ATÉ EU VIR BUSCÁ-LO OUTRA VEZ

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Emprestarei a vocês este filho querido 
por um tempo — nós o ouvimos dizer —, 
Para que o amem enquanto tiver vivido, 
e o chorem se vier a morrer.

Talvez por dois anos, quatro, ou cinco até, 

ou quem sabe, ele chegue a vinte e três,
Seja o que for, meu pedido agora é:
‘Podem cuidar dele até eu vir buscá-lo outra vez?’

O seu jeito de ser lhes trará horas gostosas,

e se sua estadia acaso mui breve for,
Vocês ficarão com lembranças preciosas,
como um consolo para a vossa intensa dor.

Que ele ficará com vocês, não posso prometer,

já que tudo, da terra, precisa voltar,
Porém há lições para ele aí aprender,
que de outro modo não iria assimilar.

Eu procurei por todo o mundo, a buscar,

pessoas aptas que pudessem ensiná-lo,
E das multidões que estão na vida a caminhar,
achei que só vocês podiam ajudá-lo.

Será que poderiam dar a ele todo o amor,

sem pensarem ser trabalho em vão,
E nem se ressentirem contra mim quando eu for
aí buscá-lo, para tê-lo comigo então?

Creio ter ouvido de vocês a oração:

“Amado Senhor, seja feito o Teu querer;
Pelo gozo que este filho possa trazer então,
correremos o risco de tal dor sofrer.

O cobriremos de amor, terno e permanente;

A ele vestiremos de carinho e bondade;
E a Ti ficaremos gratos agora e eternamente,
pois nos fizeste conhecer felicidade.

E se chegar a hora que o quiseres chamar,

antes até do que havíamos planejado,
A dor que virá, procuraremos enfrentar,
e compreender que isto foi o teu cuidado.

[por Edgar Guest – tradução Mario Persona ]

“Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face: agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.” (Co 13:12)