Apocalipse 1:19-20 (Quem são os anjos das igrejas?)

(versículo 19) Os dois últimos versículos do primeiro capítulo formam uma introdução apropriada para as mensagens do Senhor às sete igrejas. Tendo os medos do apóstolo sido dissipados, ele é instruído a se comprometer a escrever “as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer”.

Aqui, então, temos a divisão do próprio Senhor do Apocalipse. Primeiro “as coisas que tens visto”, referindo-se à visão do Filho do Homem como o Juiz (Apocalipse 1:9-18): segundo, “as que são”, compreendendo os discursos para as Sete Igrejas, representando coisas que existiram e a condição que continuará a existir durante o período da Igreja (Apocalipse 2 e 3), em terceiro lugar, o “que depois destas hão de acontecer”, falando os grandes eventos proféticos que acontecerão depois que período da igreja estiver encerrado (Apocalipse 4 a 22).

(versículo 20) Como introdução necessária para as mensagens às Igrejas, o Senhor explica o mistério das sete estrelas e dos sete candelabros de ouro. É revelado que as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais são as sete igrejas.

Os anjos das Igrejas aparentam representar aqueles que são colocados nas assembleias para dar luz celestial, assim como as estrelas, que são os símbolos dos anjos, iluminam os céus. Mas, como as estrelas em relação à luz do sol, estes representantes estão subordinados de luz sob Cristo. O sol é a grande e suprema fonte de luz para toda a Terra. As estrelas são necessárias quando o sol está longe; e a fraca luz que emitem é do mesmo caráter e natureza que a luz do sol. Na ausência pessoal de Cristo, a perfeição do testemunho da Igreja seria emitir o mesmo caráter de luz que Cristo na glória celestial – da mesma natureza, embora muito distante em força e poder e quantidade. De um modo especial, esses ‘anjos” ou representantes das Igrejas são responsáveis perante Cristo pela condição moral das assembleias,

Enquanto em cada Igreja o Senhor se dirige ao anjo, e assim mantém o anjo responsável pelo estado da assembleia, ainda é notável que Ele constantemente deixe de falar diretamente ao anjo para dirigir-se à igreja. Assim, no discurso à Pérgamo, Ele fala de um mártir fiel “o qual foi morto entre vós”; e novamente Ele diz, no discurso à Esmirna, “Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão”. Esta mudança do singular para o plural torna impossível aplicar o anjo a um oficial presidente, e nos leva a ver um representante simbólico da Igreja.

Os sete candelabros são símbolos das sete igrejas. Isso fica claro em Apocalipse 1:4, Apocalipse 1:11, sete igrejas existentes são indicadas. É, no entanto, igualmente claro que essas Igrejas apresentam a história de todo o período da Igreja. Sete Igrejas foram selecionadas, nas quais possuem traços morais que usados por Cristo para estabelecer profeticamente a condição moral da Igreja professa como um todo, ou em parte, em diferentes períodos de sua história.

Existem razões substanciais para essa conclusão. Em primeiro lugar, em Apocalipse 1:3, todo o livro do Apocalipse é mencionado como profecia. Isso daria um caráter profético a estes discursos. Então o número sete é um símbolo constante de plenitude nas Escrituras, e, como os sete Espíritos falam da plenitude do único Espírito Santo, assim, julgamos, que as sete igrejas apresentam uma visão completa das variadas condições de toda a profissão cristã. Talvez, no entanto, o argumento mais convincente para o caráter profético das Igrejas é, como se disse, “a correspondência real entre o quadro dado das sete igrejas e a conhecida história da igreja professa”.

Trecho extraído do livro “The Addresses to the Seven Churches” de Hamilton Smith (ainda sem tradução).

Aqui você encontra algumas explicações para os símbolos mais comuns utilizados no livro de Apocalipse >>>>>

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