A ÚLTIMA TROMBETA

“Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.” 1 Tessalonicenses 4.16

O Exército do Senhor espera por uma ordem apenas — uma preciosa e gloriosa palavra! Aquele que outrora fez ouvir Sua voz neste mundo em humilde graça, e que agora fala no céu com graça jamais alterada pelo pecado do homem, irá em breve dar a “Sua palavra de ordem” (1 Ts 4.16) dirigida aos que são Seus. Apenas estes a conhecem, e será ouvida somente por aqueles que já tiverem conhecido a voz do Pastor; num piscar de olhos tudo será transformado (1 Co 15.52), e estaremos “para sempre com o Senhor” (1 Ts 4.17).

Que som emocionante será para aquele que já está cansado; que tem estado a trilhar um humilde caminho nas fileiras do Senhor! Pode até ser que já tenha reclinado sua cabeça no seio do Senhor e, embora seu espírito já se encontre com o Senhor, seu corpo permaneça agora “dormindo” (1 Ts 4.13) até que chegue aquele dia. Pode ser que seja um dos que se encontram entre “nós, os vivos, os que ficarmos” (1 Ts 4.17), e quando a voz de Jesus soar, Este o encontrará em seu posto, como alguém que espera por seu Senhor. Nos milhões de circunstâncias da vida, Sua voz irá encontrar aquele que Ele ama, e irá levá-lo para a casa do Seu Pai nas alturas. O poderoso exército do Senhor irá subir, em silêncio e segredo, como ocorreu na ressurreição do próprio Senhor. Ele irá juntar o pó do Seu povo, preservado cuidadosamente até então por Seu poder vivificador. Os quatro ventos dos céus talvez o tenha espalhado, mas a terra deverá devolver sua presa. O mar dará aqueles que são de Cristo e que talvez tenham encontrado ali um jazigo anônimo. O túmulo lacrado, a silenciosa câmara da morte, deverá ter recolhido o seu precioso pó. Tanto o solo que esconde uma sepultura há muito intocada, até o recém fechado jazigo, terão que admitir que Aquele que saiu da sepultura, antes lacrada, na presença dos adormecidos vigias — Aquele que deixou os lençóis de Sua mortalha no local onde estivera Seu corpo — ordenou que com o mesmo silêncio, na mesma quietude, posto que em extremo poder, “os que morreram em Cristo” ressuscitem. Eles irão deixar seus lugares do mesmo modo como Ele, “as primícias”, o fez. O exército dos vivos, que ainda estiver aqui, ouvirá Sua voz, e então o que é corruptível será revestido da incorruptibilidade, o que mortal será revestido da imortalidade, e se ouvirá a exultante canção da Igreja em resposta ao Seu poderoso chamado — “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1 Co 15). “E verão o Seu rosto, e nas suas testas estará o Seu nome.” (Ap 22.4). Assim como aconteceu com Enoque, não serão achados, pois Deus os terá trasladado (Gn 5.24).

Que incentivo é esta esperança para o tempo em que ainda estamos aqui, a qual pode gerar em nós sinceridade de propósito em servir Òquele por Quem esperamos. O terror do Senhor para aqueles que não são de Cristo deve pesar consideravelmente no coração de Seus soldados enquanto aqui (Lc 21.26), que sabem que a Igreja adormecida já teve o seu grito da meia-noite (Mt 25.1-13). Sabem o quanto a Sua volta tem estado esquecida e até mesmo negligenciada. Sabem como muitos que O amam caíram no engano do servo infiel que disse: “Meu Senhor tarda em vir” (Lc 12.45). Tornaram a ouvir Sua voz e prepararam suas lâmpadas, indo se encontrar com Ele, pois estão cientes de quão solene é o momento em que vivem. Sentem que o raiar do dia se aproxima; estão a olhar por entre astrevas a fim de virem o Esposo da Igreja — a “Resplandecente Estrela da Manhã” (Ap 22.16). Sentem que toda a confusão do momento presente caracteriza o estado das pobres virgens tolas. Conhecem também o solene lamento que irá cair sobre esta Terra, onde se professa o cristianismo mas onde Cristo é totalmente desconhecido — “Senhor, Senhor, abre-nos”, será o lamento quando a porta se tiver fechado para sempre! Deveras, que solene momento de terror há de ser!

Oh! que momento de brilho e esplendor será para aqueles que pertencem à “primeira ressurreição” (Ap 20.5,6), que são ressuscitados ou transformados por Seu tremendo poder como uma prova e testemunho de sua completa aceitação no Amado. Sua ressurreição foi uma prova da perfeição e glória da Sua Pessoa quando esteve aqui. Nossa ressurreição será a prova da perfeição de Sua obra na qual estamos. Certamente devemos então nos consolar “uns aos outros com estas palavras”.

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” 1 Coríntios 15.58.

F. G. Patterson