A LACUNA EM GÊNESIS 1

 

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A Visão da “Terra Jovem” Parece se Basear em Crenças Arminianas

Quando recuamos e olhamos o raciocínio por trás da visão da criação da “Terra Jovem”, vemos que é um esforço bem-intencionado para desmascarar as noções de Evolução, com o propósito de tornar o evangelho mais convincente para o mundo. Negar as conclusões científicas deles sobre a criação é, em suas mentes, um terrível compromisso com a Evolução. Eles acreditam que, se considerarmos que existe um período de tempo não revelado (uma lacuna) antes de Deus começar a fazer a Terra atual, então estamos abrindo a porta para as pessoas pensarem que a Evolução está certa no final das contas. Por isso, em suas mentes, isso prejudica a mensagem do evangelho.

  1. Radebaugh resumiu o movimento da Ciência Criacionista como sendo “uma reação instintiva à Evolução”. No fundo do movimento da Terra Jovem, vemos Cristãos tentando provar aos ateus e infiéis do mundo que eles estão errados sobre a Evolução, e que eles deveriam se voltar a Cristo para serem salvos. Agora, esses crentes amados (Criacionistas da Terra Jovem) podem ser elogiados por suas boas intenções, mas a premissa de seu esforço revela uma ignorância básica de um grande fato do evangelho – que o homem na carne é totalmente depravado e que não tem poder (livre arbítrio) para mudar sua mente e então crer. A Escritura apresenta a condição de uma pessoa perdida (um incrédulo) como estando espiritualmente “morta” (Ef 2:1- 5; Cl 2:12-13), não tendo nenhuma faculdade espiritual para ouvir e crer na mensagem do evangelho. Segundo a Escritura, o homem em seu estado natural na carne:
  • Não pode “ver” (entender) o reino de Deus (Jo 3:3).
  • Não pode “entrar” no reino de Deus (Jo 3:5).
  • Não pode “receber” o testemunho de Deus a respeito de Seu Filho (Jo 3:27, 32; 1 Co 2:14).
  • Não pode se mover para “vir” a Cristo e ser abençoado (Jo 6:44, 65).
  • Não pode “dizer” (ou discernir) a verdade (Jo 8:14).
  • Não pode “ouvir” a verdade (Jo 8:43, 47).
  • Não pode “agradar a Deus” (Rm 8:8).

Sendo assim, a Escritura em nenhum lugar convoca os Cristãos a argumentarem ou debaterem com ateus e infiéis sobre os vários tópicos de sua incredulidade. De fato, Ela nos adverte contra tais táticas (2 Tm 2:14). Nós não fomos chamados para convencer o homem na carne da existência de Deus e de Sua criação. A Bíblia não tenta explicar isso, mas pressupõe que todos os que a leem têm fé (Hb 11:6). Se pudéssemos convencer intelectualmente os homens não regenerados a abandonar suas falsas ideias de Evolução e crer no Senhor Jesus, então sua “fé” estaria apoiada “em sabedoria dos homens” e não no “poder de Deus” (1 Co 2:5). Argumentos científicos inteligentes não podem convencer os incrédulos a receber o Senhor Jesus Cristo, porque os homens em seu estado natural não têm faculdades espirituais para entender a verdade; tudo é tolice para eles (1 Co 2:14). Se alguém crê no evangelho, é somente por causa do poder vivificador de Deus. Ao vivificar (ou no novo nascimento) o Espírito de Deus aplica a Palavra de Deus à alma e assim comunica vida divina a eles. Assim, eles recebem a capacidade de ouvir e responder ao chamado de Deus no evangelho. Nossa responsabilidade em compartilhar o evangelho, portanto, é apresentar a mensagem da graça redentora pela Palavra de Deus com clareza, simplicidade e veemência, e deixar os resultados com o Espírito de Deus que é o único que tem o poder de transmitir vida e levar os homens ao arrependimento e a crença no Senhor Jesus. A Bíblia diz: “E creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna” (At 13:48).

Assim, a premissa dos esforços dos Criacionistas da Terra Jovem tem uma base errada. Parece estar baseado em equívocos arminianos sobre o estado caído do homem. Jacó Armínio (1560-1609 d.C.) ensinou que todos os homens são pecadores depravados, mas ele não viu que a depravação deles era tal que não podiam escolher crer no evangelho. Ele ensinou que, embora os homens sejam criaturas caídas, eles ainda são agentes morais livres e, portanto, têm o poder para crer no evangelho, se assim desejarem. (A verdade é que o homem não regenerado não tem livre arbítrio; pode ter escolha nas coisas comuns da vida, mas nunca escolherá a Cristo).

Não estamos dizendo que todo Criacionista da Terra Jovem é arminiano em sua doutrina, mas que o efeito que o arminianismo teve em muitos Cristãos os levou a acreditar que é seu dever argumentar com os ateus e infiéis do mundo, e tentar convencê-los de que suas ideias estão erradas e que devem crer em Cristo. A maioria dos Cristãos evangélicos de hoje é arminiana em seus pontos de vista e, portanto, não vê nada de errado com a apresentação intelectual do evangelho pelo Criacionismo da Terra Jovem por meio da ciência. Entretanto, embora seus motivos possam ser bons, todo o exercício revela uma incompreensão básica da depravação total do homem. Eles supõem que ainda existe uma centelha de bem no homem caído que lhe dá o poder de escolher crer – se ele quiser. (Portanto, devemos tentar argumentar com os homens e convencê-los da verdade pela ciência e a geologia etc.) Se isto é assim, então o homem caído não é totalmente depravado e, afinal the contas ele não está morto!

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O resultado final da visão da “Terra Jovem” é que é preciso desconsiderar o que os irmãos confiáveis que ensinaram sobre a Bíblia disseram sobre o tema da criação e adotar um novo ensino, porque a ciência e a geologia supostamente descobriram que esses mestres estavam errados. Acreditamos que seria mais seguro deixar a ciência fora de cena e permanecer com uma exposição sadia da Escritura, o que foi atestado por respeitados estudiosos da Bíblia durante um período de muitos anos. E também, para evitar interpretações novas e inventadas que foram concebidas para apoiar essas descobertas científicas.