O brado do Senhor, a voz de arcanjo e a trombeta de Deus
Por que a voz de arcanjo e a trombeta de Deus estão ligadas ao brado do Senhor em Sua vinda?
A passagem em questão diz: “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, com voz de arcanjo e com trombeta de Deus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4:16-17)
A descida do Senhor para ressuscitar os mortos em Cristo e transformar os vivos em Cristo e levá-los para Si terá amplas consequências; elas se estenderão para toda a humanidade; pois será o movimento inicial desse poder pelo qual Ele subjugará todas as coisas a Si mesmo.
No Novo Testamento, a humanidade está dividida em três círculos, a saber, a Igreja, Israel e as nações gentias; em conexão com cada um, o Senhor deve ter uma glória especial. Sugerimos que cada um deles seja compreendido nessa passagem.
O brado do Senhor está especialmente ligado com Sua Igreja, e aqueles que morreram nos dias do Antigo Testamento, que irão compartilhar em alguma medida em sua parte celestial. Todos estes responderão instantaneamente a Seu brado de reunião, e num piscar de olhos aparecerão, radiantes e gloriosos, na presença do Senhor.
A voz do arcanjo se refere a Israel, pois Miguel, o arcanjo, tem seu lugar especial em relação a essa nação (veja Daniel 10:13, 21 e 12: 1; Judas 9). Não queremos dizer com isso que Israel será imediatamente reunido em bênção, pois ele terá que passar pela dolorosa tribulação e arrependimento antes de estar pronto para receber o Senhor, enquanto a igreja já é idônea “para participar da herança dos santos na luz” (Colossenses 1:12); mas os ponteiros do relógio dos acontecimentos para esse fim serão imediatamente colocados em movimento naquele momento.
A trombeta de Deus tem em vista toda a humanidade, pois Ele julgará os homens e o mundo (Atos 17:31; Romanos 2:16 e 3:6). Aqui, novamente, as nações de homens vivos não aparecerão imediatamente diante dEle para julgamento, mas serão desencadeados eventos que infalivelmente os levarão para isso no dia marcado.
Todos os propósitos de Deus em relação à Terra estão suspensos até que a igreja seja retirada dela, mas quando esse evento ocorrer, todas as coisas se moverão rapidamente para o seu cumprimento.
A parábola do casamento do filho do rei (Mateus 22)
A cidade que é queimada se refere ao mundo? Caso sim, por que o convite é enviado depois aos outros?
Toda essa parábola, quando proferida pelo Senhor, foi profética sobre período do evangelho. O evangelho é realmente um convite de Deus aos homens para virem e compartilharem Seu prazer em Seu Filho. Este convite foi enviado primeiro a Jerusalém; porque os discípulos tinham que começar por ela (Lucas 24:47); e é primeiro para o judeu (Romanos 1:16). Mas eles não quiseram a graça “perdoadora” de Deus, e na cidade que havia sido culpada pelo sangue do Filho de Deus, em quem se deleitava, Estêvão e outros foram martirizados.
Sendo assim, Deus em Sua ira permitiu que os exércitos romanos aparecessem no ano 70 para executar Sua palavra contra JERUSALÉM. Deus os chama de Seus exércitos, pois eles realizaram Seu juízo, os assassinos foram destruídos e sua cidade foi incendiada. Jerusalém é a cidade em questão: “Os convidados não eram dignos” (versículo 8), e Paulo retoma essa mesma palavra em Atos 13:46 quando ele se volta dos judeus para os gentios.
Depois disso, o evangelho foi para as “saídas dos caminhos”, as estradas, isto é, para as nações gentias; e a profissão cristã foi formada; o casamento foi preparado com convidados. Eles foram trazidos pelos servos e muitos dos que foram trazidos estão lá apenas na profissão, e não sentiram nem tiveram necessidade de uma justiça que não é deles; eles confiam em si mesmos. Mas o Rei, que não cometerá erros como Seus servos fizeram, está vindo para ver os convidados. Então haverá diferenciação e divisão, somente aqueles que descartaram seus próprios méritos e têm a Cristo por sua justiça, permanecerão no casamento. Os demais serão lançados nas trevas exteriores. Isto coincide com a solene palavra do Senhor a Laodicéia: “Vomitar-te-ei da minha boca”, e chegará o fim do dia da graça.
J. T. Mawson