Como a reunião de oração é tão necessária para o povo de Deus, devemos pedir ao Senhor por ela e tomar parte em oração, tendo os nossos corações cheios do sentimento da nossa necessidade. Não estejamos como meros espectadores, mas como membros do Corpo de Cristo que se chegam ao trono da graça, juntos ( Hebreus 4: 16 ).
Nunca devemos permitir que o desânimo e a fadiga se apoderem do nosso coração. Devemos resistir à perversa influência desses estados de espírito, esforçando-nos por não ceder a essas fraquezas. A graça sacerdotal de Cristo – que está sempre disposta a ajudar-nos – é absolutamente poderosa e suficiente para superar qualquer má condição em que possamos encontrar-nos. Desse modo, sairemos vitoriosos com a sua ajuda.
Para que a reunião de oração não se torne pesada para os presentes devemos ter o cuidado de não fazer orações longas, oremos com voz clara, audível a todos, e com palavras compreensíveis, evitando vãs repetições. Se não fizermos assim, além de provocarmos sonolência nos demais, podemos causar a ira da carne dos que nos escutam e obrigá-los a um esforço da mente para nos entenderem e dos ouvidos para nos ouvirem. Tal oração é imprópria e de efeitos contrários aos desejados.
Devemos fazer orações breves, com todo o fervor e reverência, sabendo que nós estamos nos dirigindo a Deus – e com as palavras precisas, e nenhuma a mais, tendo em consideração as crianças, os doentes e os idosos que poderão estar presentes. Devemos ser definidos e concisos . Temos vários exemplos nas Escrituras de orações muito breves que expressam claramente a necessidade que levou as pessoas a recorrerem a Deus. Citamos aqui duas delas : “Oh, Deus, rogo-te que a cures.” e “Se me abençoares muitíssimo, e meus membros amplificares, e a tua mão for comigo, e fizeres que do mal não seja aflito…” Números 12:13 e I Cronicas 4:10 . Nos dois casos, há uma resposta imediata de Deus a estas duas orações modelo de precisão e brevidade.
Pensemos que é muito pesado e duro vaguear desde Dã até Berseba ( os extremos norte e sul da terra de Israel ) e vice-versa, fatigando as pessoas já cansadas pelo trabalho do dia. Em certa ocasião, um irmão disse ao que acabara de orar : “A sua oração elevou-me a uma esfera santa, mas a extensão dessa mesma oração fez-me baixar muito depressa das alturas.”
A oração mais longa do Novo Testamento é a que lemos em João 17, quando o Filho se dirige ao Pai e , se quisermos verificar, notaremos que não demora mais de três ou quatro minutos a dizê-la. Há irmãos que oram durante meia hora, provocando a fadiga e o sono nos ouvintes.
Evitemos todo o espírito de crítica, pensando que, enquanto os outros estão a orar, nós nos ocupamos em criticar , é porque o nosso espírito não está em comunhão com a mente de Deus. Evitemos toda a oração teológica. Um venerável servo de Deus costumava dizer que este tipo de oração é uma verdadeira ignomínia, pois se ao orarmos pretendemos mostrar os nossos conhecimentos, não estamos a orar a Deus, mas sim ocupado conosco próprios. E tratando de agradar aos outros.
É bom que fechemos os olhos enquanto oramos – mas não para dormirmos -pois adormecer em qualquer reunião é uma grande afronta cometida contra o Senhor; os que tal fazem, merecem uma repreensão pela sua atitude indecorosa e irreverente. Depois de termos apresentado as nossas súplicas diante de Deus em oração, devemos descansar n’Ele confiada e pacientemente, esperando que a sua resposta chegue, certos de que ele fará tudo em devido tempo.
Se ao orarmos estivéssemos a falar para as pessoas, isso seria perverso, pois embora pretendêssemos orar a Deus, estaríamos, na realidade , a pregar aos homens. Sigamos a linha que as Santa Escrituras estabelecem para todas as nossas ações: “Faça-se tudo decentemente e com ordem.” 1 Corinthios 14:40.
Autor: Desconhecido