SEUS ELEITOS

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Os “eleitos” podem não necessariamente se referir a cristãos. Se alguém falar de eleitos em nossos dias, aí sim, mas acaso Deus não tinha “eleitos” celestiais antes de existirem cristãos? E depois que os cristãos forem levados para o céu, porventura não existirão eleitos sobre a terra? Estaria Deus impedido de mostrar misericórdia na terra porque Sua graça soberana já teria dado a nós e aos santos do Antigo Testamento nossos respectivos lugares no céu?

Havia gentios eleitos nos dias dos patriarcas e depois também. Tome Jó e seus amigos: acaso não eram eles eleitos? Melquisedeque, Jetro e outros; não eram eles eleitos? Será preciso enumerar os eleitos de Israel no passado? Encontramos gentios eleitos tanto quanto judeus e cristãos. Quando lemos do cristianismo, então os eleitos devem ser identificados como tais; quando lemos sobre os judeus, então a frase se aplica à eleição dos judeus e o mesmo com respeito às nações. Devemos ser governados pelo contexto.

Já que o Senhor está aqui (Mateus 24) falando sobre Israel, o sentido não deve ser ambíguo. Quando temos “seus eleitos” mencionados, Ele quer dizer os eleitos daqueles que estão sendo descritos, ou seja, Israel. Não se trata de introduzir regras arbitrárias. Trata-se, na verdade, de um princípio de muito claro e necessário na exposição de um assunto.

O Senhor em todo o contexto está falando de Israel e de suas esperanças. Consequentemente, “seus eleitos” deve ser interpretado em conformidade com o assunto em pauta. Esses eleitos serão reunidos “dos quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus”, todavia não para serem levados ao céu, mas para permanecerem na terra (compare com Isaías 27, Isaías 65 e Romanos 11:5, 7, 28).

William Kelly