(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Do capítulo 19, versículos 11 ao 37, um crente pode aprender muitas lições para sua própria vida lendo estes versículos vagarosamente. Mas lembre-se de que estas instruções eram na realidade para pessoas sob a lei. Nós as aplicamos à vida espiritual que temos em Cristo. Quando Israel entrou na terra de Canaã e plantou árvores, eles não deveriam comer nenhum dos seus frutos nos três primeiros anos. No quarto ano eles ainda não comeriam o fruto, mas o santificariam ao Senhor, e no quinto ano eles poderiam comê-lo. Estas não são leis para os gentios, nem para a presente dispensação da graça, mas elas nos ensinam que em tudo, mesmo na nossa alimentação, Deus deve ter o primeiro lugar.
Esta parte do livro, capítulos 19 e 20, começa e termina declarando que Israel fosse o povo santo de um Deus santo. E quase todos os mandamentos destes capítulos terminam com o lembrete “Eu sou o Senhor vosso Deus”. Por isso, os que hoje formam parte da família de Deus deveriam reproduzir a santidade do “Pai santo”, do qual são filhos (João 17:11). Pedro cita Levítico 19:2, e conclui com as palavras: “mas assim como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos vós também santos” (1 Pedro 1:15-16). Não é apenas “porque Eu sou santo”, mas “como” realizar isso. Que padrão para nós!
O versículo 32 chama nossa atenção sobre o devido respeito aos mais velhos, uma questão para a qual um jovem cristão nunca deveria deixar de prestar atenção.
No final do capítulo 19 insiste que nenhuma injustiça de qualquer tipo deve ser encontrada entre os israelitas, seja em medidas, pesos ou volume. Suas escalas, seus pesos e todas as medidas deviam ser honestas. Essas coisas são sempre corretas, seja em Israel ou entre os gentios. O cristão se alegra em obedecer a tal instrução, não porque seja lei, mas porque conhece e ama o Senhor. Assim é acrescentado aqui: “Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito”. Nós fomos trazidos pela graça de uma escravidão pior do que a do Egito e temos maior razão para responder com amor e obediência ao Senhor.
O capítulo 19 tem muitas leis proibindo o pecado; o capítulo 20 mostra que a lei, quando quebrada, exigia certas penalidades. Essas penalidades deveriam ser executadas assim que a culpa do infrator fosse estabelecida. Não havia longos processos judiciais e nenhum recurso depois que alguém fosse provado culpado. Mesmo nos dias de Salomão, Israel havia falhado em cumprir essas penalidades prontamente, de modo que Eclesiastes 8:11 nos diz: “Visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal”. Hoje, tais longos atrasos têm levado as pessoas a zombarem do sistema judicial.
Espíritos familiares e médiuns são representantes de Satanás. As pessoas hoje estão mexendo com isso e não parecem entender que estão brincando com fogo (capítulo 20, versículos 6 e 27). O espiritismo está se espalhando cada vez mais. Em Isaías 47:10-15, lemos que Israel não havia prestado atenção a estes avisos e estava sendo castigado por isso. Na história de Israel, o rei Saul baniu médiuns e espíritas da terra de Israel (1 Samuel 28:3), mas ele mesmo foi consultar um (1 Samuel 28:7-25), sem resultados agradáveis. Ele morreu no dia seguinte
Alguns cristãos parecem não entender que Satanás leva os crentes para longe de Deus do mesmo modo como ele faz com incrédulos. E não estão cientes de que ele pode nos levar muito longe. Mas repare o quão longe Satanás poderia levar aquele povo. Um aviso para nós!
A desonra aos pais exigia a pena de morte! (20:9). As pessoas hoje fazem piada disso (“Os loucos zombam do pecado” – Provérbios 14:9).
O mundo ao nosso redor tem uma grande influência sobre nós. Devemos nos manter afastado dele o máximo que pudermos. Nossa vida deve ser um testemunho de Cristo contra o mundo.
Esta última seção do capítulo 20 (versículos 22 a 27) repassa para a consciência do povo a importância vital de guardar os estatutos e julgamentos de Deus. Estas eram leis que Israel tinha três vezes prometido cumprir (Êxodo 19:8, Êxodo 24:3, Êxodo 24:7). Se eles não as guardassem, então a terra os “vomitaria”. Porque Deus separara a terra como Sua própria “terra santa”. Dessa terra expulsaria as nações que a ocupavam, por causa da adoração de ídolos e espíritos maus. Poderia também fazer o mesmo a Israel se eles descessem ao mesmo nível. Na verdade, a história provou isso na dispersão de Israel de suas terras durante séculos, após a rejeição de Cristo, o Messias prometido.
Eles não poderiam dizer que não sabiam. Muitas escrituras advertiam e advertiam. Eles foram separados por Deus de todos os outros povos (versículo 24). Portanto, eles deveriam discernir claramente entre limpo e impuro (versículo 25). Esses versículos claramente inferem que animais e pássaros impuros eram símbolos de pessoas impuras, das quais Deus separara Israel.
Assim, eles seriam santos, separados do mal, porque Deus é santo, e Ele os separou dos gentios, para ser Dele (versículo 26). O capítulo termina com a sentença de morte pronunciada para qualquer médium ou espírita (versículo 27), pois o objetivo de tais pessoas era livrar-se da autoridade de Deus por meio de atividade satânica.
“Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos separei dos povos”
Deus os separou do mundo para Si mesmo. Este versículo (20:24) nos dá a razão pela qual deveríamos ter todas as coisas puras acerca das quais temos lido nos capítulos anteriores. Que possamos nos conscientizar de que Deus só deseja bênção para nós, e nos deu instruções completas em Sua Palavra. Nosso andar em Cristo deve ser evidente em todo o nosso comportamento; não só na nossa abstenção dos pecados horríveis que Deus é obrigado a denunciar em Sua Palavra, mas nos mil detalhes em que o amor e a justiça prática podem ser exercidos (versículos 34 a 36). Lembremos sempre que fomos chamados pelo nome digno de Cristo (Tiago 2:7), de tal maneira que nossa conduta, honra ou desonra este precioso nome. Precisamos diferenciar o que é limpo e o que é impuro.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.