H.Smith, “Seven Exortations”, Pág. 10.
Filipenses 4:6
A exortação do apóstolo aqui tem em vista as circunstâncias desta vida. Ele não desconhece que, em um mundo de tristezas e enfermidades, de necessidades e preocupações, haverá tribulações para se enfrentar e fardos para se carregar; mas, não deveríamos torturar nosso pobre coração com coisas assim. O próprio apóstolo escreve de uma prisão, e havia sofrido necessidades, havia tido um companheiro e colaborador doente à beira da morte; mas nessas circunstâncias tão tristes ele foi elevado acima de todo cuidado e ansiedade, e por isso podia dizer a outros: “Não estejais inquietos por coisa alguma”.
Talvez tenhamos que enfrentar tribulações em nossa família, tribulações em nosso serviço, tribulações entre o povo do Senhor; tribulações provenientes de doenças, tristezas por passarmos necessidade, pesares pelo que ocorre aos santos, coisas estas que nos oprimem como um grande fardo. Como disse alguém, “Com que frequência um fardo acaba tomando conta da mente de uma pessoa até que, quando esta tenta em vão lançá-lo fora, ele acaba voltando para preocupá-la”.
Como é então que podemos encontrar alívio? Como é possível não estarmos inquietos com coisa alguma? É para nossa bênção que o apóstolo revela o modo de sermos libertos, não necessariamente da tribulação em si, mas do fardo da tribulação, de modo que este não mais sobrecarregue o espírito com preocupação e ansiedade. Ele diz: “Antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças” (Fp 4:6). É só assim que encontraremos alívio. “Em tudo”, não importa que tribulação possa ser, pequena ou grande, leve-a ao conhecimento de Deus em oração; e diga a Ele exatamente o que você deseja, “as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus”. As petições podem não ser para nosso bem, podem não estar de acordo com o pensamento de Deus; podem ser até tolices, mas devemos levá-las ao conhecimento de Deus.
Qual será o resultado? Irá Ele atender os pedidos? Irá Ele afastar a tribulação? Talvez Ele veja que atender o pedido, ou remover a tribulação não seria para o nosso bem. Naquilo que diz respeito à tribulação, Ele irá agir em perfeita sabedoria para o nosso bem, em conformidade com Seu perfeito amor. Mas há algo que Deus certamente fará: Ele aliviará nosso coração do fardo da tribulação. Se derramarmos nossa alma diante dEle, Ele derramará a Sua paz em nossa alma – aquela paz de Deus que excede todo o entendimento.
Há muito tempo Ana descobriu isso, quando, em sua amarga tribulação, pôde dizer: “Tenho derramado a minha alma perante o Senhor”. Como resultado, lemos que “o seu semblante já não era triste” (1 Sm 1:15-18). Contudo, naquele momento, suas circunstâncias continuavam exatamente as mesmas. É verdade que depois o Senhor mudou as suas circunstâncias, mas primeiro Ele mostrou que tinha o poder de mudar Ana. Da dor de coração e amargura de alma ela foi levada a uma grande paz – a paz de Deus que excede todo o entendimento – por ter levado seus pedidos ao conhecimento de Deus.
H.Smith, “Seven Exortations”, Pág. 10.