A grandeza demonstrada por Deus ao tratar com Jó – D.C. Buchanan

O livro de Jó nos mostra, como nenhum outro, como Deus controla todas as coisas para cumprir Seus propósitos de bênçãos para os seus.

A maneira complexa de como Deus interliga as ações de Satanás, da esposa de Jó, seus três amigos e como humilha Eliú para trazê-lo aos seus propósitos são testemunhos de Seu grande poder, sabedoria e conhecimento. Jó era um “objeto” especial do favor de Deus, e o livro de Jó é dado como uma demonstração de como as provações em que somos colocados por Ele são para o bem e para bênçãos. A maior benção em ler o livro de Jó não é poder entender a complexa discussão, mas em poder enxergar a finalidade dos caminhos de Deus para com Jó e toda a Sua misericórdia. Acreditamos que Deus nos deu esse livro para nos ajudar em nossas provações.

O Trabalho de Satanás

Satanás é o primeiro agente a ser usado. Deus chama a atenção para a perfeita e correta vida de seu servo. Então Satanás sugere que Jó era piedoso por causa da proteção e bênçãos que Deus lhe dava e prontamente propõe um plano no qual ele pensa que iria fazer Jó amaldiçoar a Deus. Então Deus permite, mas com certas restrições que não permitia Satanás ir além das razões que Deus queria conseguir através dessa provação. Satanás pode ser um agente usado em nossas provações, mas é Deus quem está com o controle de tudo, e Satanás não pode ir além do que Deus permite. Satanás então, imediatamente após falhar em sua primeira tentativa, parte para medidas extremas de morte e destruição, doenças no corpo e sofrimento tentando provar o contrário do que Deus disse sobre Jó e fazer com que Jó falhasse. Mesmo assim Jó se manteve íntegro e não amaldiçoou a Deus.

Satanás tenta então como seu último recurso semear desespero no coração da mulher de Jó fazendo com que ela dissesse para amaldiçoar a Deus e morrer. Mas Deus tinhas outras razões para permitir que Satanás fizesse o que fez. Ele queria o bem e abençoar a Jó, pois Ele via algo em Jó que O impedia de abençoá-lo. A benção que Deus tinha reservado para Jó era muito melhor do que ele poderia conseguir por sua própria justiça. Esse plano necessitava de uma provação que levasse Jó a desistir de sua própria justiça e depender somente de Deus. Seus três amigos são outros agentes usados para dar continuidade à sua provação.

Os três amigos de Jó.

Após Satanás terminar tudo o que ele poderia fazer para Jó, três amigos vêm para o consolar. Mas, ao contrário de serem uma ajuda para levar Jó a Deus, eles usam suas próprias experiências, lógica e tradição. Seus esforços em ensiná-lo o porquê de todas essas coisas terem acontecido, puderam somente levar Jó a um caminho de resistência e justificação própria. Embora suas palavras fossem frequentemente verdades em si mesmas, eles não entendiam a razão da provação. O poderoso trabalho de Deus em nossas vidas é muito grande para ser explicado pelo conhecimento humano. Devemos ir até o santuário para aprender porque Deus permite as provações.

Deus usou os três amigos de Jó para expor o que ninguém mais conseguiria. Era necessário expor o que necessitava ser revelado e julgado. Jó em sua defesa contra suas falsas acusações, atribui erroneamente as injustiças a Deus (Jó 27:2). O fato de Jó sempre procurar ser correto e justo poderia até ser bom, mas o defender a si mesmo era errado. Somente Deus é nosso juiz. Nenhum homem estando sob provação pode ser ao mesmo tempo avaliador ou juiz, pois, quando começamos a nos defender, com certeza erraremos, apesar de ser muito difícil não se defender quando a acusação é falsa. Deus foi fiel em ter à mão um homem que o representaria apropriadamente no momento certo.

As palavras fiéis de Eliú.

Usualmente é somente depois de cessarmos de falar que começamos a aprender e Eliú sabiamente espera por esse momento, antes de começar a falar. Ele justifica, primeiramente, a Deus e somente depois aponta os erros de Jó e dos seus amigos. Ele também não toma a posição de superioridade nem de inflexibilidade, mas fala como de alguém que é feito de barro. Ele é cuidadoso em não acusar a Jó das coisas que não se pode ver no coração, antes ele usa apenas o que cada um disse e fielmente fala a verdade. Depois de falar dá a oportunidade de Jó responder, e termina seu discurso com uma admoestação para temer a Deus. Ele, consegue levar Jó a presença de Deus, e então silencia-se. Depois disso Deus começa de onde Eliú terminou. Ele conduz Jó ao completo entendimento de quem Ele é e o Seu grande poder. Jó reconhece sua vil condição após o primeiro discurso. No segundo discurso Jó vê a Deus como Ele é, e ele é restaurado a Deus.

O grande propósito de Deus em abençoar então, é demonstrado na vida de Jó. Ele recebe em dobro tudo o que havia perdido em sua provação.

“Porque tudo que dantes foi escrito para o nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das escrituras tenhamos esperança” (Romanos 15:4)

“Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tiago 5:11).

D.C. Buchanan