O CÂNTICO DOS CÂNTICOS DO NOIVO

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A criação não seria completa sem a mulher, portanto enquanto Adão dormia, Deus tirou uma costela do seu lado e formou a mulher. Ela se tornou osso de seus ossos e carne de sua carne. Seu nome, Eva, significa mãe de todos os viventes. Cristo em ressurreição é o último Adão, o primogênito da nova criação, e a Igreja se torna Sua noiva. Somos membros do Seu corpo, de Sua carne e de Seus ossos (Efésios 5). O Cristo não será completo até que Sua noiva esteja no seu lugar ao Seu lado, a plenitude dEle que preenche tudo em todos. Ela tomará o lugar da mãe de todos os viventes, e é vista como a santa e celestial Jerusalém, possuindo a glória de Deus.

Deus criou o homem com capacidade para os mais elevado gozo que pode ser experimentado por uma criatura. Mas, por causa da entrada do pecado no mundo, o homem pertence agora a uma raça perdida. Por meio de Seu Filho, Deus providenciou um modo pelo qual o homem caído pode ser restaurado a Deus e sua capacidade perdida possa ser recuperada. A base para esta restauração está na morte do Filho de Deus, que derramou Seu sangue vital para pagar a terrível dívida daqueles que crêem na Sua Palavra. A dádiva de Deus é o real desfrutar de Cristo no céu. Ele é a água viva.

Deus oferece agora a cada pessoa uma salvação eterna, completa e gratuita. “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10.9).

Havendo terminado sua obra na Terra, Jesus volta para a casa do Pai para Se apresentar, e à Sua obra de redenção, preparando assim um lugar para Sua noiva. Esta é a Igreja de Deus e é composta de todos os crentes que creram e confessaram a Jesus como Senhor. Ela foi formada no dia de Pentecostes quando o Espírito Santo foi dado para habitar em cada crente (Atos 2.4). Por dois mil anos, desde o Pentecostes, Deus tem estado a reunir, em um corpo, “os filhos de Deus que andavam dispersos” (Jo 11.52).

Embora aqueles que compõem a Igreja tenham falhado completamente, a Igreja de Deus continua, aos Seus olhos, como era no dia de Pentecostes. O Espírito Santo, habitando no crente e na Igreja, fornece o poder para manter um testemunho para a obra de Cristo, apesar do fracasso do homem.

Deus está preparando Seu povo para uma eternidade de êxtase no céu com Cristo. Ele quer que cada um de nós se sinta em casa quando lá chegar. Uma vez que a dignidade do céu é diferente da encontrada na Terra, cada um deve experimentar várias tribulações e passar por muitas lições a fim de se preparar. O exercício de alma através do qual Deus faz passar cada um dos Seus filhos produz a liberdade para que desfrutem da casa do Pai.

A união matrimonial de Cristo e Sua noiva, a Igreja, ainda é futura. Agora é o tempo do noivado, e nós, a noiva, somos o real objeto e deleite de nosso Noivo. “Vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2 Co 11.2).

Toda a Divindade está engajada nas comunicações com a noiva. Deus Pai faz a comunicação, por meio do Espírito Santo, entre o Noivo e a Noiva. São estas comunicações que predominam este doce e precioso Cantares de Salomão. Estas comunicações exigem que se tenha entendimento espiritual para suas interpretações. É, na realidade, o cântico dos cânticos do Noivo ao prever o casamento, a ocasião mais feliz que jamais ocorreu ou ocorrerá, seja no céu ou na Terra.

Cada crente que ande em verdade possui uma certa medida deste entendimento, o qual aumenta por meio da experiência e da comunhão. Esta comunhão com o Noivo proporciona um gozo constante para a noiva em meio a circunstâncias que, de outro modo, seriam só tristezas e tribulações.

Este cântico coloca diante de nós a linguagem mística usada entre o Noivo e a noiva enquanto a noiva ainda está na Terra e o Noivo está no céu. Embora não pronuncie literalmente palavras, o Espírito Santo conduz tanto os pensamentos do Noivo para com a noiva, como a resposta dela a Ele. O crente individualmente necessita desta comunhão com o Noivo e da Sua companhia enquanto aguarda por Sua vinda para toda a noiva.

Embora este cântico fale de Cristo e Israel, a noiva terrena, ele apresenta, em tipo, o divino mistério de Cristo e a Igreja – não a doutrina como é encontrada em Efésios, mas a real experiência e comunhão dela com o Noivo, antes de ser levada para o céu. É um livro de gozo, exatamente o que necessitamos para alegrar nosso espírito à medida que as sombras do ocaso se espalham, enquanto o crepúsculo e as trevas se fecham sobre o cenário terreno.

Qual é o seu futuro? Será o seu fim um tempo de gozo extraordinário ao entrar no céu, ou um lugar de infindável tristeza no lago de fogo?

C.E.Lunden