A NOSSA ESPERANÇA

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“Na casa de Meu Pai há muitas moradas;…vou preparar-vos lugar” (Jo 14:2). Notemos que Cristo estava na casa de Seu Pai, da qual Ele desfrutava como Filho, e como Homem irá nos preparar lugar. Esta é uma bênção inefável! Foi um consolo, um gozo, os discípulos terem Cristo com eles nesse mundo, mas aquilo durou pouco tempo. Ele iria nos preparar um lugar para estarmos “em casa”. Pensemos como será o lar do Seu coração! Onde os Seus afetos serão sentidos – os afetos do Filho divino, e também na Sua humanidade – e pensemos que esse é o lar para onde Ele nos irá levar. Que coisa maravilhosa! Que lar deve ser!

“Virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo” (Jo 14:3). “Mandar-vos subir não seria conveniente; enviar-vos um guia, tampouco seria apropriado; mas virei Eu mesmo para vós”. Que ternura! Ainda que tenha entrado na glória e tenha Se assentado no trono de Seu Pai, irá deixá-lo para voltar e levar-nos pessoalmente à casa de Seu Pai. Os Seus afetos estão tão concentrados em nós que Ele não estará satisfeito sem que venha buscar-nos. Virá pessoalmente; não enviará outra pessoa.

A bem-aventurança da Sua vinda não interessa apenas a nós, mas é a expressão do coração de Cristo. Ele quer que Lhe pertençamos. É o Seu próprio interesse por nós, o Seu amor para conosco. Quando reconhecemos isso, o nosso coração é atraído para Ele. Sem dúvida é uma benção inefável para nós, mas é também a revelação do próprio Cristo. A única esperança bem-aventurada da Igreja é que Ele virá outra vez e nos levará. É uma realidade que quando partimos do corpo estaremos com o Senhor, ausentes do corpo, presentes com o Senhor (2 Co 5:8), mas não é essa a nossa esperança; nossa esperança é que Ele virá e nos levará (espírito, alma e corpo reunidos).

Esta esperança Ele a tem em Seu coração, e deve estar em nosso coração também. As virgens saíram ao encontro do noivo: essa foi a condição da Igreja ao princípio. Convertidas, esperando o Filho de Deus dos céus, porém, todas adormeceram, tanto as prudentes como as loucas. Era necessário despertá-las pelo grito da meia-noite. O que levou a Igreja a uma condição morta foi o pensamento: “o meu Senhor tarda em vir”; isso levou-a a espancar os criados e criadas, e a comer e a beber, e a embriagar-se” (Lc 12:45).

Esta é uma verdade que deve ser posta em prática e é essencial à vida do cristão. Se estivermos constantemente à espera de Cristo não desejaremos estar em lugar algum onde não queremos que Ele nos encontre. Deveríamos também nos apartar de qualquer coisa que não Lhe agrade, não importa o que seja.

Esperamos aquEle que nos ama. O Seu coração deseja-nos e Ele quer dar satisfação ao Seu coração. Não é assunto de profecia. A profecia tem a ver com o governo divino deste mundo e ela tem um lugar importante, mas nada a ver com a nossa esperança.

J. N. DARBY