O aumento do conhecimento e o rápido ritmo de vida

Daniel 12:4. Foi dito a Daniel que os últimos dias seriam marcados pelo rápido ritmo de vida e pelo aumento de conhecimento. Uma simples olhada para a história do homem é suficiente para mostrar que nunca existiu uma época como esta para o conhecimento em todos os campos, seja na medicina, tecnologia, ciência, etc. Isto é certamente um sinal dos tempos em que vivemos e mais uma vez vem a confirmar que “o tempo se abrevia” (1 Co 7:29).

5. Indícios de dois dias representando figurativamente 2000 anos

2 Pd 3:8; Sl 90:4. “Um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.” Sendo esta linguagem figurada, esta indicação apenas sugere 2000 anos aproximadamente. Para se enxergar isto com maior clareza é necessário entender algo dos modos dispensacionais de Deus tratar com Israel. Por Israel haver fracassado tão completamente de todas as formas sob a Lei e havendo rejeitado o Senhor Jesus Cristo como seu Messias, este povo foi colocado de lado por algum tempo, enquanto Deus estiver enviando o Evangelho da Sua graça ao mundo gentio para tirar dele um povo para o Seu nome (At 15:14, Rm 11:11-27). Após este presente período em que Deus está tratando com os gentios, Ele voltará a tratar com Israel novamente para abençoá-lo em conformidade com as promessas incondicionais feitas a Abraão, Isaque e Jacó. Há várias referências nas Escrituras onde aparecem dois dias sugerindo que este presente período da graça, quando Israel seria posto de lado, seria de aproximadamente 2000 anos. Embora não ousemos estabelecer datas de quando o Senhor poderá vir, podemos verde uma maneira geral que a Igreja tem estado na Terra por quase 2000 anos. Nosso calendário mostra agora 1997 anos desde o nascimento de Cristo, mas é sabido que os anos do calendário foram adulterados e que há quarto ou cinco anos faltando. Na verdade, Cristo nasceu no ano 5 a.C. Já teriam se passado então 2002 ou 2003 anos desde então! Se levarmos em consideração que existe ainda um período de tribulação de pelo menos sete anos, que não sabemos se devem ser contados ou não com os dois mil anos, quão próximo estamos do momento em que o Senhor descerá com um clamor para nos chamar! (1 Ts 4:15-18). Isto certamente deveria encorajar nosso coração e esperarmos pela vinda do Senhor para qualquer momento!

As referências que se seguem são algumas das passagens onde aparecem os “dois dias” nas Escrituras.

Oséias 6:1-3

Esta passagem fala dos arrependidos em Israel “Depois de dois dias (o presente período da graça de aproximadamente 2000 anos]nos dará a vida;e ao terceiro dia [os 1000 anos futuros do reinado de Cristo, chamado de Milênio] nos ressuscitará, e viveremos diante dEle”.

Lucas 10:30-35

Na passagem o homem deixado caído à beira do caminho pelos ladrões é uma figura da horrível condição em que o homem caiu devido às artimanhas de Satanás. Abandonado na vala do pecado, o homem está “meio morto” diante de Deus. Fisicamente ele está vivo, mas espiritualmente está morto. O Sacerdote e o Levita que não podem ajudá-lo mostram que a religião não pode salvar o homem caído. O Samaritano que aparece na cena para resgatar o homem é uma figura do Senhor Jesus Cristo, o Salvador rejeitado. Ele resgata o homem e o leva, não de volta a Jerusalém para a antiga ordem de coisas do judaísmo, mas para uma estalagem, que é uma figura da assembléia, onde ele recebe socorro, comida e auxílio em suas necessidades. Após deixar o homem aos cuidados do hospedeiro (o Espírito Santo), ele paga sua estadia na estalagem com dois dinheiros, prometendo voltar. Isto sugere que o tempo que Ele estaria fora seria de dois dias. Embora esta passagem não mencione “dois dias”, existe uma referência a isto se aplicarmos o que está em Mateus 20:2 (“um dinheiro por dia”, ou seja, se um dinheiro era o salário de um dia, dois dinheiros seriam para dois dias).

João 1:29-2.11

Em João 1:29-51 encontramos 2 dias (os versículos 29 a 35 falam cada um de um dia – repare que no versículo 35 diz “outra vez”, o que o liga ao versículo 29). Os detalhes encontrados nestes dois dias compõem aquilo que caracteriza o período da Igreja. É feita referência a Cristo sendo conhecido como o Cordeiro de Deus e Filho de Deus, à descida e ao batismo do Espírito, ao lugar onde Cristo habita (a assembléia), e ao Evangelho sendo pregado para levar outros a Cristo. No terceiro dia (Jo 2:1-11) acontece um casamento que representa a reunião de Israel com o Senhor em um dia ainda porvir. “E naquele dia, diz o Senhor, tu Me chamarás: Meu marido” (Os 2:16; Is 62.4-5). O Senhor dá então o vinho novo do Reino a todos os que se encontram no casamento, o que nos fala do gozo que haverá naquele dia.

João 4:1-54

Este capítulo começa com o Senhor Jesus rejeitado pelos Judeus na Judéia, aqueles que eram os responsáveis pela nação (vs. 1-3). Trata-se de uma figura da nação rejeitando o Senhor e depois O crucificando. Ao ser rejeitado, Ele os deixa e vai para os Samaritanos, que é um povo de origem gentia e ali Se revela a uma pobre mulher pecadora e ao seu povo (vs. 4-42). Isto ilustra a Igreja sendo tirada de um mundo gentio enquanto Israel é posto de lado (At 15:14; Rm 11:16-20). É a ela que Ele revela a mudança da antiga ordem judaica e a introdução da verdadeira adoração cristã em espírito e em verdade. É digno de se notar também que Ele não fez milagres em Samaria. Ele usou apenas a Sua Palavra para ganhá-los, o que caracteriza o testemunho do Senhor nesta era cristã, que não é marcada por sinais e maravilhas. Ele fica “dois dias” (v. 40) com os Samaritanos e é conhecido apenas deles como o Salvador. Então, após os “dois dias”, Ele parte dos Samaritanos e volta ao Seu próprio povo, os Judeus na Galiléia, o que é uma figura do pobre e desprezado remanescente em Israel recebendo bênçãos do Senhor em um dia vindouro (vs. 43-54). O nobre que vai se encontrar com Ele sugere que os líderes, que levaram Israel a rejeitar a Cristo, irão se arrepender primeiro (Jl 2:12-17). O Senhor ressuscita então o filho do nobre, o que é uma outra figura de uma ressurreição nacional de Israel (Ez 37:10-28; Dn 12:1-2).

João 10:39-11:46

Aqui o Senhor Jesus é visto sendo mais uma vez rejeitado pelos Judeus que tentaram apedrejá-Lo até à morte. Ele escapa de suas mãos e vai para um lugar além do Jordão, fora da terra de Israel, onde muitos vêm a crer nEle e são abençoados. Mais uma vez, isto é uma figura do Senhor deixando de tratar com Israel por um tempo, por O terem rejeitado, e Se voltando para os gentios. Ele fica ali trabalhando, entre aqueles que crêem nEle, por um período de “dois dias” (Jo 11:6). No capítulo 11 Lázaro é visto morto, o que é uma figura da condição de Israel diante de Deus. Maria e Marta, em sua dor, compõem uma figura do remanescente judeu fiel que futuramente irá rogar ao Senhor que volte (Sl 6:3-4). Então, após “dois dias”, o Senhor vai a Lázaro e o ressuscita e assim também Israel será ressuscitado na segunda vinda do Senhor (Ez 37:1-28; Dn 12:1-3).

At 20:7-12

Nesta passagem temos uma pequena figura da Igreja de Deus como devia ser, e era nos primeiros dias do cristianismo. Eles estavam num “cenáculo” (Lc 22:12, João 13-17), “reunidos” (Mt 18:20), “partindo o pão” (1 Co 11:23-26), no “primeiro dia da semana”. Existe aqui uma sugestão de dois dias, o “primeiro dia da semana” e o “dia seguinte”. Aquela alegre cena sofre um distúrbio ocasionado pela queda e retomo de Êutico, o que nos fala da história da Igreja caindo no mundo, da posição elevada que antes ocupava, e sendo então graciosamente restaurada na forma de um testemunho remanescente. Todavia a reunião não terminou até “à alvorada” do dia seguinte, o que nos fala da vinda do Senhor no arrebatamento para encerrar a presente dispensação.

Êxodo 19:10-11

Aqui o Senhor fica oculto à vista de Israel por dois dias antes de Se apresentar a todo o povo para fazer um concerto com eles no terceiro dia. Os dois dias mais uma vez correspondem à presente dispensação durante a qual o Senhor tem estado oculto para Israel e para o mundo que O rejeitou. O terceiro dia corresponde ao tempo da manifestação pública do Senhor em Sua segunda vinda ou manifestação (Ap 1:7; Tt 2:13). Embora Israel tenha falhado em guardar a lei que lhe foi dada naquele dia, num dia futuro o Senhor fará com Israel um concerto eterno e este irá guardar Sua lei (Hb 8:10; 10.16-17; Ez 36:25-27; 37:26; Rm 11:25-27).

Josué 10:12-15

No nono capítulo, Israel falhou em sua responsabilidade e conseqüentemente os Gibeonitas, que eram gentios, foram introduzidos na cena. Como resultado de seu fracasso foram chamados a “salvarem” os Gibeonitas (Js 10:6). Mais uma vez isto nos fala da oportunidade que foi dada ao mundo gentio de ser salvo diante do fracasso de Israel (Rm 11:11-20; At 15:14). Após lutarem todo aquele dia, Josué, vendo que eles não teriam tempo suficiente para consumar a vitória, pediu ao Sol que não se pusesse e este parou sobre Gibeom por mais um dia inteiro. Temos aqui dois dias, e uma bela figura deste dia estendido da graça onde o brilho da graça de Deus permaneceu sobre este mundo até que chegasse a plenitude dos gentios (Rm 11:25). “Não houve dia semelhante a este” e certamente não houve um dia semelhante a este atual quando as almas em todo o mundo têm sido salvas aos milhares. Após aquele longo dia em Gibeom, Israel voltou a “Gilgal” (v. 15), o lugar do juízo-próprio. Israel, após o dia da graça haver terminado o seu curso, será levado a um juízo próprio e arrependimento diante do Senhor, e então será introduzido na bênção do Reino (Sl 51; Zc 12:9-14).

2 Samuel 1:1-2

Em 1 Samuel Davi foi rejeitado por seus irmãos e se refugiou em Ziclague que era um lugar fora da terra de Israel (1 Sm 27:4-6). Davi ficou ali por “dois dias” antes de seguir adiante no terceiro dia e tomar publicamente o trono em Hebrom. Davi em sua rejeição prefigura Cristo no tempo presente, rejeitado por Israel e pelo mundo. O terceiro dia prefigura o tempo quando o Senhor virá em poder e glória para tomar o trono em Israel a reinar como Rei de direito sobre todos (Zc 14:9; Is 32:1).

2 Reis 19:35-20:11

Nesta passagem vemos que após Senaqueribe e seu exército assírio terem sido derrotados pelo Senhor, Ezequias, que estava “mortalmente” enfermo teve sua saúde restituída e foi levantado no “terceiro dia”. Senaqueribe e os assírios formam um bem conhecido tipo dos exércitos russos (Ez 38-39) que descerão sobre Israel nos últimos dias. Ezequias é uma figura da condição de Israel espiritualmente diante de Deus, chegando até a morte. Ezequias ficou assim por dois dias antes de rogar ao Senhor e ser levantado no terceiro dia. Assim acontecerá com Israel quando clamarão Senhor em sua angústia (Jl 2:15-17) no final da grande tribulação. Então Israel será levantado como nação e seus inimigos derrotados.

Jonas 1-3

No capítulo 1 Deus comunica Seus pensamentos a Jonas, fazendo dele uma testemunha responsável para os ninivitas. A nação de Israel recebeu privilégio similar, pois os oráculos de Deus lhe foram confiados (Rm 3:2). O povo de Israel foi colocado em um lugar de responsabilidade para que levasse ao mundo o testemunho do verdadeiro conhecimento de Deus (Rm 2:18-20, Is 43:10). Mas Jonas se rebelou e fugiu da presença do Senhor. Israel também se rebelou contra o Senhor e fracassou em todos os sentidos em dar um testemunho apropriado de Jeová ao mundo (Rm 2:23-24). Assim como Jonas foi lançado fora do navio, Israel foi, nos desígnios de Deus, posto de lado por algum tempo, tendo ficado disperso no mar das nações (Mt 21:21; Ap 17:15; Lv 26:33; Sl 44:11). Após Jonas ter sido jogado no mar, os marinheiros gentios se voltaram para Deus. Mais uma vez, isto é uma figura da salvação chegando aos gentios por Israel ter sido posto de lado (Rm 11:11; At 28:25-28). A aflição que Jonas passa no capítulo dois é outra figura da terrível perseguição que foi a parte que coube ao Judeu durante os longos anos de sua dispersão. No terceiro dia Jonas é visto outra vez e de boa vontade usado como um instrumento de bênção para os ninivitas. Trata-se de uma antevisão da restauração de Israel quando for colocado em um lugar de proeminência durante o Milênio e usado por Deus para a bênção do mundo (Is 60:1-5; 62:1-3).

Levítico 23

Os dois dias são vistos aqui de um modo diferente. Primeiro é necessário ter um simples entendimento do esboço dispensacional do capítulo antes que os dois dias sejam vistos. Há sete festas anuais no capitulo, as quais nos dão uma antevisão dos eventos que vão desde a cruz de Cristo até o Seu Reino vindouro. São elas: a Páscoa – a morte de Cristo (1 Co 5:7), a Festa dos Pães Ázimos – santidade prática na vida do crente (1 Co 5:8), a Festa das Primícias – Cristo ressurreto e ascendido à glória (1 Co 15:23), a Festa do Pentecostes – a Igreja sendo formada em um só corpo (At 2:1), a Festa das Trombetas – Israel reunido de entre as nações (Mt 24:31), o Dia da Expiação – Israel se arrependendo (Zc 12:9-14, Sl 51), a Festa dos Tabernáculos – a bênção milenial da Terra no Reino de Cristo (Sl 72). As quatro primeiras festas já se cumpriram em tipo, as últimas três ainda estão para se cumprir. Todas as festas, exceto as duas do meio, foram celebradas em dias específicos do calendário judaico e correspondem à ordem judaica de se observar os tempos e as estações (Gl 4:9-10). Mas não existia menção a uma data no calendário para a Festa das Primícias e para a Festa do Pentecostes, que prefiguram a presente dispensação cristã. Era simplesmente para serem celebradas no primeiro dia da semana. Estes dois dias diferem claramente dos outros dias de festa e assinalam o presente período de aproximadamente 2000 anos.

Mateus 15:1-39

Na primeira parte do capítulo o Senhor revelou a apostasia em Israel no tempo da Sua primeira vinda, mostrando estar Israel corrompido e distante de Deus. Após haver pronunciado Seus juízos que cairiam sobre o povo, o Senhor partiu para Tiro e Sidom, que são cidades gentias da Síria (At 21:3). Tratava-se de uma atitude simbólica mostrando que os procedimentos do Senhor para com Israel seriam postergados para que Ele visitasse os gentios no dia presente com o Evangelho da Sua graça (At 15:14). Uma mulher gentia foi abençoada ali sobre o princípio da fé, sendo aquela uma amostra do material de que a Igreja seria formada. Após haver tratado com a mulher Ele voltou às terras dos Judeus tomando um lugar em uma montanha na Galiléia, onde administrou bênçãos a todos como uma antevisão de Seu Reino mileniaL Todos foram curados (vs. 29-31), em conformidade com Isaías 35:5-6, e alimentados com pão (vs. 32-39), de acordo com o Salmo 132:15. Mais uma vez aqui é no terceiro dia (v. 32) que a bênção é dispensada.

Mateus 17:1-9

O relato da transfiguração do Senhor Jesus Cristo no monte é uma antevisão da glória do Seu Reino Milenial. Isto aconteceu “seis dias depois” indicando figurativamente que o Reino de Cristo seria estabelecido após terminados 6000 anos da história do homem sobre a Terra. Cristo veio ao mundo após 4000 anos ou quatro dias, deixando dois dias ou 2000 anos para o presente dia da graça.

Talvez exista outra indicação dos dois mil anos sugerida no relato da entrada de Israel na terra de Canaã no tempo de Josué (Js 3-4). É interessante a ordem na qual eles entraram na terra. Primeiro entrou a arca de Deus (figura de Cristo) no rio Jordão (figura da morte). Isto nos fala de Cristo tendo chegado até a morte. Então, 2000 côvados após a arca, seguiu Israel, que passou entrando na terra (Js 3:3-4). Se os 2000 côvados puderem ser aplicados ao presente dia de graça, podemos ver que Israel será introduzido em sua terra para bênção 2000 anos após a morte de Cristo.

Estes indícios encoraja dores devem nos levar a uma alegre expectativa da vinda do Senhor para qualquer momento. “Porque ainda um pouquinho de tempo, e O que há de vir virá, e não tardará.” “Amém. Ora vem, Senhor Jesus!” (Hb 10:37;Ap 22:20).

O mundo diz: “Onde está a promessa da Sua vinda?” A cristandade diz: “O meu Senhor tarda em vir”. O crente que vigia e aguarda diz: “Ora vem, Senhor Jesus!”

(2 Pd 3:4; Lc 12:45; Ap 22:20)