OS DEZ MANDAMENTOS

 

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Seu conteúdo moral e sua aplicação para o Cristão

Tenho o propósito de considerar aqui o assunto dos dez mandamentos e sua aplicação moral para o Cristão. Mas antes vamos ler algumas passagens das Escrituras: “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo… Porque eu pela lei estou morto para a lei, para viver para Deus… Todos aqueles pois que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo vivera da fé. Ora a lei não é da fé; mas o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá… Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” (Gl 2:16,19; 3:10-12; Rm 6:14).

A razão pela qual lemos estes versículos é a seguinte: ao considerar o assunto dos dez mandamentos, é possível que alguns pensem que vou aplicá-los de uma maneira legalista como se nós, nesta dispensação da graça de Deus, estivéssemos sob a lei. Não! Nós estamos sob a graça; a pura graça soberana; não há nada legalista nela.

Lemos no capítulo 20 de Êxodo a augusta lei de Deus, as “dez palavras” (Êx 34:28 – Almeida Versão Atualizada) dadas aos filhos de Israel, por meio de Moisés, no monte Sinai. Nosso propósito é identificar a que correspondem essas “dez palavras” no Novo Testamento. Dos dez mandamentos, oito são negativos e dois positivos; nove de caráter moral e um cerimonial. A natureza de Deus é imutável e, como consequência, vemos que os nove mandamentos que são essencialmente de caráter moral têm seu correspondente no Cristianismo. Vamos procurar identificá-los.

O Primeiro Mandamento Mosaico

O primeiro mandamento se encontra em Êxodo 20:3: “Não terás outros deuses diante de Mim”. Este encabeça a lista e é fundamental. Era um elemento essencial da dispensação judaica, e a revelação Cristã conserva esta verdade inviolada. Lemos em 1 Coríntios 8, no final do versículo 4, que “não há outro Deus, senão um só”. Quão clara e inequívoca é esta afirmação! Vamos ler o versículo 6: “Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de Quem é tudo e para Quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo Qual são todas as coisas, e nós por Ele.” Quando um “testemunha de Jeová” vier à sua porta para desafiá-lo quanto à fé que você professa de Cristo como sendo Deus, leia para ele 1 Coríntios 8:4-6. Confessamos a um só Deus, mas aprouve Àquele um só Deus revelar-Se em três Pessoas. Filipe rogou ao Senhor Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai”. Quão maravilhosa foi a resposta do nosso Senhor! “Quem Me vê a Mim vê o Pai… estou no Pai, e o Pai em Mim” (Jo 14:8-11).

Vamos ler agora a primeira epístola de João, capítulo 5, versículo 20. “Sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em Seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. Oh! quão preciso! Estas declarações são tão resplandecentes como um Cristal; JESUS É DEUS. Sim, no Cristianismo conhecemos a um só Deus. Às vezes Ele é manifestado como o Pai, às vezes como o Filho, e às vezes como o Espírito (compare com Atos 5.3-4). Assim, no Cristianismo, nos achamos de pleno acordo com o primeiro mandamento de Moisés: “Não terás outros deuses diante de Mim”.

O Segundo Mandamento Mosaico

Voltando agora a Êxodo 20, lemos o segundo mandamento: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na Terra, nem nas águas debaixo da Terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás: porque Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que Me aborrecem. E faço misericórdia em milhares aos que Me amam e guardam os Meus mandamentos” (Êx 20:4-6). “Não farás para ti imagem”. Vamos agora ler 1 Coríntios 10:14: “portanto, meus amados, fugi da idolatria”. Também o versículo 7: “Não vos façais pois idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar”.

Estamos vivendo numa época que se prepara para a chegada “do homem do pecado” (2 Ts 2:3). O mundo está prestes a mergulhar na mais temível idolatria, como jamais se conheceu. Os próprios judeus se entregarão a uma idolatria sete vezes pior do que a que antes cometiam (Mt 12:43-45). As demais nações do mundo seguirão o mesmo caminho e esta tendência já se vê hoje em dia. Você já notou o rápido aumento na comercialização de figuras e estatuetas nas mais diferentes lojas? Entre elas você encontrará réplicas exatas de ídolos pagãos. Percebe-se que tudo isso está promovendo a preparação de condições ideais para a adoração de ídolos e a da imagem da besta (Ap 13). Quando o homem não se importa com Deus (Rm 1:28), com o verdadeiro conhecimento de Deus, como é revelado na Sua Palavra, logo cai na idolatria. Esta tem sido a história do homem. Por detrás do aparentemente inocente ídolo de barro ou madeira estão a presença e o sinistro poder de um demônio. Trata-se, verdadeiramente, de adoração a demônios. Compare 1 Coríntios 10:20 e veja também Apocalipse 9:20. Encontramos, assim, no capítulo 10 de 1 Coríntios uma solene admoestação para que nós, Cristãos, fujamos de qualquer coisa que possa ter a aparência de idolatria. Ajoelhar-se diante de imagens não tem nenhum lugar no Cristianismo. Isto que afirmamos está de pleno acordo com o segundo mandamento.

O Terceiro Mandamento Mosaico

Voltemos a ler Êxodo, capítulo 20, e desta vez o versículo 7: “Não tomarás o Nome do Senhor teu Deus em vão: porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o Seu nome em vão”. Vamos ler Tiago 5:12: “Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela Terra nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação”. Quão plenamente isto comprova o terceiro mandamento mosaico! Não creio que entre meus leitores esteja alguém que tome deliberadamente o nome do Senhor em vão; mas notemos que Tiago trata deste assunto como mais do que uma mera proibição, exortando-nos a que “a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação”. Com isto diante de nós, qual de nós pode dar-se por inocente? Para poder alcançar plenamente a vitória no assunto de obediência à Palavra de Deus, devemos fazer da oração de Davi o nosso rogo diário: “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação de meu coração perante a Tua face, Senhor. Rocha minha e Libertador meu!” (Sl 19:14).

Penso especialmente naqueles que são jovens e na formação de seu vocabulário. Convém, enquanto jovem, eliminar totalmente do vocabulário toda palavra agressiva, rude ou profana. Nunca permita que tais palavras sejam ouvidas em sua boca. Devemos conservar o nosso falar limpo e puro, no lar, na escola, no trabalho, para que o mesmo possa ser aprovado perante o tribunal de Cristo.