SEPULTAR OU CREMAR OS MORTOS?

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O costume entre os Israelitas era de sepultar os mortos, havendo até mesmo instruções na lei quanto ao sepultamento de um criminoso (Dt 21:23). A importância do sepultamento é acentuada em Eclesiastes 6:3: “Se o homem gerar cem filhos, e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos e se a sua alma se não fartar do bem, e além disso não tiver um enterro, digo que um aborto é melhor do que ele”.

No Novo Testamento vemos que quando Herodes decapitou a João, os discípulos deste “levaram o corpo, e o sepultaram; e foram anunciá-lo a Jesus” (Mt 14:12). Profeticamente, foi escrito acerca do Senhor Jesus que esteve “com o rico na sua morte” (Is 53:9). Vemos isto ternamente cumprido por José de Arimatéia e Nicodemos. “Tomaram pois o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer, na preparação para o sepulcro. E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto. Ali pois (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus” (Jo 19:40-42).

Tendo iniciado o período cristão no livro de Atos, notamos que as primeiras três pessoas que morreram foram sepultadas. As duas primeiras foram Ananias e Safira (At 5:6,10). Então, em Atos 8:2, vemos que “uns varões piedosos foram enterrar Estêvão”. Vemos, portanto, que a prática cristã é sepultar, e não cremar, os mortos.

Em agudo contraste a isso, o versículo em Amós 2:1 chama nossa atenção: “Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Moabe, e por quatro, não retirarei o castigo, porque queimou os ossos do rei de Edom, até os reduzir a cal”. Essa extrema expressão de ódio de um contra o outro atraiu o castigo de Deus. Vemos também que o próprio Deus, no julgamento final da besta, a entrega para ser queimada (Daniel 7:11; Apocalipse 19:20).

Todo crente pertence a Deus, pois a Palavra diz: “Não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Co 6:19-20).

A esperança do crente é a vinda do Senhor para nós enquanto ainda estamos vivos. Todos os crentes que morreram serão ressuscitados e nós seremos transformados, conforme nos é dito em Filipenses 3:20-21: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas”.

Aprendemos, então, que este corpo que Deus nos deu para viver é precioso para Deus – pertence a Ele – e deveremos tratá-lo cuidadosamente e respeitosamente, tanto enquanto vivermos, como também na morte.

Os ímpios tentam, com freqüência, fugir de Deus e do juízo vindouro ao recomendar que seus corpos sejam queimados e as cinzas sejam espalhadas pelo oceano. Tudo em vão. Nosso Salvador, como Filho do Homem, é apresentado no primeiro capítulo de Apocalipse como Juiz. Nos versículos 17 e 18 Ele diz: “Eu sou… o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte (o lugar onde está o corpo) e do inferno (hades, o lugar dos espíritos que partiram)”. Ele usará essas chaves primeiro na ressurreição do justo e então, mais tarde, na ressurreição do injustos (At 24:15).

Não estamos sob a lei, mas sob a graça. Deus nos tem revelado o Seu pensamento tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. A maneira apropriada de se tratar o corpo é o sepultamento, e não a cremação.

 

C. Buchanan – Christian Treasury – Dez/1990